quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Halloween: a curiosa origem do Dia das Bruxas

Dia das Bruxas é um festival ligado à cultura americana, mas celebrado atualmente em diversos países


Você sabe como surgiu o Dia das Bruxas, também conhecido mundialmente como "Halloween"?

 

Celebrado em 31 de outubro, é um feriado celebrado principalmente nos Estados Unidos, mas, hoje em dia, comemorado em diversos outros países, inclusive no Brasil.

Vêm se tornando cada vez mais populares hábitos como o de crianças se fantasiarem para sair de porta em porta atrás de doces (ou cometer travessuras, para os incautos que não se prepararam para receber os pequenos visitantes), espalhar enfeites e adereços "assustadores" pela casas e participar de festas a fantasia.

No entanto, o que se sabe sobre sua origem pouco tem a ver com o significado moderno que essa festa adquiriu - acredita-se que ela se deu há muitos séculos, na Europa, com raízes em um antigo festival celta.

De onde vem o nome do Halloween?

O Halloween tem suas raízes não na cultura americana, mas no Reino Unido. Seu nome deriva de "All Hallows' Eve".

"Hallow" é um termo antigo para "santo", e "eve" é o mesmo que "véspera". O termo designava, até o século 16, a noite anterior ao Dia de Todos os Santos, celebrado em 1º de novembro.

Mas uma coisa é a etimologia de seu nome, outra completamente diferente é a origem do Halloween moderno.

Como esta festa começou?

Desde o século 18, historiadores apontam para um antigo festival pagão ao falar da origem do Halloween: o festival celta de Samhain (termo que significa "fim do verão").

No entanto, o que se sabe sobre sua origem pouco tem a ver com o significado moderno que essa festa adquiriu - acredita-se que ela se deu há muitos séculos, na Europa, com raízes em um antigo festival celta.


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De onde vem o nome do Halloween?

O Halloween tem suas raízes não na cultura americana, mas no Reino Unido. Seu nome deriva de "All Hallows' Eve".

"Hallow" é um termo antigo para "santo", e "eve" é o mesmo que "véspera". O termo designava, até o século 16, a noite anterior ao Dia de Todos os Santos, celebrado em 1º de novembro.

Mas uma coisa é a etimologia de seu nome, outra completamente diferente é a origem do Halloween moderno.

Como esta festa começou?

Desde o século 18, historiadores apontam para um antigo festival pagão ao falar da origem do Halloween: o festival celta de Samhain (termo que significa "fim do verão").

Muitos destes rituais de adivinhação envolviam a agricultura. Por exemplo, puxar uma couve ou um repolho do solo por acreditar que seu formato e sabor forneceriam pistas cruciais sobre a profissão e a personalidade do futuro cônjuge.

Outros incluíam pescar com a boca maçãs marcadas com as iniciais de diversos candidatos e "ler" cascas de noz ou olhar um espelho e pedir ao diabo para revelar a face da pessoa amada.

A comida era um componente importante do Halloween, assim como de muitos outros festivais.

Um dos hábitos mais característicos envolvia crianças, que iam de casa em casa cantando rimas ou dizendo orações para as almas dos mortos. Em troca, elas recebiam bolos de boa sorte que representavam o espírito de uma pessoa que havia sido liberada do purgatório.

Durante o festival, as igrejas costumavam tocar seus sinos, às vezes por toda a noite. A prática era tão incômoda que o rei Henrique 3º e a rainha Elizabeth tentaram proibi-la, mas não conseguiram. Esse ritual prosseguiu, apesar das multas regularmente aplicadas a quem fizesse isso.

Como o festival chegou à América?

Em 1845, durante o período conhecido na Irlanda como a "Grande Fome", 1 milhão de pessoas foram forçadas a imigrar para os Estados Unidos, levando junto sua história e tradições.

Não é coincidência que as primeiras referências ao Halloween apareceram na América pouco depois disso. Em 1870, por exemplo, uma revista feminina americana publicou uma reportagem em que o descrevia como feriado "inglês".

A princípio, as tradições do Dia das Bruxas nos Estados Unidos uniam brincadeiras comuns no Reino Unido rural com rituais de colheita americanos. As maçãs usadas para prever o futuro pelos britânicos viraram cidra, servida junto com rosquinhas, ou doughnuts em inglês.

O milho era uma cultura importante da agricultura americana - e acabou entrando com tudo na simbologia característica do Halloween americano.

Tanto que, no início do século 20, espantalhos - típicos de colheitas de milho - eram muito usados em decorações do Dia das Bruxas.

Foi nos EUA também que a abóbora passou a ser sinônimo de Halloween. No Reino Unido, o legume mais "entalhado" ou esculpido era o turnip, um tipo de nabo.

Uma lenda sobre um ferreiro chamado Jack que conseguiu ser mais esperto do que o diabo e vagava como um morto-vivo deu origem às luminárias feitas com abóboras que se tornaram o principal símbolo do Halloween americano.

A tradição moderna de "doces ou travessuras" também é americana. Há indícios disso em brincadeiras medievais que usavam repolhos, mas pregar peças tornou-se um hábito nessa época do ano entre os americanos a partir dos anos 1920.

As brincadeiras podiam acabar ficando violentas, como ocorreu durante a Grande Depressão, e se popularizaram de vez após a 2ª Guerra Mundial, quando o racionamento de alimentos acabou e doces podiam ser comprados facilmente.

Mas a tradição mais popular do Halloween, de usar fantasias e pregar sustos, não tem qualquer relação com os doces.

Ela veio após a transmissão pelo rádio, nos Estados Unidos, de uma adaptação do livro Guerra dos Mundos, do escritor inglês H.G. Wells, que gerou uma grande confusão quando foi ao ar, em 30 de outubro de 1938.

Ao concluí-la, o ator e diretor americano Orson Wells deixou de lado seu personagem para dizer aos ouvintes que tudo não passava de uma pegadinha de Halloween e comparou seu papel ao ato de se vestir com um lençol para imitar um fantasma e dar um susto nas pessoas.

Mas a esta altura, muitos já pensavam que, assim como no livro, a terra estava realmente sendo invadida por marcianos.

E quanto ao Halloween moderno?

Hoje, o Halloween é o maior feriado não cristão dos Estados Unidos. Em 2010, superou tanto o Dia dos Namorados quanto a Páscoa como a data em que mais se vendem chocolates. Ao longo dos anos, foi "exportado" para outros países, entre eles o Brasil.

Por aqui, desde 2003, também se celebra nesta mesma data o Dia do Saci, fruto de um projeto de lei que busca resgatar figuras do folclore brasileiro, em contraposição ao Dia das Bruxas.

Em sua "era moderna", o Halloween continuou a criar sua própria mitologia.

Em 1964, uma dona de casa de Nova York chamada Helen Pfeil decidiu distribuir palha de aço, biscoito para cachorro e inseticida contra formigas para crianças que ela considerava velhas demais para brincar de "doces ou travessuras". Logo, espalharam-se lendas urbanas de maçãs recheadas com lâminas de barbear e doces embebidos em arsênico ou drogas alucinógenas.

Atualmente, o festival conserva pouco de sua origem, mas, apesar de ter ganhado nova roupagem, dá oportunidade para que adultos brinquem com seus medos e fantasias.

Ele permite subverter normais sociais como evitar contato com estranhos ou explorar o lado sombrio do comportamento humano. Une religião, natureza, morte e romance. Talvez seja esse o motivo de sua grande popularidade.

BBC


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quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Por uma cultura da tolerância: a tolerância como virtude



Hoje – com a pandemia ainda crescente provocada pelas múltiplas mutações do vírus da covid-19, a falta de vacinas e a descentralização de ações governamentais salvacionistas em prol da preservação da vida – a promoção de uma cultura de tolerância torna-se emergencial.

 

Se por um lado as pessoas não dialogam e não buscam por justiça social, por outro os negacionistas da ciência valem-se das redes sociais para instigar o linchamento virtual daqueles cidadãos que clamam pelo direito à vida.

Neste Brasil multirracial – que há séculos convive com o racismo (histórico e estrutural) e a discriminação contra negros, judeus, indígenas, ciganos e dissidentes políticos – fica difícil falarmos em uma política de intolerância zero, pois este “outro e velho” vírus tem raízes seculares. Por questões de gênero, etnia, religião ou classe social, milhares de cidadãos e cidadãs brasileiros, de qualquer faixa etária, são impedidos de viver com um mínimo de dignidade. Milhares sequer dispõem de água potável para beber e internet para conseguir estudar, enquanto outros clamam por oxigênio para respirar artificialmente, item imprescindível para sobreviver nas UTIs – Unidades de Tratamento Intensivo.

A situação de desequilíbrio estende-se para além da área da saúde adentrando o campo da cultura e da ciência, cujos conhecimentos são sufocados, negligenciados, negados. Hoje, além dos ataques virais provocados pelo vírus mutante Delta, somos também atropelados por discursos intolerantes disseminados por uma legião de racistas e negacionistas que sustentam a polarização que, por si só, corrói a democracia.

Em situações de crise – como esta que o Brasil vive, abalado pela ausência de diálogo e ações salvacionistas – constatamos que o excesso de polarização compromete a vida e negligencia a morte. A história tem demonstrado – principalmente no século XX, definido por Eric Hobsbawn como o “século das catástrofes e das incertezas” – que os governos totalitários e autoritários, muitos dos quais genocidas, se alimentaram das visões discordantes para implementar a violência e políticas de exclusão idealizadas para acuar, perseguir, isolar e, até mesmo, exterminar aqueles que não se encaixam no modelo idealizado como “normal”.

Sob este prisma – da intolerância – pergunto:

• como conhecer e legislar sobre a complexidade das relações humanas em situações de conflito?

• como transformar a polarização em ingrediente positivo, de respeito às distintas visões de mundo como pregam os regimes democráticos?

• como impedir que o povo e a democracia morram sufocados pela falta de oxigênio e pela ignorância dos nossos governantes?

Promover a cultura da tolerância exige muito mais que uma iniciativa individual ou de uma única instituição. Diz respeito à preservação de um bem coletivo: a liberdade de “ser” e de “estar-no-mundo”. Daí a importância da educação em Direitos Humanos, que, segundo Maria Victória Benevides, é de “natureza permanente, continuada e global, voltada para a mudança e visando à inculcação de valores… não deve ser apenas instrução, meramente transmissora de conhecimentos”. A meu ver, deve formar seres mais humanos. Portanto, precisamos investir nas mudanças de mentalidade, que – tanto no Brasil e outros tantos países da Europa e Américas – se faz delineada por preconceitos seculares decorrentes de fatores históricos.

É nesta direção, por exemplo, que os testemunhos dos sobreviventes do Holocausto e das ditaduras (militares ou civis, que ainda abalam este século XXI) podem contribuir para o bem-estar da humanidade pois exigem uma compreensão histórica de direitos humanos, que, por sua vez, nos remete ao reconhecimento do direito à vida. Nestes tempos sombrios de pandemia, novos cenários históricos se estabelecem, novos fantasmas ou inimigos-objetivos (como muito bem definiu Hannah Arendt) emergem, novos embates e desafios surgem. Novas gerações nascem e as lições do passado recaem também sobre elas exigindo um exercício permanente de memória, não necessariamente de via única quanto a suas interpretações. Haverá bifurcações e encruzilhadas, e a educação, nesse sentido, é um instrumento de transformação.

Estes tempos de isolamento social forçado pela pandemia nos instigam a retomar o conceito de tolerância que, ainda que dúbio, deve ser interpretado como uma virtude. Conceito que, se não for bem compreendido no contexto das relações humanas, pode ser acionado a um des(serviço) da sociedade que pretende salvar vidas e alcançar a democracia plena, ainda que essa plenitude seja utópica. O fato de a democracia liberal prever a liberdade de escolha não quer dizer que temos total conhecimento da verdade e anulação das práticas intolerantes. Ao contrário, abre espaço para as novas formulações racistas e para o uso sistemático de fake news que distorcem a realidade valendo-se de falsas imagens e falsas palavras. Não devemos confundir liberdade de expressão (um dos fundamentos da democracia) com liberdade de agressão ao Outro. Aliás, esta é “a diferença entre a vida selvagem e a vida civilizada”, como enfatizou o advogado Celso Mori.

Ao defender o direito à liberdade de expressão sem limites, os movimentos racistas entram pelas fissuras da democracia fragilizada e proliferam seus discursos de ódio, assim como problematizou Pierre-André Taguieff (1987) em sua obra La Force du Préjugé. Essai sur le Racisme et ses Doubles. Com isso, quero dizer que racistas fanáticos não são personagens exclusivos dos estados totalitários e nem de um passado tão longínquo. Ódio e violência sem limites funcionam como impulsos para a ação de indivíduos que ignoram o diálogo, a ética e o significado da dignidade humana. Revisitando o nosso passado e avaliando a atual crise humanitária vivenciada pelo povo brasileiro, pergunto: “aonde esse ser humano irresponsável pode chegar?”.

Avaliando a retórico dos discursos totalitários e populistas endossados tanto por grupos de direita como de esquerda, e principalmente após os anos de 1980, percebemos que houve um deslocamento do eixo de argumentação: de raça para etnia/cultura, da ideia de desigualdade para o apelo ao direito à diferença. Enfim, as metáforas biológicas e zoológicas foram substituídas por vocábulos da cultura, religião, tradição e imaginários conjugados. Assim, para melhor compreendermos como se processam certas mudanças mentais ou como se dá a construção do fanatismo, precisamos estar atentos às persistências e ambiguidades dos discursos.

Infelizmente não conseguimos adentrar no século XXI ilesos de fobias construídas pelos inimigos da democracia e negacionistas da ciência. Valendo-se de falsas ideias e levando à configuração de perigos e mundos imaginários, os novos racistas investem na visão falseada da realidade que ainda se alimenta de mitos: o mito da conspiração judaico-comunista, o mito da democracia racial, o mito do perigo estrangeiro, o mito do indígena indolente e do negro inferior por sua “raça”. Lembro aqui que tais afirmativas se faziam fundamentadas em uma pseudociência que ganhou seguidores a partir da segunda metade do século XIX até o final da Segunda Guerra Mundial. Nada mais do que um de pseudocientistas que sustentaram a teoria das raças superiores versus inferiores, apresentando-se como especialistas com alto padrão de conhecimento, apesar de não disporem da aplicação de métodos científicos confiáveis. Parece-me que hoje eles voltaram sob novas roupagens.

Favorecidos pelos novos meios de comunicação e, ao mesmo tempo, pela ignorância que persiste sobre o nosso passado histórico, os hackers invasores (racistas, xenófobos e os pseudocientistas) ganham, cada vez mais, espaço no mundo globalizado. Uns agem por conta própria; outros, induzidos por um movimento e/ou partido político; outros falam em “nome da fé” ou de um “gabinete do ódio”.

Fundamentados na “doutrina da salvação nacional” [sic] e alimentados por distintos mitos políticos, os populistas, os racistas e os pseudocientistas têm como referência a sociedade do “caos e da desordem”, a serem combatidos “por eles”, salvadores da pátria. Ao criticarem a realidade em que vivem, a definem como imperfeita, (re)desenhando “novas paisagens” para um mundo novo que não precisa do diálogo, nem da ciência, nem da cultura. A superposição destes argumentos gera situações de conflitos e dificulta as possibilidades de convivência pacífica e de tolerância. E, em todas as situações, o racismo, a xenofobia, o nacionalismo exacerbado e a pseudociência se prestam como instrumento de poder e coação. O fato é que, neste século XXI, a intolerância retornou com novas roupagens e fortalecida pelas mesmas mentiras, com a diferença de que, agora, elas circulam pela internet e pelos nossos celulares. Daí a importância de investirmos no campo da educação em prol de uma cultura da tolerância (como uma virtude), postura geradora do diálogo, da convivência e do respeito à diversidade.

Maria Luiza Tucci Carneiro, Jornal da USP


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