Uma antiga matéria que vale a pena rever...
Tecnologia simples com cinto de metal protege vidas durante terremotos
Do Deutsche Welle
Solução barata e de
fácil implementação desenvolvida no Reino Unido pode ajudar a salvar vidas
durante terremotos. Equipamento protege construções e possibilita volta mais
rápida para casa depois do tremor.
Mais
de mil mortes poderiam ser evitadas todos os anos se os edifícios fossem
projetados para resistir a terremotos. Por outro lado, até agora, poucos países
em desenvolvimento tiveram acesso às tecnologias de construção necessárias, que
são caras e complicadas.
Uma equipe da Universidade de
Sheffield, no Reino Unido, aplicou uma nova técnica, com sucesso, para testar a
resistência de construções. Cientistas submeteram o concreto de um edifício em
tamanho real às mesmas forças vistas no terremoto no Haiti de 2010. E o
edifício passou ileso pela prova.
A construção resistiu porque
cintos de metal foram fixados nas colunas de concreto do edifício, protegendo o
material de rachar e entrar em colapso. "As fitas funcionam como um cinto
para levantamento de peso, mantendo tudo fortemente comprimido para reduzir a
tensão nas colunas de concreto da estrutura ", diz o professor Kypros
Pilakoutas, chefe da equipe de pesquisa em Sheffield.
Teste foi feito com estrutura
em tamanho real
Os
testes, publicados no Journal of Earthquake Engineering,
envolveram uma estrutura de concreto colocada em uma mesa simuladora de
terremotos, especialmente construída. Quando reforçado com os cintos de metal,
o concreto chega a balançar para trás e para frente, mas não entra em colapso.
"Nosso método não apenas torna o prédio estável novamente de forma mais rápida, mas aumenta a capacidade de o edifício se deformar sem ruir, tornando-o mais resistente a qualquer movimento sísmico", diz Pilakoutas.
Fazer com que as construções danificadas em tremor de terra se tornem seguras depois do evento sísmico permitiria que as pessoas voltassem mais rápido para suas casas. Isso diminuiria os riscos das populações deslocadas associados à saúde. Pesquisadores da Sheffield estimam que o custo da tecnologia por casa seja de 250 euros, cerca de 700 reais.
Problema em países mais pobres
"Nosso método não apenas torna o prédio estável novamente de forma mais rápida, mas aumenta a capacidade de o edifício se deformar sem ruir, tornando-o mais resistente a qualquer movimento sísmico", diz Pilakoutas.
Fazer com que as construções danificadas em tremor de terra se tornem seguras depois do evento sísmico permitiria que as pessoas voltassem mais rápido para suas casas. Isso diminuiria os riscos das populações deslocadas associados à saúde. Pesquisadores da Sheffield estimam que o custo da tecnologia por casa seja de 250 euros, cerca de 700 reais.
Problema em países mais pobres
O
último grande terremoto atingiu as Filipinas em outubro de 2013. Mais de 200
pessoas morreram e cerca de 900 ficaram feridas."A causa mais comum é
simplesmente porque prédios caíram sobre as vítimas", diz Christine
Casser, que trabalhou como voluntária de resgate pelo Rotary International do
Reino Unido
Christine Casser: desabamento
de prédios é o que mata durante os terremotos
Ela
acredita que a invenção dos pesquisadores de Sheffield ajudaria muito
populações mais pobres. "Essa é a única maneira de proteger a vida das
pessoas", diz Casser. "Um dos desafios que tivemos foi ajudar as
comunidades atingidas, pois todas as pontes foram destruídas com o tremor. Se
essas técnicas tivessem sido usadas para reforçar as pontes, significaria que o
auxilio poderia ter sido feito de maneira mais rápida", opina.
"Estamos falando sobre salvar vidas."
Regiões mais sujeitas a
terremotos no mundo, como Tóquio e Califórnia, investem fortemente na proteção
de edifícios contra a atividade sísmica. Por outro lado, os países em
desenvolvimento muitas vezes não conseguem se prevenir principalmente por duas
razões: a falta de dinheiro e a tendência de esquecer cedo os desastres do
passado.
"Ainda vemos alguns edifícios danificados na Cidade do México. As pessoas simplesmente esquecem quão frágil são esses edifícios", diz Reyes Garcia , doutorando mexicano que atua ao lado de Pilakoutas na Universidade de Sheffield. A Cidade do México foi atingida por um terremoto de magnitude 8,1 em 1985. Mais dez mil pessoas moreram.
"Ainda vemos alguns edifícios danificados na Cidade do México. As pessoas simplesmente esquecem quão frágil são esses edifícios", diz Reyes Garcia , doutorando mexicano que atua ao lado de Pilakoutas na Universidade de Sheffield. A Cidade do México foi atingida por um terremoto de magnitude 8,1 em 1985. Mais dez mil pessoas moreram.
Professor Kypros Pilakoutas (e)
e o estudante Reyes
Estudantes embaixadores
Professor Kypros Pilakoutas estuda agora como implementar a tecnologia do cinto de metal para que ela seja levada aos países em desenvolvimento. Alguns de seus próprios alunos poderiam atuar como "embaixadores".
"Aqui
na universidade, somos um grupo de pessoas de todo o mundo. Três ou quatro
desses estudantes de doutorado tiveram que voltar para casa durante os estudos
porque houve um terremoto em seu paíse de origem", diz Pilakoutas.
Em
dois dos casos, as casas desses estudantes foram danificadas. "Por isso,
temos certeza que essas pessoas vão voltar e irão treinar os engenheiros e as
populações locais com a ajuda do conhecimento das novas tecnologias",
revela o líder da pesquisa.
No
entanto, o professor Christopher James, da Universidade de Warwick, descarta um
futuro no qual será possível comandar os corpos de outras pessoas por meio do
pensamento.
"O
risco de isso acontecer é nulo", disse James. "Mesmo ligada a outra
pessoa dessa forma, quem não tem lesões na medula espinhal ou no tronco
encefálico ainda assim reteria o controle de seus membros. Então, ninguém será
capaz nem tão cedo de fazer alguém se movimentar contra sua vontade".
Mesmo
assim, James afirma, a pesquisa tem grandes implicações, "especialmente no
controle de membros quando há uma lesão ou no controle de próteses por quem
teve um membro amputado".
Ainda há
alguns desafios para atingir essa meta. Mover um cursor para cima e para baixo
não se equipara, por exemplo, à complexidade de um movimento como o de levar um
copo até à boca.
Além
disso, os músculos tendem a ficar mais rígidos após uma paralisia e a pressão
sanguínea varia bastante, o que torna a retomada do controle do corpo mais
difícil.
"Este
trabalho é um passo à frente importante porque mostra que existe a chance de
usar ligações entre máquinas e o cérebro para reestabelecer a capacidade de uma
pessoa paralítica de realizar movimentos", diz o professor Bernard Conway,
chefe de engenharia biomédica da Universidade de Strathclyde (Reino Unido).
"No
entanto, ainda será necessário muito trabalho antes que a tecnologia possa ser
usada por quem precisa dela."
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