quinta-feira, 4 de maio de 2017

O perigo da corrupção generalizar...


Vinte seis médicos do HU são denunciados por estelionato
Quase dois anos após a deflagração da Operação Onipresença, que investigou médicos suspeitos de assinar a folha-ponto no Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e abandonar as emergências para atender em clínicas e hospitais particulares, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou 26 médicos por estelionato. As denúncias, protocoladas ontem, serão avaliadas agora pela Justiça Federal em Santa Catarina, que decidirá se acolhe os pedidos e transforma os médicos em réus.
Autor da denúncia, o procurador federal João Marques Brandão Neto individualizou as condutas de cada um em peças acusatórias separadas. Ele não divulgou os nomes dos médicos no documento. Ao todo foram 26 denúncias e um pedido de diligências contra um profissional do grupo de 27 médicos indiciados pela Polícia Federal em junho de 2015.
Deflagrada no dia 9 de junho de 2015, a Operação Onipresença envolve médicos que não cumpriam suas cargas horárias previstas em contrato, realizando ainda atendimentos em unidades de saúde privadas no momento em que deveríam estar no na unidade federal. Alguns médicos assinavam até cem horas semanais sem comparecer ao trabalho. Os relatos de que médicos do HU não cumpriam a jornada de trabalho estabelecida no hospital público apareceram pela primeira vez em 1998, quando auditores do Tribunal de Contas da União (TCU) realizaram inspeções na unidade.
Em 2004, o MPF abriu inquérito civil para apurar o mesmo caso, a partir de duas auditorias realizadas pela Controladoria-Geral da União (CGU), que também constatou as mesmas ilegalidades. O inquérito se transformou em ação civil pública em março de 2015. No dia 6 de abril daquele ano, a Justiça determinou, em decisão liminar, que a UFSC teria que implantar ponto eletrônico até 31 de dezembro de 2016.
CONTRAPONTO
Através da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), o HU esclarece que o controle de registro de ponto foi implantado em 18 de abril de 2016 para verificar a assiduidade dos funcionários. Segundo a empresa, "a ferramenta emite um relatório mensal, que é validado pelo chefe do setor. Ainda para ampliar o controle das tarefas, as chefias elaboram planos individuais de atividades com o trabalhador". 0 HU ressalta que está em curso, sob responsabilidade da Corregedoria da UFSC, um processo administrativo sigiloso para apuraro caso da denúncia do MPF.

Por Leonardo Thomé, no Diário Catarinense



Para saber mais sobre o livro, clique aqui.


___________________________

Para saber mais sobre o livro, clique aqui.