EPA/OLIVER KILLIG |
O oficial que evitou em 1983 uma guerra nuclear entre a União
Soviética e os Estados Unidos, Stanislav Petrov, morreu aos 77 anos em sua casa
nos arredores de Moscou.
"Sim, ele morreu em
maio", disse o Dmitri Petrov, filho do militar, à imprensa local nesta
terça-feira.
A morte não tinha sido
divulgada até então pela família de Petrov e só foi revelada depois de um
cineasta alemão ter ligado para o militar no início de setembro para
parabenizá-lo pelo aniversário.
O histórico incidente do qual
Petrov foi protagonista ocorreu na noite de 25 de setembro de 1983, perto de
Moscou. Não fosse a atuação do oficial, poderia ter havido uma guerra nuclear
entre as duas principais potências mundiais da época.
Petrov estava de guarda em um
centro de comando do sistema de alerta de ataques com mísseis da defesa aérea,
quando os equipamentos elétricos deram um falso aviso de lançamento de foguetes
intercontinentais dos EUA contra alvos soviéticos.
No entanto, o oficial não
confiou nos equipamentos. Após checar os dados, conseguiu encontrar o erro e
desativar a tempo o sistema de alerta de ataque nuclear.
Apesar de a URSS ter sido
classificada como o "Império do Mal" pelo então presidente americano,
Donald Reagan, Petrov se negou a acreditar que a III Guerra Mundial estava
começando. Sua reação de revisar os equipamentos evitou uma hecatombe nuclear.
Petrov, que recebeu meses
depois uma das principais honrarias do Exército da União Soviética, nunca
contou nada a sua família. A proeza se manteve em segredo até a queda do
regime, em 1991.
Ele jamais se considerou um
herói e afirmava que simplesmente tinha feito seu trabalho.
A história de Petrov, na
época um tenente-coronel de 44 anos, é contatada no documentário "O Homem
que Salvou o Mundo", que estreou em 2014.
EFE
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