quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Justiça torna réus executivos da Gregory por uso de trabalho escravo


A Justiça Federal em São Paulo aceitou denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e tornou réus os representantes legais da confecção de roupas feminina Gregory, Antonio Matos Duca e Delmira Matos Duca Giovanelli, por utilizarem trabalhadores bolivianos em condição análoga à de escravo. Além deles, também são réus na ação mais quatro pessoas proprietárias das oficinas de costura usadas pela marca.
Segundo o Ministério Público Federal em São Paulo, os estabelecimentos e oficinas de costura, localizados na capital e Região Metropolitana de São Paulo, eram contratados por fornecedores diretos da Gregory para a confecção de suas peças de vestuário, em um sistema de quarteirização da produção (quando empresas terceirizadas contratam outra empresa para que esta última execute o serviço de novas contratações). Nos locais, trabalhadores bolivianos eram submetidos a condições degradantes, jornadas exaustivas e atividades forçadas.
“A fiscalização flagrou inclusive um bebê, com um mês de vida, que dormia entre os motores de duas máquinas de costura, em um berço improvisado com caixas de papelão. A mãe, que amamentava o filho durante a jornada de trabalho, nada recebeu durante o período que ficou no hospital após o parto e, ao retornar à oficina, voltou a trabalhar imediatamente”, disse o MPF em nota.
De acordo com fiscalização realizada nas oficinas, além das péssimas condições dos alojamentos, que tinham sujeira, infiltrações, instalações sanitárias precárias e irregularidades na rede elétrica, os costureiros eram submetidos a jornadas que variavam de 14 a 17 horas por dia. Segundo o MPF, os patrões restringiam inclusive a locomoção dos trabalhadores, que só podiam deixar a oficina mediante autorização prévia.
Os seis réus vão responder pelo crime de utilizar os trabalhadores em condição análoga à de escravo. A pena prevista varia de dois a oito anos de prisão para cada vítima identificada, além do pagamento de multa.
A Gregory foi procurada, mas não se manifestou até o momento.
Por Bruno Bocchini, da Agência Brasil

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quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Facebook lança no Brasil seu primeiro centro de inovação e empreendedorismo

EFE/Joédson Alves/ARCHIVO

O Facebook lançou nesta segunda-feira em São Paulo a Estação Hack, primeiro centro de inovação para formar programadores e empreendedores no Brasil, onde o déficit de profissionais qualificados no setor de tecnologia será de 160 mil pessoas até 2019.
A iniciativa tem como objetivo desenvolver o "ecossistema econômico e tecnológico" no Brasil, onde 120 milhões de pessoas - metade da população brasileira - acessam mensalmente o Facebook.
O vice-presidente do Facebook para a América Latina, Diego Dzodan, afirmou nesta segunda-feira que a tecnologia oferece oportunidades aos jovens brasileiros e pode ajudar a desenvolver negócios e fomentar a criação de empregos no país.
"A tecnologia mudou o mundo. Tem disfunções, mudou as pessoas e as empresas, mas também apresenta oportunidades, entre elas, oportunidades aos jovens brasileiros", afirmou Dzodan, durante a apresentação da Estação Hack na capital paulista.
O projeto ofecerá bolsas de estudos a mais de 7,4 mil jovens para a formação de talentos no âmbito tecnológico - especialmente no campo da programação -, a promoção de empreendimentos e a aceleração de empresas emergentes.
De acordo com o Global Startup Report 2017, São Paulo é um dos 15 maiores ecossistemas de start-ups do mundo, tendo entre 1.600 e 2.900 companhias emergentes em atividade.
A Estação Hack conta com um espaço de 1.000 metros quadrados na Avenida Paulista, com 52 estações de trabalho que serão utilizadas pelas start-ups selecionadas para participar nos programas de aceleração.
"Queremos ajudar os empreendedores a decolar", indicou Dzodan.
Para promover a inovação no Brasil, o Facebook se associou com diferentes empresas e instituições, entre elas a Madcode, que realizará os cursos de introdução à programação e de desenvolvimento de aplicativos para adolescentes, e a Fundação Getúlio Vargas, que promoverá os cursos de gestão de empresas para empreendedores.
Desde 2015, o Facebook capacitou mais de 200 mil pequenos e médios empreendedores brasileiros por meio de cursos presenciais e on-line.

EFE
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Coleção Quasar K+: 

Livro 1: Quasar K+ Planejamento Estratégico;
Livro 2: Shakespeare: Medida por medida. Ensaios sobre corrupção, administração pública e administração da justiça;
Livro 3: Nikolai Gogol: O inspetor geral. Accountability pública; Fiscalização e controle;
Livro 4: Liebe und Hass: nicht vergessen Aylan Kurdi. A visão de futuro, a missão, as políticas e as estratégias; os objetivos e as metas.


O que é a metodologia Quasar K+ de planejamento estratégico?

QUASAR K+ é uma metodologia que procura radicalizar os processos de participação cidadã através de três componentes básicos:
a.Planejamento;
b.Educação e Teatro;
c.Participação intensiva.

Para quem se destina a ferramenta?

A metodologia QUASAR K+ foi desenvolvida para se constituir em uma base referencial tanto para as pessoas, os indivíduos, como para as organizações. Portanto, sua utilização pode ensejar a modernização desde o simples comércio de esquina ao grande conglomerado corporativo. Mas, também, os projetos de crescimento e desenvolvimento individuais, a melhoria das relações familiares...

Fazendo uso da metodologia QUASAR K+ poderemos descortinar novos horizontes nos habilitando a fazer mais e melhor com menor dispêndio de recursos.

Qual a razão desta metodologia?

Nas democracias modernas as sociedades se mostram tanto mais evoluídas e sustentáveis quanto mais aprimoram a qualidade da participação na vida organizacional, política e social.

Para que a participação se revista de qualidade se faz necessário dominar um conjunto de técnicas e instrumentais capazes de impregnar o processo de maior eficácia.

É deste contexto que emerge a metodologia QUASAR K+: disponibilizar técnicas específicas ancoradas em valores e princípios da educação e do teatro, incorporando - como eixo estruturante - as ferramentas do planejamento.

Portanto, é uma metodologia que busca assegurar qualidade à consecução dos objetivos, estratégias e metas traçados.

Por conseguinte, a aplicação da tecnologia possibilitará que nossa inserção e participação nos ambientes de estudo, trabalho, entretenimento e moradia, se verifique de maneira progressivamente mais satisfatória. Ao mesmo tempo em que nos empodera:

- eleva a autoestima – na medida em que tomamos consciência da evolução de nossa capacidade produtiva, da habilidade adquirida para interagir e contribuir com a família, o grupo social, a organização, a sociedade;

- incorpora ganhos sociais para a família, a escola, a instituição em que trabalhamos e a comunidade onde moramos, considerando que os produtos e resultados de nossa intervenção direta passam a ostentar qualidade diferenciada, mais fina, apurada e consentânea com as aspirações por um mundo melhor e mais justo.

De maneira estruturada, o livro enfoca:



- Planejamento e Administração
- O setor público
- Empreendedorismo & iniciativa privada
- Participação intensiva & terceiro setor
- Cidadania
- Qualidade Total
- Educação & Teatro




terça-feira, 29 de agosto de 2017

País tem muito a avançar para se tornar membro da OCDE


O Brasil ainda tem muito a avançar para que se torne membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), declarou o diretor do Centro de Política e Administração Fiscal da organização, Pascal Saint-Amans.
"A tributação internacional será um tema crucial nesse processo e talvez essa discussão não será fácil. É por isso que irei a Brasília conversar com o senhor Rashid [secretário da Receita Federal, Jorge Rachid] e com integrantes do Ministério da Fazenda e da Presidência [da República] para discutir o que precisa ser adaptado na lei brasileira", disse.
Pascal deu coletiva à imprensa no congresso anual internacional de direito tributário International Fiscal Association (IFA) 2017, que reúne até sexta-feira (1) tributaristas do mundo todo na capital fluminense. O Brasil oficializou o pedido de adesão ao grupo em maio passado.
“O Brasil tem tradição de uma implementação muito específica, senão isolada, de transferência de preço, com métodos diferentes. A política de taxa de tributação também é bem específica. Esse sistema único tem seus méritos, mas também gera inconvenientes”, declarou o diretor da OCDE.
Um dos méritos do país, disse, é a eficiência do sistema de pagamento de impostos. O inconveniente, apontou, é que por não atender aos padrões internacionais, o país afugenta investidores, com práticas como tributação de residentes no exterior e a dupla tributação.
O executivo declarou que apesar da “posição forte” da Receita Federal a respeito de possíveis mudanças na tributação internacional, esse é um bom momento para alinhar esse entendimento com o que vem sendo praticado pela OCDE, uma vez que o país vem caminhando nos últimos anos para se adaptar a uma governança tributária global.
A direção da organização recebeu o pedido brasileiro com entusiasmo, informou, e a expectativa é que a fase de negociações para a entrada do Brasil no grupo comecem até 2018. Entretanto, a admissão pode demorar anos.
"O processo é longo e estamos na primeira fase dessa jornada", explicou ele, ao citar a Colômbia, que iniciou as negociações há cerca de 4 anos. "Há muito trabalho a fazer, mas não há obstáculos que não possam ser superados, e estamos confiantes, pois as negociações já começaram. O Brasil é um país muito importante e estou feliz por estar aqui".
O Brasil como membro da OCDE teria mais ferramentas para combater a corrupção, acredita Pascal, uma vez que o país precisaria implementar práticas para elevar a governança, aumentar a transparência e reduzir as desigualdades.
“Os padrões mínimos para o ingresso do candidato incluem não apenas os tributários, como também compromissos em diferentes áreas, como industrial e de educação. Uma das áreas em que o Brasil já avançou é a que se refere às regras internacionais de trocas automáticas de informação entre os países”, disse Pascal.
Além da Colômbia e do Brasil, a Costa Rica e a Lituânia já apresentaram pedido de adesão à organização, e a Argentina declarou que pretende fazer o mesmo.
Formada por 35 países, a OCDE se dedica ao desenvolvimento econômico de nações do mundo, sobretudo as desenvolvidas, embora já tenha, em sua composição, países emergentes como o México, Chile e a Turquia. Os 35 membros precisam decidir por consenso a admissão de um novo integrante.

Por Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil

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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Quem ganha com uma guerra comercial EUA-China?



Trump manda investigar prática de plágio industrial dos chineses e acena com possíveis sanções. Pequim rebate, e ameaça retaliação. Para especialistas, disputa só tem perdedores.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encarregou seu representante de comércio, Robert Lighthizer, de investigar o procedimento da China relativo à propriedade intelectual. No país, é sabida, impera tanto um baixo grau de consciência do que é ilícito como grande disposição a copiar designs e tecnologias.
O fato é conhecido também na Alemanha, maior economia da Europa, onde aqueles que roubam propriedade intelectual – seja cadeira de escritório, aparelho de medir pressão ou torneira misturadora – recebem todos os anos o Plagiarius, um troféu em forma de anão com o nariz dourado. E a China sempre consta entre os laureados com o antiprêmio.
Os EUA também condenam essa atitude. Por isso Trump quer examinar de perto as práticas comerciais chinesas. Caso Lighthizer constate irregularidades, anunciou, o país asiático está arriscado a sofrer sanções. A reação não se fez esperar: já no dia seguinte Pequim ameaçou os EUA com medidas retaliatórias. A China "não vai ficar inativa".
Europa apreensiva
Representantes do setor na Alemanha estão apreensivos. "Uma briga entre as duas maiores economias do mundo teria efeitos negativos também para a economia alemã", declarou o presidente da Câmara de Indústria e Comércio da Alemanha (DIHK), Eric Schweitzer, ao jornal Neue Osnabrücker Zeitung.
Por outro lado, há bons motivos para não levar a questão tão a sério: Trump já anunciou muitas coisas, mas concretizou bem poucas. Além disso, ele deverá precisar de Pequim como parceiro político, caso o conflito com a Coreia do Norte se agrave.
Marco Wagner, do Commerzbank, menciona uma terceira atenuante: nem todas as firmas americanas são a favor de restrições comerciais contra os chineses. "Existe um bom número de empresas que quer vender licenças para a China. E é óbvio que elas não acham uma boa ideia todas essas restrições ao país asiático."
Questão de dimensões
Ainda assim, existe um risco residual de que a disputa comercial aconteça. Ela poderá tomar dimensões diversas: se os americanos só embargarem as importações da China, é bem possível que a economia alemã saia lucrando. Pois haverá um "desvio de comércio", explica Wagner, e "o aço não será mais importado da China, mas sim de outras partes do mundo" – por exemplo, da Alemanha.
Se Trump for além de alfinetadas contra as importações chinesas, entretanto, aí a influência sobre a economia alemã poderá ser negativa. Os alemães dependem de todos os seus parceiros comerciais estarem bem, de que não haja bloqueios, para que atenda à demanda de sua clientela internacional.
Uma olhada nos números revela por que o sinal de alerta de Eric Schweitzer: a China vende para os EUA mercadorias no valor de 426 bilhões de dólares, 18,3% do volume total de suas exportações e 21,4% das importações americanas.
Trata-se principalmente de bens de consumo, os quais, como aponta a presidência da DIHK, são manufaturados com máquinas não só exportadas da Alemanha para China, mas até mesmo produzidas por sucursais de firmas alemãs que atuam naquele país asiático.
Guerra sem vencedores
Entre os impactos das taxas aduaneiras sobre os bens de consumo chineses conta também, naturalmente, o efeito cumulativo nos Estados Unidos. As taxas encarecem as importações e "a grande maioria dos consumidores americanos sofrerá com essa política, em especial os grupos de renda mais baixa", afirma o professor Stefan Kooths, diretor do Centro de Prognósticos do Instituto de Economia Mundial de Kiel. Pois "o milionário em Manhattan não depende de importações de camisetas baratas".
E aí, se os preços dos bens de consumo realmente subirem, será que os americanos ainda poderão comprar automóveis na proporção atual? – perguntam-se os especialistas da DIHK.

A economia da Alemanha troca tanto com a China quanto com os EUA um volume comercial de quase 170 bilhões de euros, totalizando mais de 15% do comércio exterior alemão total. O presidente da Câmara de Indústria e Comércio da Alemanha, Eric Schweitzer, está convencido de que uma guerra comercial sino-americana só teria perdedores.
Por Michael Braun, na Deutsche Welle 

"A comédia do mundo perfeito"



A sátira política; a crítica social; o cotidiano e o dia a dia; a ironia e o sarcasmo; o decoro, a decência e a obscenidade; as intrigas sentimentais; as reflexões filosóficas e morais; as personagens inspiradas na gente simples do povo e em seus algozes; o humor irreverente levado às últimas consequências... Misture tudo às mazelas que caracterizam os países em desenvolvimento - estejam na África, estejam na América Latina - e estará criado o denso caldo de onde Antônio Carlos dos Santos  extraiu o surpreendente enredo “A comédia do homem perfeito”.
Uma pequena cidade do interior de um país qualquer é tomada por uma rede de corrupção que corrói as instituições e as organizações da sociedade civil, tornando a população refém de um sistema cruel e desumano, uma complexa estrutura que reduz os moradores à condição de rebanho, manada a ter a carne retalhada no abatedouro, mera provisora de sangue para os vampiros e parasitas de plantão.
Através de quadros hilários que exploram a alegria farta e generosa, a jocosidade crítica e prazerosa, o texto convida o leitor a, navegando dentre as cenas, refletir sobre a absurdidade do mundo político.
O prefeito e os políticos que deveriam zelar pela gestão eficaz, pelo atendimento à legítimas demandas populares; as lideranças religiosas que deveriam servir aos enfermos espirituais, conduzir pelos caminhos do desconhecido; os movimentos sociais que deveriam ecoar o clamor popular por justiça e sustentabilidade, representar, defender o bem comum; toda a superestrutura econômica, cultural e ideológica organiza-se em quadrilhas para aparelhar o estado, consolidando a maior rede planetária de corrupção.
Para atingir os seus infames objetivos, as personagens centrais da trama teatral aliciam, subornam seduzem, degradam, emboscam, sequestram, extorquem, assassinam, utilizando o povo tão somente como escada, massa de manobra, bucha de canhão, instrumento para o deleite e a plena satisfação dos grupos de interesses.
Navegar por temas tão densos e complexos, e, ainda, de forma divertida, levar os leitores a refletir sobre a condição humana e os processos de desumanização, fez o autor mergulhar na comédia, o gênero mais aberto e democrático do mundo teatral, corroborando, assim, a máxima de que “ridendo castigat mores’ – sorrindo corriges os costumes.

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domingo, 27 de agosto de 2017

O preço da luta contra excesso de trabalho no Japão

Japoneses em hora de almoço: tradição no país é só fechar expediente quando chefe vai embora
Num país onde muitos se negam a tirar férias e casos de morte no ambiente laboral não são raros, governo pretende limitar horas extras. Mas cresce o temor de que escassez de mão de obra possa abalar economia.
O Japão planeja um novo limite anual de 720 horas de trabalho, algo inicialmente aplaudido num país conhecido pelas extensas cargas laborais. Mas críticos estão apontando para uma série de problemas que a legislação pode causar.
O primeiro deles é que os trabalhadores perderão por ano cerca de 8,5 trilhões de ienes de rendimentos extras – e, no Japão, os salários em grande parte estão estagnados há uma década, muitos trabalhadores dependem de horas extras para completar o orçamento.
O outro resultado não desejado atingirá o lado oposto da equação do emprego – os empregadores, que inevitavelmente vão se deparar com uma escassez drástica de pessoal.
As empresas no Japão já estão lutando contra a falta de mão de obra, um problema provocado por uma população em rápido envelhecimento e famílias com menos filhos. Os casais não estão tendo filhos porque se casam mais tarde e devido aos custos.
"Momento infeliz"
O momento da mudança nos regulamentos sobre horas extras também é infeliz por a economia do Japão mostrar sinais de reaquecimento. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 4% em um ano, segundo dados do último trimestre – a taxa mais impressionante entre os países do G7. Os maiores ganhos foram no consumo público e nos gastos de negócios. Se esse tipo de crescimento se sustentar, a demanda por empregados vai subir ainda mais.
"O desemprego está em um dos níveis baixos em décadas", diz Richard King, diretor-gerente da filial da empresa britânica de recrutamento Michael Page, lembrando que a taxa atual é de 1,48 vagas para cada candidato.
E a situação só vai piorar. As empresas japonesas estão buscando se expandir, e o país vem se tornando ainda mais atraente como destino turístico, com a aproximação da Copa do Mundo de Rugby e dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
"As multinacionais estão enfrentando uma falta crônica de profissionais bilíngues de qualidade média de quase todos os tipos de trabalhos especializados, e muitas empresas japonesas também enfrentam dificuldades para segurar profissionais de qualidade em meio de carreira", diz King. "Esta escassez está sendo experimentada na maioria dos setores industriais. Ademanda em organizações relacionadas à tecnologia é extraordinariamente alta."
Além dos problemas demográficos, os locais de trabalho do Japão também são prejudicados pela ineficiência e hierarquias rígidas, que encorajam atitudes enraizadas.
Um estudo do Japan Institute for Labor Policy and Training descobriu que 60% dos trabalhadores se recusaram a tirar as férias previstas em 2016, alegando que isso "incomodaria seus colegas". Outros 53% disseram que não tinham chance de tirar folgas devido à sua pesada carga de trabalho.
De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a média japonesa foi de 1.713 horas de trabalho em 2016, superior à média de 1.363 horas na Alemanha, 1.472 horas na França e 1.676 horas no Reino Unido.
Morte por excesso de trabalho
Mas este número não leva em conta as horas extras não remuneradas de trabalho, uma prática aceita nas corporações japonesas e que provavelmente se tornou mais comum quando a economia nacional enfraqueceu e os funcionários ficaram com mais medo de demissão.
Nos 25 anos que se passaram desde a explosão da bolha econômica no Japão, longas jornadas, horas extras não remuneradas, férias mais curtas e menos regalias se tornaram norma nos locais de trabalho no país, com uma jornada de trabalho de 12 horas sendo considerada algo normal.
Tudo isso deu origem ao "karoshi", termo para a morte por excesso de trabalho, e acredita-se que seja um fator significativo para a diminuição da taxa de natalidade do Japão.
"O Japão costumava ser uma das nações com uma das maiores produções per capita do mundo, atingindo o pico na década de 1970, antes de começar a declinar na década de 1980", diz Makoto Watanabe, professor de comunicação e mídia na Universidade Hokkaido Bunkyo.
"Hoje, o Japão está em um momento crítico, e as decisões tomadas agora afetarão restaurantes e lojas, que podem ser obrigados a encurtar suas horas de funcionamento por falta de pessoal. As empresas japonesas poderão perder a competitividade no mercado global", prevê.

 Deutsche Welle
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sábado, 26 de agosto de 2017

Herdeiro da Samsung é condenado a 5 anos de prisão por caso de corrupção


O herdeiro e executivo da Samsung, Lee Jae-yong, foi condenado nesta sexta-feira (25) por um tribunal da Coreia do Sul a cinco anos de prisão por seu envolvimento no caso de corrupção conhecido como Rasputina, informou a agência local Yonhap.
Para a Justiça sul-coreana, ficou provado que Lee pagou propina à ex-presidente Park Geun-hye, com a expectativa de obter favores do governo em sua consolidação como líder do grupo, entre outros crimes.
O tribunal considerou que Lee esteve envolvido na doação, por parte de sua empresa de 7,2 bilhões de wons (5,4 milhões de euros) para o financiamento do programa de equitação na Alemanha da filha de Choi Soon-sil, que ficou conhecida como Rasputina e é considerada o cérebro da trama de corrupção que desencadeou a destituição e detenção da ex-presidente da Coreia do Sul.
O herdeiro do maior conglomerado empresarial do país asiático também foi considerado culpado por malversação de 6,4 bilhões de wons (4,8 milhões euros), por ocultar ativos no exterior e perjúrio por ter oferecido várias versões em seus depoimentos à Justiça.
O Ministério Público sul-coreano solicitou 12 anos de prisão pelas acusações.
Após ouvir o veredito, a defesa de Lee disse que não aceitava a decisão e assegurou que recorrerá "o mais rápido possível", segundo a Yonhap.
A Justiça sul-coreana também decretou quatro anos de prisão para mais dois executivos do grupo Samsung por envolvimento no caso.
Lee, de 49 anos, está detido desde meados de fevereiro, quando a promotoria apresentou acusações contra ele por esses crimes.
O processo judicial de Lee, que começou em 9 de março, causou grande expectativa no país asiático, onde a ação está sendo chamada de "o julgamento do século" devido às repercussões que pode ter para a imagem do maior conglomerado sul-coreano e sua possível influência na sentença futura sobre a ex-presidente Park.

 EFE
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sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Líder de agência de infraestrutura da Colômbia se demite por caso Odebrecht


O presidente da Agência Nacional de Infraestrutura da Colômbia (ANI), Luis Fernando Andrade, apresentou hoje (24) sua demissão "irrevogável" ao cargo em meio ao escândalo gerado pelo pagamento de subornos da construtora Odebrecht no país, informaram hoje fontes oficiais. A informação é da EFE.
"Decidi apresentar minha demissão irrevogável para dar plenas garantias de imparcialidade à justiça e não pôr em risco a confiança que os cidadãos têm na ANI e no ambicioso programa de infraestrutura que tantos esforços requer", apontou o funcionário em um comunicado.
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, disse que aceitou "com pesar a demissão de Luis Fernando Andrade e designou para o cargo o atual vice-ministro de Fazenda, Dimitri Zaninovich. .
A Promotoria colombiana acusa Andrade do delito de interesse indevido na adjudicação de contratos e considera que ele teve um papel importante na contratação de obras da Odebrecht, especificamente no trecho Ocaña-Gamarra, contrato pelo qual, supostamente, a multinacional brasileira pagou um suborno de US$ 4,6 milhões através do ex-senador Otto Bula.
Até o momento e pelo caso da concessão da Ruta del Sol II e a sua adição à Ocaña-Gamarra, já foram detidos o ex-vice-ministro de Transporte Gabriel García Morales, o ex-senador Bula, e o ex-assessor da ANI Juan Sebastián Correa, além dos empresários Enrique e Eduardo Ghisays, César Hernández e Gustavo Urrego.
Também está na prisão o senador governista Bernardo Miguel "Ñoño" Elías. A primeira condenação pelo caso Odebrecht na Colômbia foi de sete anos, contra o empresário Ghisays Manzur pelos delitos de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito.
Da Agência EFE




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quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Falta de garantia de direitos básicos aumenta desigualdade, dizem especialistas


As desigualdades estão se aprofundando na sociedade brasileira por falta de políticas que garantam acesso a direitos básicos, afirmou o presidente do Instituto Ethos, Caio Magri.
“Estamos em um momento e fluxo global de concentração de renda e aprofundamento de desigualdades, com uma sociedade, um Estado que não conseguiu construir garantias mínimas de bem-estar social”, disse, ao participar de debate promovido pelo movimento Todos pela Educação e pela Fundação Santillana, em São Paulo.
“É muito contraditório tudo isso. Reduzimos algumas desigualdades no Brasil. Ampliamos o acesso aos serviços básicos, como educação, em alguns momentos, como saúde, Mas a gente continuou com os indicadores muito ruins. Aprofundamos as desigualdades econômicas de uma maneira absolutamente sem precedentes”, acrescentou.
Magri relacionou a situação do Brasil a tendências de aumento das diferenças entre pobres e ricos identificada pelo economista francês Thomas Piketty na Europa e América do Norte. Entre os problemas que destacou está a falta de medidas que apoiem os atendidos por programas de transferência de renda, para superar a pobreza.
“Não temos [medidas]. Várias regiões do Brasil, estrategicamente necessárias para uma reforma agrária, não conseguiu, nesses quase 15 anos de Bolsa-Família, estruturar uma diferença de processos e meios de produção”, disse o presidente do instituto.
Membro do Núcleo de Consciência Negra da Universidade de São Paulo (USP), Maria José Menezes concordou com a avaliação de Magri. Apesar de acreditar na importância dos movimentos da sociedade civil, Maria defendeu que certos graus de mudança só podem ser promovidos pelo Estado.
“A sociedade civil contribui, mas, em um país com mais de 5 mil municípios, uma instituição não consegue, de forma equânime, fazer com que as intervenções das organizações da sociedade civil sejam de fato importantes em todo o território”, ressaltou.
A professora de Ciência Política da USP Marta Arretche, por outro lado, disse que a expansão do ensino básico é uma conquista importante para reduzir as desigualdades sociais e raciais no país.
“Não é trivial ter ocorrido massificação. E a nossa esperança é que o processo de massificação se estenda para outras áreas e níveis escolares. Tivemos massificação no ensino fundamental. E esta massificação, ou o que chamamos de universalização, reduziu substancialmente as desigualdades de acesso entre brancos e não brancos”, disse.
Por Daniel Mello, da Agência Brasil



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quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Johnson & Johnson é multada em US$ 417 milhões por não alertar sobre produtos

EFE
Um tribunal do júri de Los Angeles, nos Estados Unidos, condenou nesta segunda-feira a Johnson & Johnson a pagar US$ 417 milhões (US$ 1,31 bilhão) por não advertir risco de câncer, ligado ao uso de produtos de talco.
A informação foi veiculada pelo jornal "Los Angeles Times", que aponta se tratar da maior condenação contra a empresa farmacêutica e de produtos de higiene, devido aos numerosos casos investigados pelas autoridades dos Estados Unidos.
De acordo com a publicação, existem mais de 300 processos abertos contra a Johnson & Johnson, apenas na Califórnia. Em todo o país foram abertas mais de 4.500 ações.
Uma das vítimas que foi à justiça contra a empresa foi Eva Echeverría, diagnosticada com câncer nos ovários em 2007. Em depoimento durante o caso, ela garantiu ter usado um mesmo produto durante décadas.
O júri deliberou por dois dias e condenou a Johnson & Johnson a pagar US$ 70 milhões (R$ 220 milhões), apenas para Echeverría. Além disso, US$ 347 milhões (R$ 1,1 bilhão) como multa.
Os advogados da empresa já garantiram que irão recorrer a decisão do júri. Além disso, defenderam que pesquisas científicas garantem que os produtos são seguros.

EFE


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