terça-feira, 22 de novembro de 2016

Auxiliar governadores incompetentes não é premiar a irresponsabilidade fiscal?


Planalto discute plano para socorrer estados
O governo federal prepara uma operação de socorro aos estados, que enfrentam forte crise financeira. Os contornos desse programa, contudo, ainda não estão definidos. O minis-trochefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que uma das alternativas é usar parte dos R$ 100 bilhões que devem ser devolvidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro Nacional até 2018. A ideia, porém, foi descartada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Em Nova York, onde cumpriu agenda de reuniões com banqueiros e investidores, Meirelles disse que os recursos não constituem receita primária que possa ser repartida com os governos estaduais.
“A devolução é uma mera operação financeira entre o BNDES e a União para diminuir a dívida pública", afirmou o ministro da Fazenda. Segundo ele, a solução para os problemas dos estados pode seguir o modelo usado pela Petrobras, que prevê a venda de ativos. O porta-voz da Presidência da República, Alexandre Parola, anunciou que, na próxima terça-feira, o ministro terá reunião com governadores, no Ministério da Fazenda, para tratar da crise. “Com base na evolução das discussões, o próprio presidente Michel Temer manterá encontro com os governadores, de modo a construir uma solução conjunta que respeite e garanta o equilíbrio fiscal que está sendo buscado pela União", afirmou o portavoz.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, Padilha disse que somente os recursos advindos do programa de regularização de bens e capitais mantidos por brasileiros no exterior serão insuficientes para restaurar o equilíbrio fiscal dos estados.
“O presidente tem notícias de que a área econômica já identificou fontes (de recursos) e está cuidando é da questão da legalidade”, disse o chefe da Casa Civil. A legislação veda financiamentos da União a entes federados e a própria devolução dos recursos do BNDES ao Tesouro depende de aval do TCU.
Na administração de Dilma Rousseff, o Tesouro emitiu títulos em favor do banco de fomento com a finalidade de alavancar empréstimos ao setor produtivo e estimular a economia, o que acabou não surtindo efeito. A previsão é de que uma primeira parcela de R$ 40 bilhões seja restituída pelo BNDES ainda este ano. Os R$ 60 bilhões restantes seriam entregues em outras duas parcelas, uma em 2017 e outra em 2018. O relator do processo no TCU, Ministro Raimundo Carreiro, já sinalizou, em seu relatório, que o governo terá de demonstrar que os R$ 100 bilhões serão efetivamente utilizados no resgate de títulos públicos no mercado.
Corte no salário
0 ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disseque vai abrir mão de quase dois terços do salário de R$30.934,70. Segundo ele, a renúncia, “uma decisão pessoal e irrevogável", visa adequar a remuneração ao teto do funcionalismo, que é de R$ 33.763. Além do salário de ministro, Padilha recebe R$ 19.389,60 por mês, de aposentadoria do Instituto de Previdência do Congresso, pelos mandatos que exerceu como deputado federal. A decisão foi anunciada um dia após o jornal 0 Globo mostrar que, além dele, outros dois ministros recebem acima do teto: Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, e Osmar Terra, do Desenvolvimento Social.

O Imparcial/MA
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