A indústria convencional brasileira começa a adquirir soluções de
inovação criadas por empresas startups (emergentes), de acordo
com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), ligada ao
Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. O tema foi debatido
durante o 1o Fórum de Inovação Startup Indústria, em São
Paulo.
Sondagem realizada pela ABDI com 408 empresas da indústria de
transformação aponta que 21% delas já realizam negócios com startups,
45% ainda não sabem como proceder, mas estão se preparando para futura conexão
com empresas novas, e 21% ainda não têm interesse.
Luiz Augusto de Souza Pereira, presidente da ABDI, disse que a indústria
que se conecta com essas empresas quer ideias para redução de custos na sua
produção e aumento da produtividade. A sondagem revelou que essas empresas
também têm interesse em novas tecnologias, produtos e mercados.
“A ABDI busca entregar tecnologias ou soluções, e colocar a indústria
nacional em patamar de competitividade para a exportação. Não somos só um país
de commodities, mas de indústria de transformação. O Brasil também
tem que seguir neste caminho”, disse.
Risco
De acordo com Luiz Augusto, o grande diferencial das novas empresas é a
facilidade de trabalhar com o risco total e as incertezas do negócio. “Já a
indústria lida com risco zero. Temos que trazer esse recurso de forma
inteligente e deixar a conexão entre elas acontecer pelo mercado”, disse ele.
Para Elisa Carlos, gerente de inovação da ABDI, outro grande diferencial
das empresas emergentes é a agilidade. “A indústria e o governo precisam ser
mais ágeis. Quem sabe lidar com a incerteza e a agilidade são as emergentes.
Elas aprendem rápido, se jogam, experimentam”, disse ela.
O Programa Nacional Conexão Startup Indústria investe
R$ 50 milhões, divididos em três anos. A seleção começou com 311 empresas
cadastradas, cruzadas com o interesse e necessidade das indústrias. Ao final,
27 foram escolhidas para se conectar com dez grandes empresas. “É uma
felicidade termos esse nível de indústria experimentando com a gente esse tipo
de fazer política”, disse Elisa.
Agência Brasil
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