quarta-feira, 30 de junho de 2021

Virada de chave

 


Em Barcelona, o MWC debate a sociedade do futuro, ancorada em modelo híbrido entre as tecnologias atuais, nuvem e 5G; no Brasil, expectativa é que as frequências da quinta geração sejam leiloadas até setembro

 

Esta semana, na virada de semestre, começa a contagem regressiva para o evento mais aguardado da indústria brasileira de telecomunicações nos últimos anos: o leilão da faixa de frequências para operar a quinta geração da telefonia móvel, ou, simplesmente, 5G. Pelo menos é que o garantiu publicamente o ministro das Comunicações, Fábio Faria, que não acredita em atrasos na publicação do edital do leilão do padrão 5G, apesar dos questionamentos que ainda travam o documento no Tribunal de Contas da União (TCU). A expectativa é que o TCU, que já obteve respostas da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e do próprio ministério, analise o edital e que seja dada a largada para o leilão em algum momento do segundo semestre.

Também nesta semana, a partir desta segunda-feira, 28, o Mobile World Congress (MWC) volta, em Barcelona, como evento híbrido, com a permissão de 50 mil visitantes presenciais, ou metade do que recebeu em 2019. Que tem no 5G um de seus maiores focos. Ou quase. Ante a pandemia, que cancelou o evento no ano passado, as teles, no mundo todo, tiveram que se virar com as tecnologias legadas, inclusive com o uso intensivo de cloud (veja box à pág 31) para entregar infraestrutura o suficiente para a alta demanda global por conectividade. Portanto, se 2020 seria o ano do 5G, agora, o evento destaca o mundo híbrido das redes legadas-cloud-5G. Mas, o setor é um dos mais dinâmicos da macroeconomia e o MWC coloca os holofotes, de novo, sobre a implantação mundial da 5G e já prepara o planejamento da 6G (velocidades acima de 1 Tbps).

Se houve o gap dos últimos 15 meses, retoma-se o 5G como catalisador do avanço da internet das coisas (IoT) em escala industrial, o desafogamento de setores florescentes como as fintechs (e open banking, por consequência), a alavancagem da inteligência artificial (IA), inovações na criação de conteúdo e desenvolvimento de games e e-sports para, finalmente, chegar às projeções da sociedade do futuro, em que a tecnologia e a conectividade são chaves para circulação de notícias (inclusive fa-ke news), saúde digital, o trabalho remoto e outras atividades essenciais para o ser humano. Mas, trata-se de economia e um dos grandes debates do MWC é sobre a jornada do cliente e como se chegar a ele por meio de mensagem e campanhas, ou seja, a publicidade segmentada e personalizada.

O MWC debate esses macrotemas sob a premissa de que as redes 5G estão em progresso. Por isso, o Brasil, que está atrasado na tecnologia, tem razão de sobra para correr. A ansiedade tem outros motivos, além desse. E altos: o leilão das redes 5G deve envolver investimentos estimados entre R$ 33 bilhões a R$ 35 bilhões, conforme cálculos preliminares da Anatel. Essa conta não considera as contrapartidas que as teles terão como obrigação.

A agência também prevê que, nos próximos 20 anos, além dos R$ 35 bilhões reservados às faixas, as redes 5G demandarão investimentos que chegam a R$ 80 bilhões. Claro, Vivo e TIM são as principais interessadas na aquisição das faixas. A Oi, embora em processo de aquisição de sua unidade Oi Móvel pela Claro, TIM e Vivo, também demonstrou interesse em arrematar licenças 5G por meio de sua empresa de fibra óptica, a InfraCo. Assim como alguns provedores locais de internet, que têm a expectativa de disputar faixas com as grandes operadoras. No caso da Oi Móvel, o processo de aquisição está em análise pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e Anatel. Em março, durante evento do setor, o superintendente de competição da Anatel, Abraão Balbino, afirmou que a agência deve esperar o resultado do leilão do 5G para gerar as condições de aprovação da aquisição da Oi Móvel, já que o leilão deve mudar as dinâmicas do segmento.

No horizonte, além dos bilhões que envolvem o negócio, estão as possibilidades de exploração da rede 5G, que vão desde a massificação da IoT, cidades inteligentes e aplicação em trânsito, segurança e saúde até à criação de demandas que surgirão. Isso ocorreu com o 4G, que permitiu o surgimento do ecossistema de aplicativos, que deu origem a empresas como Uber, Airbnb e iFood, por exemplo. O 4G deu impulso global ao streaming de áudio e vídeo e mudou radicalmente o mundo do entretenimento. Neste momento, o Brasil está no centro da atração global de streamings (o HBO Max chega nesta terça-feira, 29; o Star+ em agosto; e o Discovery+ em setembro) e isso é consequência direta da infraestrutura 4G e da base de smartphones na mão dos brasileiros (dos 242 milhões de celulares no Brasil, mais de 180 milhões usam 4G e a quase totalidade é de smartphones). Portanto, ainda que se imagine o mundo 5G, é praticamente impossível ter dimensão lógica do que essas redes farão surgir e virar algo imprescindível para o consumidor.

Impacto profundo

"A expectativa é que a rede seja o diferencial e impacte profundamente diversos segmentos - muitos deles em que já estamos testando a rede e levando a experiência do 5G", afirma o diretor de marketing da Claro, Mareio Carvalho. "A Claro está se estruturando para o leilão de frequências e aguarda que seja adotado modelo não arrecadatório {modelo mais baseado em compromissos de cobertura do que em altos investimentos nas outorgas), já que o investimento em obrigações é elevado", diz.

"Estamos bastante confiantes e ansiosos de que o 5G vai dar um salto importante não só na vida da TIM, mas em produtividade para vários setores", afirma o CTIO da TIM, Leonardo Capdeville. Desde 2019, a companhia vem realizando testes com a tecnologia de quinta geração no País. Os planos para o futuro dos negócios com 5G incluem B2C, com aprimoramento da qualidade do serviço móvel tradicional, mas também na banda larga fixa sem fio, ou fixed wireless access (FWA). Essa iniciativa é amparada pelo 5G e pode trazer conexões com maior velocidade do que as oferecidas pela banda larga com fio. A maior ambição da companhia, no entanto, é no business-to-business-to-consumer, em que grandes companhias de setores como saúde, agricultura, educação e mobilidade devem buscar as teles para levar o 5G até os seus negócios. "É onde deve acontecer a revolução 4.0", aposta Capdeville. "O Brasil tem uma oportunidade única de suprir uma série de gaps em vários setores", aponta o CTIO da TIM.

A Vivo, procurada, não respondeu à reportagem. Mas, em abril deste ano, em entrevista a Meio & Mensagem, o presidente da operadora, Christian Gebara, afirmou: "Vamos participar de maneira ativa nessas frequências que vão ser leiloadas para o 5G. Já estamos nos preparando para isso: entramos no Reino Unido, na Alemanha e vamos entrar na Espanha (em redes 5G). Temos muita experiência de países que estão mais adiantados nessa jornada e que nós vamos adaptar no Brasil. Agora, aguardamos o edital, que ainda não está claro, mas estamos preparados sim. A plataforma se constrói através de soluções sobre a tecnologia 5G: é o mundo da IoT, que terá muita aderência no time-to-market, seja para soluções de agrobusiness, varejo, indústria, cidades inteligentes ou carros autônomos."

"A expectativa é que o leilão aconteça no terceiro trimestre, entre agosto e setembro, e estamos preparados para começar a entregar e ativar as redes 5G com as operadoras parceiras ainda este ano, logo após o resultado do leilão", assegura o vice-presidente de redes da Ericsson para o Cone Sul da América Latina, Marcos Scheffer. "Um fator importante que tem ajudado o 5G a ter um crescimento muito mais rápido que o 4G - o 5G deve atingir a marca de 1 bilhão de usuários em todo o mundo dois anos antes do que foi o caso com o 4G - é a grande disponibilidade de aparelhos que suportam a tecnologia. Temos 290 milhões de usuários 5G no mundo e, ao final do ano, devemos chegar a 580 milhões de usuários, um crescimento de 1 milhão de usuários por dia. Estes são dados de publicação bianual nossa, o Ericsson Mobility Report, que também estima que devemos chegar a 3,5 bilhões de usuários 5G ao final de 2026, ou seja, 40% de todos os usuários de dados móveis celulares no mundo, provendo cobertura para 60% da população global", detalha Scheffer.

A chinesa Huawei, concorrente direta da Ericsson no fornecimento de infraestrutura de redes, assim como a sueca, já realizou testes com TIM, Claro, Oi e Vivo para 5G e aguarda o leilão. "A perspectiva é muito positiva, visto que 5G significa não apenas mais velocidade, mas também baixa latência e incremento dos dispositivos conectados, propiciando a criação de aplicações mais inteligentes e levando mais eficiência a diversos setores da economia como manufatura, agricultura, mineração, portos, cidades inteligentes e muitos outros", afirma o diretor de cibersegurança e soluções para a América Latina da Huawei, Marcelo Motta. A companhia tem trabalhado na criação de ecossistema de empresas locais que possam fazer uso da super conectividade para criar aplicações inteligentes e acelerar o processo de transformação digital, assim como gerar oportunidades de negócios para as operadoras.

Desafios local e global

Além dos desafios práticos da aplicação do 5G e conectividade no Brasil, a Huawei enfrenta embate global ainda maior que envolve relações institucionais, política e segurança. Nos últimos anos, os Estados Unidos e o então presidente Donald Trump, que deixou o cargo em janeiro deste ano, lideraram ofensiva contra a Huawei e o uso de seus equipamentos pelas operadoras no 5G. Para o ex-presidente, a Huawei representaria um risco à segurança nacional dos países, que estariam suscetíveis à espionagem por parte do governo da China. A acusação norte-americana estaria baseada em lei de segurança aprovada pela China que permite, em tese, que o governo exija dados de companhia privadas, caso seja necessário para a soberania chinesa. Dessa forma, durante seu governo, Trump pressionou países, incluindo o Brasil, a adotarem licitações que excluam o uso de equipamentos da Huawei. Apesar da pressão, até agora o governo brasileiro não apresentou nenhum veto à contratação da chinesa pelas operadoras. No entanto, portaria publicada pelo Ministério das Comunicações, em janeiro, impôs às empresas vencedoras do leilão de quinta geração a obrigação de criar rede privativa para atender o governo federal.

A estratégia dos fabricantes, com diferenças de abordagem e culturais, tem similaridades. "A Ericsson vêm trabalhando já há muito tempo com diferentes entidades - indústrias em diferentes segmentos, centros de pesquisas de universidades, prestadoras de serviços de telecomunicações e fabricantes de dispositivos IoT - para fomentar o ecossistema completo do 5G. Ao longo dos últimos cinco anos, foram realizadas muitas provas de conceito para amadurecer o que, hoje, são as aplicações 5G. Com a tecnologia 5G disseminada, aplicações surgirão. Aplicações que impulsionaram ou fizeram forte uso do 4G, por exemplo, ainda não existiam quando o 4G foi implementado nas redes", recorda o vice-presidente da empresa.

Scheffer ressalta que as qualidades das redes 5G - maiores velocidade, capacidades das redes das operadoras, tempo de resposta (latência) mais baixo - permitem serviços evoluídos para os usuários finais como experiências imersivas de vídeo, com uso de realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR). "Outro diferencial do 5G é que permitirá aplicações para diferentes verticais da indústria: automatização de linhas de produção sobre 5G, com robótica colaborativa, exames (e, eventualmente, cirurgias) remotos na área de saúde, operação remota de maquinário pesado na área de mineração ou em portos na movimentação de containers", exemplifica.

Teles: de provedores a plataformas de nuvens

A pandemia intensificou a importância da conectividade e, consequentemente, do cloud (nuvem). As restrições de mobilidade fizeram com que, em meses, as teles passassem a receber demanda de tráfego que seria esperada em anos.

Profissionais adotaram o home Office e estudantes, a videoconferência.

Isso tudo incitou a ampliação de capacidades de transmissão de dados de data centers e de nuvens, que suportam os serviços de banda larga e internet, constata a líder de serviços de consultoria para a indústria de mídia e telecomunicações da IBM para a América Latina, Marisol Penante.

A fim de acompanhar as expectativas dos usuários em direção a experiências mais tecnológicas, os provedores têm se posicionado como plataformas de nuvem híbrida, ou seja, empresas capazes de combinar o âmbito privado com o público, por meio de softwares proprietários que permitem conexão entre si. "É uma forma de unir o novo ao legado", afirma a executiva da IBM. Na prática, explica, isso permitirá com que as teles modernizem suas estruturas, de maneira gradual, em direção a plataformas virtualizadas e que suportem novos modelos de rede.

"Como uma plataforma de nuvem híbrida, as operadoras tomam controle sobre a criação e monetização de novos serviços, protegendo sua posição na cadeia de valor da indústria", diz Marisol.

De acordo com a pesquisa "A Próxima Era das Telecomunicações", realizada pela IBM Institute for Business Value (IBV) e pela consultoria global Oxford Economics, 50% dos provedores de serviços de comunicações de alto desempenho acreditam que devem se tornar plataformas de nuvem estratégicas, que combinam um ecossistema de parceiros diversificado, e 59% concordam que devem se tornar nuvens seguras com inteligência artificial (IA) e automação. O estudo entrevistou, neste ano, 500 executivos globais do setor de telecomunicações, distribuídos em 21 países. Para 71% dos CEOs de teles, a computação em nuvem é a tecnologia que mais ajudará na entrega de resultados, dentro dos próximos dois a três anos; para 61%, será o 5G. Para angariar a confiança dos clientes, 60% dos CEOs acreditam que é preciso aprofundar-se na segurança e privacidade de dados.

Para Marisol, a transparência diante das informações dos clientes é um dos fatores fundamentais na evolução para a nuvem híbrida. "É preciso prover segurança a cada elemento que compõe a plataforma, como servidores, softwares e roteadores, por meio da adoção de metodologia de governança de segurança, que envolva pessoas e processos", afirma. "Uma vez implantada a solução que provê a segurança de todo o ambiente, deve-se criar sistema contínuo de monitoração de vulnerabilidades, o que garantirá a este ecossistema confiabilidade aos dados dos clientes", diz.

À medida que as teles incorrem em enormes custos para se prepararem para a computação de borda habilitada para 5G, como licenciamento de espectro, construção de infraestrutura e gerenciamento em tempo real da plataforma, essas empresas veem oportunidade crescente de gerar lucros: 91% dos provedores de serviços de comunicações de alto desempenho esperam superar expectativas financeiras atuais em cinco anos, como resultado do uso de computação edge (de borda). "Essas perspectivas podem ser superadas com a criação de aplicações, que aumentarão, diretamente, as receitas das operadoras", diz a líder da IBM.

Por Victória Navarro, Meio e Mensagem


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terça-feira, 29 de junho de 2021

Hiperdesemprego, nosso grande inimigo


Este é o Dragão a ser morto, como foi o da hiperinflação, monstro parido pelos sábios do tal milagre econômico.

 

Um dos princípios fundamentais da Lei das Probabilidades diz que quanto mais se repete uma experiência aleatória, mais a média dos resultados torna-se previsível. “Em outras palavras, a longo prazo, até o acaso mais completo dá origem a comportamentos médios que nada mais terão de aleatórios”, escreveu Mickaël Launay. Taí um cara que deveria ser mais conhecido por nós. Há menos de cinco anos este matemático francês lançou o livro Le Grand Roman des Maths (no Brasil, A Fascinante História da Matemática). Ele tem um popular canal no YouTube com mais de meio milhão de seguidores. Mas é no estudo das probabilidades, área em que fez doutorado, que habita sua grande paixão. E é isso que nos interessa aqui.


De forma assustadora, o Brasil dá sinais evidentes de que já convive com uma taxa de desemprego endêmica. Pior. Caminhamos para a Era do Hiperdesemprego. Da mesma maneira que a inflação endêmica nos levou à Era de Hiperinflação. O estrago é sabido por todos. E dura anos, muitos anos. Não estamos apavorados de forma mais contundente porque as mortes pela Covid e os freios provocados pela doença na economia foram fermento para a inércia em relação ao tema “mercado de trabalho” que, no final das contas, é o mercado de consumo. Com PIB em elevação (ninguém quer saber se a base era tão destruída ou que segue abaixo de qualquer comparativo internacional) e com Bolsa em alta (ninguém quer saber se a oferta global de crédito parou no topo da sociedade e virou combustível por ativos) nossa tragédia encontra-se esfumada.


Vamos escancará-la. No primeiro trimestre do ano somamos 14,8 milhões de pessoas sem emprego. Dá 14,7%. Os que preferem não enxergar dizem que todo começo de ano é assim. Não. Não é assim. O número é recorde. E minimizar é não entender a dor e a destruição de um emprego perdido ou não encontrado. Num prazo de 100 dias esse contingente cresceu 880 mil pessoas. Dá seis por minuto. Seguem outros ingredientes:


­— O número de desalentados (aqueles que desistiram de procurar emprego) soma 6 milhões de pessoas.

— A massa de trabalhadores subutilizados chega a 33,2 milhões de pessoas. Soma desempregados, desalentados, subocupados (que atuam menos de 40 horas por semana) e os que não trabalham por outros motivos (mulheres que cuidam dos filhos, por exemplo).

— A legião de trabalhadores informais é de 34 milhões de pessoas (39,6%), supera o de pessoas do setor privado em regime CLT (29,6 milhões). Se formassem um país na União Europeia ele teria a sexta maior população entre 28 nações e poderia estar tranquilamente jogando a Eurocopa.

— Para finalizar, o desemprego para quem não concluiu ensino médio é de 24,4% e entre os jovens (18 a 24 anos) é de 31%, duas vezes maior que a média.


O mundo pós-pandêmico indica que todos os setores, inclusive industriais, serão também prestadores de serviços. E que todos os segmentos exigirão ainda mais uso intensivo da tecnologia. Essa combinação tornará obrigatória uma massa trabalhadora mais qualificada – alguém ainda não desconfiou que no mundo dos carros elétricos a gente será mercado consumidor e não produtor? O futuro parece nos ter excluído da sua lista de convidados.


Combater o Hiperdesemprego nesse cenário exigirá o mesmo conjunto de fatores que tivemos para combater a Hiperinflação três décadas atrás. Essencialmente, um líder político de envergadura e um corpo técnico à altura. Bem. Chegamos ao ponto. A última das qualidades que a República Militar de Bolsonaro fornecerá vai ser esse duo. Como já nos ensinou Barão de Itararé, de onde menos se espera é dali que nada sai.


O matemático francês Launay praticamente encerra seu livro falando que não é só a repetição de experiências aleatórias que conduz a resultados previsíveis. “Os processos aleatórios têm múltiplas aplicações. E uma das mais férteis está na dinâmica das populações.” O exemplo que traz é de um grupo com 60% das pessoas de olhos escuros e 40% de olhos claros. Quanto mais gente houver com certa cor (olhos escuros, no caso), mais esse tom terá chances de reaparecer e aumentar ainda mais sua proporção no todo. Até que predominem amplamente pessoas de olhos escuros. “O processo se autoalimenta”, diz. Impossível ler isso e não pensar que em determinado momento da história nossa elite governante foi formada por 60% de idiotas. Hoje, o que temos é a autoalimentação da probabilidade. O aleatório se tornou previsível.

Por Edson Rossi, Revista Isto É Dinheiro    


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