segunda-feira, 8 de setembro de 2014

O IDEB continua desmascarando...

Ideb 2013, o índice de atraso do ensino médio

Redes de 21 Estados não atingem metas estabelecidas pelo governo federal; em 16 deles, médias são inferiores às obtidas em 2011

Bianca Bibiano e Jadyr Pavão Júnior, na revista VEJA
Estudante antes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio)
Estudante antes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) (Douglas Magno/Futura Press/VEJA)
O Inep, órgão ligado ao Ministério da Educação, divulgou nesta sexta-feira os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) relativos a 2013. Os dados revelam avanço nos anos iniciais do ensino fundamental e estagnação nos anos finais e também no ensino médio. Neste, a situação é ainda mais dramática (confira os dados nos gráficos abaixo).
Vinte e um Estados não atingiram as metas estabelecidas pelo próprio governo federal para o ano de 2013. Além disso, 16 das unidades da Federação conseguiram colher resultados inferiores aos registrados na avaliação anterior do Ideb, em 2011. Ou seja, era ruim, ficou pior. Na prática, os dados mostram que a maioria das redes mantidas por Estados e Distrito Federal não avançou.
"A queda das notas do ensino médio e a estagnação nos anos finais do ensino fundamental revelam um problema estrutural da escola brasileira: do 1º ao 5º ano, os alunos têm apenas um professor em sala. A partir do 6º, o número de docentes aumenta. É nessa transição que está o problema", diz Alejandra Velasco, gerente da área técnica da ONG Todos pela Educação. "É preciso rever o currículo e entender o que causa a queda ao longo dos ciclos escolares. No ensino médio, ele é sobrecarregado, os alunos acabam não acompanhando e desistem de estudar."
O que torna a situação dramática é que as metas do Ideb já são modestas. Elas preveem, por exemplo, que o conceito médio nos primeiros anos do ensino fundamental atinja só em 2021 a nota 6 — correspondente, segundo cálculo do Inep, à média alcançada em 2003 pelos alunos de nações desenvolvidas no Pisa, mais importante avaliação educacional do planeta. Ou seja, se o brasileiro médio chegar a esse patamar em 2021, estará quase duas décadas atrasado.
Mais, aqui

O Haiti está bem ali na esquina.

Meus queridos, e mais um texto que escrevi em 2007, comprovando que os avanços se dão a passos de tartaruga...
                                 Esta é uma imagem do Haiti

 O Haiti está bem ali na esquina.
Não faz muito tempo o Ministério da Educação divulgou o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. 

O Ideb é um indicador educacional que considera dois fatores determinantes para a qualidade do ensino. O primeiro é o rendimento escolar, mensurado através das taxas de aprovação, reprovação e abandono. O segundo, o desempenho dos alunos nos exames nacionais padronizados - Prova Brasil ou Saeb.

Fluxo e aprendizagem interagidos dão origem a uma média para cada estado, município, escola e país, numa escala que começa com 0 e termina com 10. 

Os últimos números do Ideb enfatizam que as coisas estão muito esquisitas, aliás, como sempre soubemos. Poucos, contudo, têm coragem de admitir que a vaca esteja atolada até o pescoço. Quando expostos os resultados, foi como uma revisita à Caixa de Pandora, a inesquecível lenda da mitologia grega. Exagero? Não, não estou exagerando nem tomado pela síndrome do ceticismo. Veja se não é de pasmar: tão somente 0,2% das escolas públicas brasileiras têm desempenho considerado médio nos paises desenvolvidos. 

Do universo de 55.967 escolas, apenas 160 alcançaram média igual ou superior a 6,0. No geral - quanto ao ensino médio - a rede municipal ficou com média 2,9 e a estadual 3,0, ficando evidenciado que ambas estão em estado de insolvência, na lata (não, lata é pouco; mais apropriado seria ‘tambor’) de lixo. Já a rede federal ficou com a média de 5,6. Esses números, salvo sutis variações, são os mesmos para a Fase 1 (1ª a 4ª séries) e para a Fase 2 (5ª a 8ª séries). 

O próprio governo estima que serão necessários 14 anos para que o Brasil alcance a média dos países desenvolvidos. Isto na Fase 1, por que na Fase dois, o tempo salta para 18 anos. Já no ensino médio, seriam necessários 21 anos para que cheguemos aos patamares dos desenvolvidos. 

Mas para atingir esta meta nos próximos 14 anos, alguns estados teriam que triplicar e até quadruplicar os investimentos que hoje realizam no setor. E pelo que conhecemos dos políticos brasileiros, alguém acredita que farão isso? As projeções mais modestas indicam a necessidade de estados como o Rio Grande do Norte, por exemplo – um dos que se encontra em pior situação – aplicar 32% na educação nos próximos anos. 
                                E esta, uma imagem do Brasil
Para ler o artigo completo, aqui.