quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Profissionais da saúde superam os da segurança nas eleições deste ano


Numa eleição municipal atípica nos 5.569 municípios brasileiros, ainda sob o impacto da pandemia de covid-19, o número de candidatos do setor da saúde que querem entrar para a política superou o de profissionais do setor de segurança inscritos na disputa. Houve, por exemplo, expressivo aumento, de 43,6%, do número de técnicos de enfermagem que se candidataram para os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador no pleito deste ano em comparação com 2016, conforme levantamento feito pelo Valor na base de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


No total, 16.789 candidatos do setor de saúde vão disputar neste ano, um número que supera os 11.817 profissionais que atuam em áreas afins à segurança pública (policiais civis e militares, militares reformados, profissionais das Forças Armadas e vigilantes).

O levantamento considera somente as profissões da saúde que possivelmente estiveram na linha de frente do combate à covid-19, em especial técnicos em enfermagem, enfermeiros e médicos, não contabilizando, por exemplo, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, odontólogos, entre outros.

Sob o efeito nefasto da onda de coronavírus no Brasil, 2.716 médicos entraram na disputa, sendo que 748 deles (27,5%) almejam o cargo de prefeito, 594, de vice-prefeito e 1.375, de vereador. É também expressivo o número de agentes de saúde e sanitaristas candidatos (3.851), sendo que a maioria esmagadora (98%) disputa uma cadeira nas câmaras municipais.

São enfermeiros 3.886 candidatos: 104 concorrem ao cargo de prefeitos e 148 estão nas chapas como vices. A maioria expressiva dos enfermeiros, 93,5%, será candidata a vereador.

Nas eleições municipais de 2016, o número de candidatos médicos e enfermeiros já era relevante, mas em ambos os casos houve um crescimento de 7,5% e 4,1%, respectivamente, do volume total e candidaturas neste pleito atual.

Com o intuito de partidos da extrema direita e da esquerda de polarizar e nacionalizar a disputa, destaca-se o aumento do número de candidatos que se apresentam como militares reformados: 1.737. O governo Bolsonaro foi inundado por militares, conforme constatou a Secretaria-Geral de Controle Externo do Tribunal de Contas da União (TCU) em pesquisa feita em julho deste ano. Há 6.157 militares em funções civis. No Ministério da Saúde, que passou a ser comandado por um general, Eduardo Pazuello, o terceiro titular da pasta no período da pandemia, estão empregados 1.249 militares.

Entre os candidatos militares reformados, 99 disputam a prefeitura, 125 concorrem à vaga de vice-prefeito e o restante deles, 87% do total, querem se tornar vereadores.

Na onda militar embalada pela extrema direita, houve aumento de quase 12% do número de candidatos policiais militares quando se compara o pleito deste ano com 2016. Dos 3.577 policiais militares que são candidatos, só 193 querem o cargo de prefeitos e quase a totalidade, 89%, se candidataram ao cargo de vereador.

Na contramão do aumento de candidatos de praticamente todas as áreas de profissionais da segurança, houve um decréscimo de 10,3% dos policiais civis nesta disputa municipal, em relação ao pleito anterior. Em 2016 havia 1.025 policiais civis candidatos, e neste ano o volume caiu para 919. Já a candidatura de vigilantes continua a representar um volume surpreendente e cresceu 7% em relação a 2016: 4.673 deles estão no jogo eleitoral, um número quase equivalente ao total de técnicos de enfermagem que querem disputar poder político sobretudo nos legislativos municipais

Por Malu Delgado, no Valor Econômico  

 

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