quinta-feira, 28 de setembro de 2017

A transformação da governança no Brasil


O Brasil encontra-se no meio de uma transformação com potencial de mudar significativamente sua governança. A maioria dos observadores concorda que o país não será o mesmo depois da operação Lava-Jato. No cerne dessa transformação está o fim da impunidade para políticos e para a elite econômica do país e a demanda dos cidadãos por melhores serviços e um governo mais transparente. Essa transformação pode mudar os estímulos para os políticos e traz consigo a oportunidade de um Brasil onde os esforços são recompensados mais do que as conexões, e onde serviços de qualidade estejam disponíveis para todos e não apenas para poucos privilegiados. Um Brasil com boa governança pode gerar os resultados almejados por toda a sociedade: cidadãos livres da ameaça de violência (segurança), promoção do crescimento e prosperidade compartilhada (equidade). Esse Brasil tem todas as possibilidades de alcançar os países de alta renda e romper o ciclo de baixa produtividade que já dura trinta anos.
Para chegar lá, no entanto, o país precisa enfrentar vários desafios. A impunidade entre os políticos precisa acabar e as investigações devem seguir sem interferência política. Ao mesmo tempo, as instituições de controle precisam abrir espaço para que servidores públicos honestos possam agir sem medo. Isso significa ir além das verificações de conformidade formal para enfatizar também os resultados e o desempenho. O Estado de direito depende de um equilíbrio cuidadoso entre os poderes do Executivo e os dos órgãos de repressão ao crime. O Brasil ainda busca esse ponto de equilíbrio, necessário não apenas para o fortalecimento das instituições democráticas do país, mas também para criar as condições para o crescimento econômico.
As exigências dos cidadãos por serviços melhores e mais transparência estão levando a uma redução da tolerância a privilégios e a tratamentos especiais dispensados a grupos de interesses específicos. O teto de gastos aprovado pelo Congresso no fim de 2016 talvez seja uma forma de atar as mãos dos políticos para que a natureza de suas escolhas (tradeoffs) seja conhecida pela população. Outras reformas microeconômicas, como a TLP, estão reduzindo as oportunidades de buscar privilégios e subsídios. Essas reformas precisam continuar para facilitar a transição de uma política baseada na troca de favores para o foco em resultados. Não é fácil, mas é o caminho para a boa governança.
É nesse contexto que o Banco Mundial organiza na quinta-feira um workshop sobre Governança e Desenvolvimento, em conjunto com a Câmara dos Deputados e o Tribunal de Contas da União. O workshop oferece a oportunidade de aprender com as experiências globais de superação de restrições ao desenvolvimento causadas pela governança. De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Mundial (WDR na sigla em inglês) de 2017, elaborado pelo Banco Mundial, os seguintes elementos-chave caracterizam as experiências bem-sucedidas:
» O aumento do nível de ensino e a melhoria do padrão de vida podem empurrar o equilíbrio político na direção de um governo mais transparente e responsável. Cidadãos ativos e informados tendem a exigir serviços de maior qualidade.
» A mudança acontece quando se alteram os incentivos daqueles que detêm o poder para que entreguem serviços melhores e mais inclusivos. Os políticos mudam quando enxergam benefícios na mudança. E essa crença pode ser autorreforçada, levando a uma nova forma de se fazer política.
» Os políticos e os cidadãos também precisam entender que ninguém está acima da lei. Porém, o Estado de Direito precisa ir além do cumprimento e da aplicação da lei. Os servidores públicos precisam de autonomia para produzirem resultados.
» As transformações mais bem-sucedidas de governança são baseadas no diálogo mais do que no confronto e, na maioria das vezes, demandam que esse diálogo seja constante para que as transformações não se percam.
Transparência e responsabilização (accountability) estão no cerne de todas as transformações de governança, ainda que instituições específicas não possam ser facilmente copiadas. A atual transformação da governança no Brasil já está gerando lições significativas para outros países e pode, no futuro, ser uma vantagem competitiva. É importante que ela seja concluída com sucesso, não apenas para o Brasil, mas para a região e o mundo inteiro.

Por Deborah Wetzel (Diretora Global de Governança do Banco Mundial) e Martin Raiser (Diretor do Banco Mundial), no Correio Braziliense


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12) Estrela vermelha: à sombra de Maiakovski


13) Amor e ódio


14) O juiz, a comédia


15) Planejamento estratégico Quasar K+


16) Tiradentes, o mazombo – 20 contos dramáticos


17) As 100 mais belas fábulas da humanidade