terça-feira, 29 de setembro de 2020

O JUDICIÁRIO EM SUSPENSE

 


O STJ e grandes bancas da advocacia entraram em estado de ebulição desde que a Polícia Federal saiu às ruas para cumprir buscas e apreensões a partir da delação de Orlando Diniz.

 

O ex-presidente da Fecomércio relatou em sua colaboração uma série de supostas traficâncias cometidas com advogados em contratos fictícios para que eles defendessem seus interesses no Judiciário fora dos autos, ou seja, cometendo crimes. O STJ se viu indiretamente envolvido porque alguns dos advogados que são alvos de Bretas são parentes de ministros do tribunal, a exemplo de Eduardo Martins, filho de ninguém menos que o presidente da Corte, Humberto Martins. A advocacia nacional, OAB inclusive, se insurgiu apontando o que julga serem violações a prerrogativas suas, entre outros indícios do que considera uma investigação dirigida para criminalizar a atividade. Há suspeita ainda que Diniz tenha deturpado fatos para prejudicar desafetos. O assunto já está no Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a mesa de Gilmar Mendes, na forma de um pedido para que seja anulada a homologação da delação por Marcelo Bretas. Mas a toga e a banca vão tremer ainda mais nas próximas semanas: chegaram aos procuradores da Lava Jato no Rio de Janeiro as pilhas de documentos das quebras dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e de dados de e-mail e de celulares dos mais de 20 advogados investigados. O material é forte.

Da Receita Federal, vieram análises de que há diversos pagamentos para escritórios sem justificativa, dados sobre offshores mantidas pelos advogados na Flórida e no Panamá. Dos bancos, transações de altas somas que, na avaliação do Ministério Público Federal (MPF), indicam possíveis atos de lavagem de dinheiro.



Para saber mais sobre o livro, clique aqui


Dos servidores de e-mail e das telefônicas, milhares de e-mails e registros de telefonemas entre os investigados que ainda estão sob análise. Em um dos casos, o de Frederick Wassef, ex-advogado de Flávio Bolsonaro, o MPF recebeu informações que podem complicar bem sua vida.

Segundo os dados, o escritório Eluf e Santos repassou, conforme um relatório do Coaf já havia apontado, milhões ao escritório de Wassef — que nega ter cometido qualquer irregularidade. Luiza Eluf, sócia do Eluf e Santos, também fez depósitos diretamente de sua conta para Wassef, que viu ainda a conta de seu escritório ser irrigada por transferências recebidas das empresas de sua ex-mulher e de suas ex-enteadas. “Ao que parece, Frederick utiliza-se de seus familiares para dissimular valores ilícitos recebidos, aí inserido o montante proveniente da Fecomércio por meio de Luiza Eluf”, afirmaram os procuradores a Bretas.

Hoje, a aposta em Brasília é que o STF deverá fazer distinções entre os casos. Ministros avaliam que há ali ilegalidades evidentes, mas também veem algumas afirmações sem lastro. Entretanto, a anulação de tudo é considerada improvável. Até Mendes decidir monocraticamente ou a Segunda Turma, a da Lava Jato, deliberar, togados e advogados seguem em suspense.

Por GUILHERME AMADO (com Eduardo Barretto e Naomi Matsui), na Revista Época  

 

 - - - - - -



Para saber mais sobre o livro, clique aqui





Para saber mais sobre o livro, clique aqui





Para saber mais sobre os livros, clique aqui





Para saber mais sobre o livro, clique aqui




- - - - - -





No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Coleção As mais belas lendas dos índios da Amazônia” e acesse os 24 livros da coleção. Ou clique aqui

O autor:

No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Antônio Carlos dos Santos" e acesse dezenas de obras do autor. Ou clique aqui


Clique aqui para acessar os livros em inglês