Do Canactech Corporate
Passado
um século e meio desde o surgimento das primeiras corporações e, associadas a
elas, um histórico preocupante de suas externalidades (efeitos negativos),
alega-se, ultimamente, que elas devem trabalhar em benefício dos stakeholders e
do planeta. No entanto, isso não significa que 150 anos foram suficientes para
que a postura das empresas tenha se modificado concretamente.
Os
prêmios e selos de “empresa sustentável” parecem ser premeditados. Ainda é
muito cedo para se falar em modelos de organizações que se ajustam
adequadamente aos conceitos supremos da sustentabilidade. Como defende Hans
Michael Bellen no seu livro Indicadores de Sustentabilidade, “um único ator,
como uma empresa ou comunidade, não pode ser considerado sustentável em si
mesmo; uma parte não pode ser sustentável se outras não o são”.
No
livro campeão de vendas de Andrew Savitz, A Empresa Sustentável, – seus
subtítulos são “o verdadeiro sucesso é o lucro com responsabilidade social e
ambiental” e “como a sustentabilidade pode ajudar sua empresa”. Total inversão
de ambos os conceitos quando ainda se esperam respostas sobre o que a empresa
pode fazer para a sustentabilidade e qual a sua responsabilidade com relação ao
seu entorno e stakeholders.
Conforme
o senso comum corporativo, não há dúvidas quanto aos benefícios que as
organizações vêm auferindo com o desenvolvimento de novos produtos e serviços,
além de procurar ter uma gestão controlada dos recursos renováveis e
não-renováveis. Apesar disso, a maioria está focada em conceitos de
eco-eficiência, que é diferente de sustentabilidade.
Tem
sido o mercado e, em menor grau, a sociedade que impõem às organizações um
permanente processo de negociação, gestão de conflitos com os grupos de pressão
e os jogos de poder necessários para atender a requisitos de governança
corporativa.
No
caso do Brasil, qual o sentido dessa correria para receber tal título quando a
sociedade brasileira padece de falta de informação e sensibilidade em relação
aos problemas ambientais?
E se
é a maioria da população que apresenta desinteresse no que as organizações
andam fazendo em termos de sustentabilidade, ao que tudo indica, há uma falha
na análise de retorno de investimentos em ações que parecem mais preocupadas em
promover a figura de empresa sustentável. Quanto se consegue vender em relação
aos custos das ações, sejam ambientais, sociais ou econômicas? Se os resultados
são satisfatórios, deve-se perguntar se o foco está nas estratégias de
eco-eficiência, que são mais centradas nos aspectos operacionais da empresa com
seu processo de produção, comercialização, envolvendo fornecedores e parceiros.
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