quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Premiê britânico diz que “era de ouro” do Reino Unido com a China acabou


O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, disse nesta segunda-feira que a chamada “era de ouro” das relações com a China acabou, dizendo que o desafio sistêmico de Pequim aos interesses e valores do Reino Unido está ficando mais grave.

Em seu primeiro grande discurso de política externa, Sunak disse que a abordagem do Reino Unido em relação à China precisa evoluir e que Pequim está “competindo conscientemente pela influência global usando todas as alavancas do poder do Estado”.

“Vamos ser claros, a chamada ‘era de ouro’ acabou, junto com a ideia ingênua de que o comércio levaria a reformas sociais e políticas”, disse Sunak no distrito financeiro de Londres, fezendo referência à descrição feita pelo ex-ministro britânico das Finanças George Osborne sobre os laços entre chineses e britânicos em 2015.

Alguns membros de seu Partido Conservador criticaram Sunak, considerando-o menos agressivo em relação à China do que sua antecessora Liz Truss. No ano passado, quando era ministro das Finanças, ele pediu uma estratégia diferenciada para a China para equilibrar as preocupações com os direitos humanos enquanto expandia os laços econômicos.

No entanto, uma reunião planejada entre Sunak e o presidente da China, Xi Jinping, na cúpula do G20 deste mês em Bali fracassou e, na semana passada, Londres proibiu câmeras de segurança de fabricação chinesa em prédios governamentais sensíveis do Reino Unido.

“Reconhecemos que a China representa um desafio sistêmico aos nossos valores e interesses, um desafio que se torna mais agudo à medida que avança para um autoritarismo ainda maior”, disse ele, referindo-se à declaração da BBC de que um de seus jornalistas foi agredido pela polícia chinesa.

“Claro, não podemos simplesmente ignorar a importância da China nos assuntos mundiais — para a estabilidade econômica global ou questões como a mudança climática. Os EUA, Canadá, Austrália, Japão e muitos outros também entendem isso.”

Sunak disse que o Reino Unido precisa adotar a mesma abordagem de longo prazo de seus adversários e concorrentes, como Rússia e China.

“Diante desses desafios, o curto prazo ou o pensamento positivo não serão suficientes. Não podemos depender de argumentos ou abordagens da Guerra Fria, ou mero sentimentalismo sobre o passado”, afirmou.

Revista IstoÉ, Reuters, David Milliken, reportagem de David Milliken e Michael Holden

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domingo, 27 de novembro de 2022

O impacto ambiental do consumismo na Black Friday


Data originada nos EUA e exportada para outros países gera um verdadeiro frenesi de compras mundo afora. E a sedução das promoções representa um grande fardo para o meio ambiente, apontam especialistas.

A temporada de caça às pechinchas começou. Ou pelo menos é o que dizem por aí. Todos os anos, no final de novembro, os varejistas bombardeiam clientes em potencial com e-mails e anúncios sobre preços reduzidos na esperança de liquidar seus estoques antes do Natal.

Nos Estados Unidos, onde se originou a chamada Black Friday, o frenesi de compras costuma gerar lucros de bilhões de dólares em um único dia, com receitas aumentando a cada ano.

Mas nos últimos anos, a moda também pegou em outros países. E apesar de muitos consumidores ficarem entusiasmados com os grandes descontos, a extravagância de vendas vem acompanhada de um preço muito alto para o meio ambiente.

Aumento das emissões

"A Black Friday é uma tendência extremamente preocupante", afirma Phil Purnell, professor de Materiais e Estruturas da Escola de Engenharia Civil da Universidade de Leeds, no Reino Unido.

"O consumo tem um enorme impacto ambiental, não apenas em termos de poluição gerada durante a mineração e no esgotamento dos recursos naturais para criar as coisas que compramos, mas também em termos de carbono liberado no transporte", explica.

Cada vez mais as compras da Black Friday acontecem online, com um dia especialmente dedicado a prolongar o frenesi do consumismo: a Cyber Monday. E já que comprar online envolve entrega, isso implica uma pegada de carbono muito maior do que comprar em lojas físicas.

O setor de transporte global responde atualmente por até 4% das emissões mundiais. Já as emissões da indústria marítima global sozinhas, segundo estimativas do Parlamento Europeu, podem aumentar até 17% até 2050.

As temporadas de compras da Black Friday e do Natal, quando ofertas como frete grátis e devoluções gratuitas são comuns, contribuem para esse problema.

"Nossa pesquisa mostra que 400 mil toneladas de CO2 serão liberadas na atmosfera como resultado do transporte gerado pela Black Friday no Reino Unido somente neste ano", diz Purnell.

Um relatório de 2021 do site de comparação de preços britânico Money.co.uk confirma a projeção. Estima-se que as entregas das vendas da Black Friday liberem mais de 429 mil toneladas métricas de emissões de gases de efeito estufa. Isso equivale a 435 voos de ida e volta de Londres a Nova York. Ou cerca de 0,12% do total de emissões anuais do Reino Unido em um ano comparável.

Contra o desperdício, não compre

No entanto, Purnell diz que o volume de CO2 emitido pelo transporte de mercadorias é "absolutamente trivial" em comparação com o que é liberado durante a fabricação dos produtos.

"Produzir um laptop médio libera de 100 a 200 quilos de CO2 na atmosfera, e um tablet médio provavelmente libera 50 quilos", disse ele. "E comprar uma camisa libera muitas vezes mais quilos de CO2 do que o que a camisa pesa."

Sem contar que muito do que se compra na época da Black Friday não está destinado a ter uma vida muito longa. Um estudo de 2019 descobriu que até 80% dos plásticos e têxteis domésticos acabam em aterros sanitários ou são incinerados.

Vivendo além de nossos meios

Mas por que compramos coisas de que realmente não precisamos – especialmente à luz da crescente consciência ambiental?

"As pessoas gostam de fazer compras. Há uma dimensão psicológica nisso. Estamos tentando preencher um vazio, estamos tentando preencher uma necessidade emocional”, avalia o fundador e presidente da Global Footprint Network, Mathis Wackernagel, acrescentando que as restrições de recursos que andam de mãos dadas com as mudanças climáticas são "uma verdade inconveniente".

Mesmo assim, isso precisa ser dito, continua Wackernagl, já que o mundo está usando recursos a uma velocidade 75% mais rápida do que a da capacidade da Terra de renová-los.

De acordo com a Global Footprint Network, se todos no planeta vivessem como cidadãos na Alemanha, precisaríamos dos recursos de pelo menos três Terras. E se todos consumissem tanto quanto as pessoas nos Estados Unidos, precisaríamos de cinco Terras.

Purnell acredita que as pessoas "consumam na empolgação, pelo aumento da endorfina" e pelas boas sensações que isso traz. "Portanto, precisamos encontrar maneiras alternativas e menos prejudiciais de dar essa satisfação às pessoas."

Repensando nossos valores

Para Wackernagel, consumir menos é uma questão de interesse de todos. "Cada euro que gastamos em algo que não nos ajuda a tornar nossas vidas mais valiosas, em um mundo de mudanças climáticas e restrições de recursos, é gasto na construção de nosso próprio fim."

Ele quer que a discussão sobre mudanças climáticas e restrições de recursos mude da responsabilidade moral individual para uma maneira mais pragmática de pensar sobre o que é melhor para nós mesmos e qual é a coisa certa a fazer.

"Isso termina com a ansiedade. É como escovar os dentes", disse, explicando que aprendemos a fazer isso porque faz bem à saúde. "O mesmo deve ser aplicado para manter nosso planeta saudável. Vamos aprender a consumir menos porque é simplesmente o que faz sentido no clima atual."

Para Purnell, também se trata de mudar os modelos de negócio. "Ainda temos uma economia dominada por empresas que ganham dinheiro essencialmente extraindo coisas do solo, transformando-as em produtos, vendendo-as e depois persuadindo as pessoas de que precisam comprá-las novamente."

Green Friday e outras alternativas

Um número cada vez maior de empresas está boicotando a Black Friday alegando razões ambientais, ou pelo menos oferecendo alternativas.

A varejista suíça de bolsas e acessórios Freitag, por exemplo, quer mudar a Black Friday "de um dia de compras para um dia de trocas". A empresa decidiu fechar todas as suas lojas online durante esse período e, em vez disso, abrir lojas de troca em todo o mundo, onde as pessoas podem trocar suas bolsas antigas em vez de comprar novas.

A varejista americana Patagonia, especializada em vestuário outdoor, também não está participando das vendas da Black Friday deste ano. Em vez disso, ela decidiu doar 100% de suas vendas durante o fim de semana da Black Friday para causas ambientais.

E durante todo o mês de novembro, a empresa de marcas de beleza Deciem vem anunciando através de seus canais de mídia social o chamado "slow shopping", a fim de aumentar a conscientização sobre os impactos negativos da Black Friday.

Enquanto isso, a Green Friday, ou "Sexta-feira Verde", que promove compras responsáveis, como em pequenas lojas locais ou de itens de segunda mão, também está ganhando força como alternativa.

Wackernagl aplaude as novas tendências. "Precisamos construir um desejo de mudar nosso comportamento em vez de pressionar as pessoas pelo aspecto moral. Trata-se de criar experiências positivas em torno de consumir menos. Isso irá trazer a mudança de que precisamos para nos adaptarmos a um mundo de mudanças climáticas e recursos limitados", conclui.

DW, Anne-Sophie Brändlin

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