As escolas de ensino fundamental da
rede municipal de São Paulo incluirão o tema desenvolvimento sustentável no
currículo a partir de 2018. De acordo com a Organização das Nações Unidas para
a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), parceira da Secretaria Municipal de
Educação neste projeto, a cidade é pioneira ao contemplar esta questão com o
objetivo de aprendizagem. O material produzido para as aulas – como vídeos e publicações
para os professores – foi apresentado hoje (15) em evento na capital paulista.
“O currículo serve para a gente pensar que
tipo de sociedade queremos para frente, que tipo de cidadão a gente quer
preparar, para que ele possa intervir no mundo em que vive”, explicou o
secretário de Educação, Alexandre Schneider. A educação faz parte dos Objetivos
para o Desenvolvimento Sustentável (ODS), um conjunto de 17 metas assumidas por
193 estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) a serem cumpridas
até 2030. “É um compromisso que o Brasil assumiu e é um bom guia para esse
processo de formação”.
Para Felipe Felisbino, coordenador de
Educação Ambiental e Temas Transversais da Educação Básica do Ministério da
Educação (MEC), a inclusão é um avanço, tendo em vista que os parâmetros
curriculares mais antigos apenas sugeriam a abordagem desses temas. “Os ODSs
estarão nos objetivos de aprendizagem de cada área de conhecimento. São Paulo
dá muitos passos adiante na concepção de um novo currículo, tratando com muita
seriedade temáticas sociais e, dentre elas, a principal: sustentabilidade, que
perpassa pelo direito humano, pelo consumo sustentável”, disse.
Filmes produzidos pela Unesco
A série em vídeo produzida para
crianças entre 7 e 11 anos contempla oito dos 17 ODS, entre eles Fome Zero e
Saúde Sustentável, Saúde e Bem-estar, Educação de Qualidade e Água Potável e
Saneamento. Os filmes têm duração de até dois minutos e meio e foram produzidos pela Unesco
no Brasil em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da
Educação.
A representante interina da Unesco no
Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto, que é também diretora da área
programática da entidade, destaca que a posição de São Paulo é um exemplo para
outros municípios. “Nós percebemos que só existe uma maneira de contribuir para
a transformação do mundo e é sempre pela ação. As ideias comovem, mas exemplos
arrastam. São eles que efetivamente transformam. Nós nos encarregaremos de
ajudar a difundir esse exemplo”, disse.
De acordo com Schneider, a comunidade
escolar discute agora as mudanças no currículo, mas o tema desenvolvimento
sustentável, como é um objetivo de aprendizagem, estará mantido na proposta. A
medida envolverá cerca de 450 mil alunos do ensino fundamental.
Por Camila Maciel, da Agência Brasil
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