segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Dia do planejamento financeiro: saiba como organizar as finanças pessoais na crise

 


Especialistas comentam sobre a importância de se preparar para imprevistos e dão dicas sobre como reduzir gastos em busca da estabilidade financeira

 

O dia 4, que antecede a Semana Mundial do Investidor (World Investor Week, em inglês), é globalmente conhecido como o dia do planejamento financeiro. Ela foi lançada em 2017, com o propósito de conscientizar as pessoas sobre a importância de saber gerenciar as suas finanças.

Em paralelo, o atual cenário de crise causado pela pandemia do novo coronavírus, não só abalou os mercados globais, como pegou o bolso de quase toda a população mundial de surpresa. Em um curto espaço de tempo, milhares de pessoas perderam o emprego e tiveram suas fontes de receita afetadas.

Não à toa, de acordo com um estudo realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas, 82,8% dos entrevistados afirmaram ter sido impactados financeiramente durante a pandemia. O dado, além de mostrar uma das variadas consequências da crise, evidencia a dificuldade que as pessoas têm em construir um planejamento capaz de equilibrar as receitas e as despesas pessoais.

Para o consultor financeiro André Aragão, o momento adverso serviu para fazer as pessoas refletirem sobre os seus gastos de acordo com o padrão de vida de cada um.

"Antes, muitas pessoas estavam aceleradas, usando o cartão de crédito para parcelar compras em 5, 10 vezes, e acabavam criando dívidas. No momento em que surgiu a pandemia, elas pararam e começaram a perceber que devem viver uma realidade que esteja de acordo com o seu ganho mensal. Isto é, gastar de acordo com o que o seu bolso permite e não com a aposta do que ela terá no futuro.", afirmou.

Segundo o especialista em educação financeira da Creditas, Otávio Machado, o cenário de pandemia também estimulou a discussão de um outro assunto. Para ele, além de despertar uma preocupação maior com o dinheiro, a crise de covid-19 instigou a busca por alternativas de investimentos com baixo risco.

"As pessoas viram como é importante ter uma reserva de emergência. Ou seja, nós entendemos a necessidade de estar preparado para algum tipo de imprevisto, principalmente porque tivemos a certeza de que não sabemos quando ele vai acontecer e nem em qual magnitude.", ressaltou.

Na opinião da sócia e diretora da Alocc Gestão Patrimonial, Sigrid Guimarães, a pandemia está sendo um grande aprendizado para quem não tinha o hábito de poupar. Para ela, constituir um colchão de liquidez e segurança é fundamental na hora de organizar a vida financeira.

"Em uma crise, ter o dinheiro na mão para utilizar a qualquer momento acaba sendo necessário. O ideal é que a pessoa tenha um colchão que consiga cobrir o custo de vida por 3 anos. Menos do que isso acaba sendo pouco, principalmente se pensarmos que estamos vivendo uma pandemia há 6 meses.", afirmou Sigrid.

Estabelecer limites de consumo e criar um planejamento financeiro são dois aspectos fundamentais para otimizar a receita mensal. Segundo André Aragão, se uma pessoa gasta mais do que arrecada, em algum momento da vida ela pode sentir falta do dinheiro.

"É importante que todos tenham a consciência de investir, justamente para não ter surpresas futuras. O investimento a longo prazo é o que o brasileiro mais precisa desenvolver, porque ele trabalha muito com o imediatismo.", diz Aragão.

Já para Otávio Machado, priorizar o curto prazo no atual momento acaba sendo a melhor alternativa para quem ainda não conseguiu se preparar para atravessar a crise.

"Aqueles planejamentos voltados para a aposentadoria, ou de prazos mais longos, devem ser deixados em um segundo plano. A prioridade do momento tem que estar voltada para as questões do presente, como, por exemplo, a renegociação de uma dívida.", pontua o especialista.

 

Dicas para organizar os gastos

Apesar de ser mais difícil de falar em economia nesse momento, quando milhares de profissionais tiveram seus salários reduzidos ou ficaram desempregados, existem alguns cuidados que podem ser tomados para evitar surpresas no fim do mês.

"A primeira coisa que se deve fazer é mapear o seu custo de vida e ver onde você pode reduzir gastos, ou seja, analisar o que é essencial, o que é extra e tentar cortar os seus custos ao mínimo possível.", enfatizou Sigrid Guimarães.

Além disso, criar metas, elaborar uma planilha financeira e realizar um planejamento pensando no curto, médio e longo prazos são alguns pontos que podem ajudar na hora de organizar as finanças. De acordo com o consultor financeiro André Aragão, os hábitos e comportamentos das pessoas influenciam diretamente na maneira como cada uma lida com o dinheiro.

"Agora é o momento de pensar em mudanças de hábitos: o mundo mudou, nós estamos em uma nova realidade. Pensar duas vezes antes de comprar alguma coisa, verificar as melhores oportunidades e comprar só o necessário. Se possível, pagar à vista para não contrair dívida e, claro, gastar de acordo com o que você ganha.", destaca.

 

Oportunidades

Assim como outras crises que já vieram, a pandemia trouxe oportunidades para os investidores mais experientes.

"A bolsa chegou a bater os 64 mil pontos no começo da crise e, por isso, muitos ativos ficaram depreciados. Então, quem já tinha uma reserva de emergência conseguiu olhar e aproveitar essas oportunidades em renda variável.", afirmou Otávio Machado.

De acordo com o especialista em educação financeira, também há boas alternativas de investimentos para quem deseja dar o primeiro passo nesse mundo.

"Tem pessoas que estão conseguindo juntar dinheiro na pandemia, principalmente aquelas que não tiveram o salário impactado e ainda diminuíram o consumo. Para elas, têm boas oportunidades de investimentos para criar uma reserva, como os CDBs, o próprio Tesouro Selic, as letras de crédito (LCI e LCA) e alguns fundos de renda fixa com taxa de administração baixa ou zerada.", comentou.

Ainda segundo Machado, o ideal é que essas pessoas separem, pelo menos, 10% da sua renda mensal para começar a juntar a reserva financeira. Mas, quem não puder se planejar para poupar 10%, não tem problema começar com menos.

"O importante é as pessoas terem em mente que, quando tiverem um aumento de salário, ou alguma renda extra, vão se esforçar para conseguir atingir esses 10%. E, claro, elas precisam entender que é um processo demorado. Não é como ficar milionário da noite para o dia, é uma coisa que leva tempo para você obter retornos realmente consistentes.", concluiu.

Por Yasmim Tavares, no Valor Investe


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