Uma pesquisa inédita do SPC Brasil e da Confederação Nacional de
Dirigentes Lojistas (CNDL) mostra que o consumo colaborativo vem crescendo no
país. Segundo a pesquisa, 40% dos brasileiros, por exemplo, já trocaram a
hospedagem em hotel por casas de terceiros.
A hospedagem em casa de terceiros é uma das formas mais conhecidas de
consumo colaborativo e foi apontada por 40% dos entrevistados como uma das mais
usadas. As caronas para o trabalho ou a escola (39%) , o aluguel de roupas
(31%) e o de bicicletas (17%) são as demais formas de consumo compartilhado
mais buscadas pelos brasileiros.
De acordo com o estudo, 79% dos consumidores disseram que a economia
compartilhada torna a vida mais fácil e 68%, que podem passar a adotá-la em no
máximo dois anos. A vantagem dessa forma de consumo é a economia de dinheiro
(segundo 47% dos entrevistados) e evitar o desperdício (46%) , mas 47%
apontaram a falta de confiança nas pessoas como barreira para a adoção desse
modo de consumo. No geral, 71% dos consumidores disseram que ações de economia
compartilhada podem enfrentar problemas no Brasil pelo fato de as pessoas não
serem confiáveis.
“Os resultados indicam que os brasileiros começam a despertar interesse
pelo consumo colaborativo, ao qual ainda aderem de maneira tímida. Talvez
porque a economia compartilhada traduza, essencialmente, um jeito novo de
encarar as coisas, e nem sempre as pessoas estão abertas a mudanças tão
significativas em seus hábitos de consumo”, destacou o presidente da CNDL,
Honório Pinheiro.
Entre as práticas de consumo colaborativo que os brasileiros nunca
adotaram, mas às quais se mostram propensos a aderir, está o aluguel de
bicicletas e o compartilhamento do ambiente de trabalho (co-working),
ambos apontados por 36% dos entrevistados.As práticas que despertam menos
interesse são as de hospedagem de animais de estimação em sua própria
residência (41%) e o cohousing, aluguel de casa com espaço e
recursos compartilhados (37%) .
“O consumo colaborativo é uma poderosa força econômica e cultural em
curso capaz de reinventar não apenas o que consumimos, mas principalmente a
forma como consumimos as coisas. Evidentemente, tanto quem oferece um serviço
quanto quem contrata assume riscos, mas com o crescimento dessa prática,
naturalmente, surgem mais mecanismos de salvaguardas despertando mais confiança
entre seus usuários”, disse a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawaut.
A pesquisa foi feita em todas as capitais do país com 607 consumidores
de idade igual ou superior a 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes
sociais. A margem de erro é de 4 pontos percentuais, com margem de confiança de
95%. A íntegra da pesquisa pode ser conferida em https://www.spcbrasil.org.br/pesquisas.
Por Elaine Patricia Cruz, da Agência Brasil
![]() |
Para saber sobre o livro, clique aqui. |