quinta-feira, 13 de outubro de 2016

O equilíbrio do orçamento e das contas públicas - Quando o passado avança sobre o presente

“O orçamento nacional deve ser equilibrado.
As dívidas públicas devem ser reduzidas.
A arrogância das autoridades deve ser moderada e controlada.
Os pagamentos a governos estrangeiros devem ser reduzidos,
se a nação não quiser ir à falência.
As pessoas devem novamente aprender a trabalhar,
em vez de viver por conta pública”.


Um bom desafio para o leitor seria procurar descobrir a autoria dos ensinamentos acima alinhavados, e - não fosse desafio demais - tentar também esquadrinhar o período da história em que foi gerado.

É que o diminuto texto resume um compêndio de política e economia, e em tão comedidas palavras encerra o âmago da dimensão que norteia as relações entre o estado nacional e seus cidadãos.

A primeira frase dos dizeres explicita a necessidade de dar equilíbrio ao orçamento da nação. Sabemos hoje que a peça orçamentária é obra de ficção. E da mais folhetinesca das novelas. Muito mais parecida com uma teledramaturgia mexicana que com um épico de Shakespeare.

O orçamento público, hoje convertido em lei, é uma obra-prima em se tratando de aspectos formais. Para sua elaboração há uma complexa teia de regras e normas que demandou a formação de especialistas para lidar com este novo universo criado pela burocracia.  Mas, infelizmente, muito pouco tem a ver com as verdadeiras expectativas da população.


Mesmo o que se apresenta como um avanço e aprimoramento da democracia, o denominado orçamento participativo, bastante difundido por algumas prefeituras, discute algo em torno de apenas 20% dos recursos globais, haja vista que os outros 80% são despesas contingenciadas, transferências constitucionais, serviços da dívida, etc. e etc., componentes sobre os quais as assembleias populares não têm nenhum acesso.

Por isso o termo orçamento equilibrado ao qual se refere nosso autor guarda relação não somente com o fato de que a despesa deva manter compatibilidade com a receita, mas também assegurar o equilíbrio com as reais demandas sociais.

Na frase seguinte nosso autor – ainda um desconhecido – registra a necessidade de reduzirmos as dívidas públicas. É por demais evidente que todo sistema ou subsistema estatal que não monitore adequadamente a expansão de sua dívida enfrentará, celeremente, cenários catastróficos que poderão levar à sua completa insolvência.

A economia brasileira figura entre as mais pujantes do mundo. Apresenta uma virilidade que causa espanto e inveja em muitos. Mas esta robustez econômica convive lado a lado com indicadores sociais deploráveis, alguns dos piores do mundo civilizado. A concentração de renda é de causar vergonha ao mais insensível dos mortais. Este quadro faz com que tenhamos cerca de 30 milhões de brasileiros sem acesso sequer a um prato de comida. Vinte e cinco por cento da população é constituída de subnutridos. Este é definitivamente um cenário inaceitável.


Nessas circunstâncias é evidente que o estado deverá sempre investir mais e melhor. Para consolidar políticas objetivando a reinserção social dos excluídos e, simultaneamente, propiciar as condições econômicas que assegurem consistência ao tecido social.

Portanto, a qualidade dos investimentos públicos tende a ser cada vez mais monitorada pela população.


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