sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Advogados viram réus por esquema no Sistema S

 


O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, aceitou denúncia oferecida pelo Ministério Público e tornou réus, ontem, os advogados Roberto Teixeira Cristiano Zanin Martins, que atua para o expresidente Luiz Inácio Lula da Silva, e Ana Tereza Basílio, que defende o governador afastado do estado do Rio Wilson Witzel.

Também viraram réus o advogado Eduardo Martins, filho do ministro Humberto Martins, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ); e o presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), Daniel Rossiter.

Foram cumpridos 50 mandados de busca e apreensão em Brasília e no Rio. Eles são acusados, com outras 22 pessoas -- incluindo o ex-governador do Rio Sérgio Cabral -- de integrar uma organização criminosa para desviar recursos de entidades do Sistema S, que abrangem Sesi, Senac e Senai, e cujas irregularidades teriam causado prejuízos de R$ 151 milhões.

De acordo com o MP, os escritórios eram contratados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do estado do Rio (Fecomércio-RJ), de maneira que se evitava a fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU) e do conselho fiscal do Sistema S. Os advogados foram delatados por Orlando Diniz, expresidente do Sistema S no Rio.

A denúncia diz que a Fecomércio era utilizada para firmar os contratos e dificultar a fiscalização. Entre 2012 e 2013, três acordos firmados com Teixeira e Zanin renderam R$ 9,5 milhões a eles. A investigação apontou, também, que entre dezembro de 2016 e maio de 2017, Orlando Diniz e outras duas pessoas desviaram ao menos R$ 4,7 milhões do Sesc e Senac do Rio, "mediante pagamentos de honorários advocatícios, por serviços que efetivamente não foram prestados".

Os valores, conforme apurado, eram repassados de forma sequencial a Frederick Wassef, que trabalhou para a família do presidente Jair Bolsonaro, e a outra advogada, "ocultando a sua origem e distanciando o dinheiro de sua origem ilícita". Wassef, porém, ainda não é réu, embora seja acusado de receber R$ 2,7 milhões.

A denúncia aponta, também, que Eduardo Martins teria sido contratado "a pretexto de influir em atos praticados por ministros" do STJ. Ele teria obtido, mediante contratos, R$ 86,9 milhões. Em nota, Zanin acusou o juiz Marcelo Bretas de ter ligação com Bolsonaro e disse que a ação é uma retaliação ao seu trabalho para expor erros da LavaJato. Já Wassef afirmou que "jamais fui contratado pela Fecomércio ou recebi pagamentos desta entidade".

Também citado, o escritório Basilio Advogados afirmou, em nota, que atuou em mais de 50 processos da Fecomercio entre 2013 e 2017. A Advocacia Gonçalves Coelho e o advogado Antonio Augusto de Souza Coelho garantiram que "comprovarão a improcedência das acusações quando lhes for dada oportunidade de defesa".

O Correio não conseguiu falar com representantes de Daniel Rossiter nem de Eduardo Martins. (Colaborou Sarah Teófilo)

Por Renato SouzaLuiz Calcagno, no Correio Braziliense


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