sexta-feira, 16 de junho de 2017

“Não se pode ser fraco diante da afronta à ética”


O PSDB fica no Governo. Claro, dizem que é para garantir a estabilidade e os avanços na economia. Nada a ver com cargos e verbas, claro
O veterano Repórter Esso, que marcou época no rádio e na TV, tinha como lema “o primeiro a dar as últimas”. Os noticiários do Brasil, hoje, são os de sempre, divulgando o de sempre. Novidades? Preferem velhidades. Para todos nós, resta a impressão de que só há notícias bem antigas.
O PSDB fica no Governo, como ficou sempre que pôde. Claro, dizem que é para garantir a governabilidade e a estabilidade do país e os avanços na economia. Nada a ver com cargos e verbas, claro. Puro patriotismo.
Lula diz que o PT tem muito a ensinar aos outros partidos. Não é bem assim: com Mensalão, Petrolão, empreiteiras amigas, açougueiros amigos, propriedades que não são dele, nunca antes na História desse país partido nenhum girou tanto dinheiro. Mas o PMDB é mais competente: participou da farra petista e continuou no poder quando o PT caiu. O PT, na busca de pixulecos, perdeu gente de nível, como Hélio Bicudo, Paulo de Tarso Venceslau (que, além de sair, fez as primeiras denúncias de malfeitos petistas), Erundina. O PMDB fez igual e não perdeu ninguém. O PSDB, este tem a aprender. Não é questão de ética: há muito tucano, incluindo seu candidato à Presidência, em listas de denunciados. Nem de caráter: a ala jovem tucana, que era contra ficar no Governo, resmunga mas ficou. Miguel Reale Jr., 73, foi quem saiu do partido. Pergunta que os líderes tucanos não fizeram: se o PSDB é igual aos outros, por que ficar lá?

Alto nível
O PSDB promoveu uma reunião de altíssimo nível para decidir o que fazer. Havia quatro governadores, Geraldo Alckmin, de São Paulo, Beto Richa, do Paraná, Marconi Perillo, de Goiás, e Simão Jatene, do Pará, quatro ministros, Bruno Araújo, Aloysio Nunes, Antônio Imbassahy e Luislinda Valois, dois prefeitos de capitais, Arthur Virgílio Neto, Manaus, e João Doria, São Paulo, mais um carro Gol lotado com a ala jovem tucana. Decidiram que ficar no Governo é melhor do que na oposição.

Exemplo partidário
O PMDB é coerente: está sempre com o Governo. O Governo muda, o PMDB fica. Ninguém desvia o PMDB de seus ideais.

De um lado a outro
Quando os fundadores do PSDB resolveram tomar rumo próprio, eram classificados como “a consciência do PMDB”. Tinham deixado o partido por não concordar com seus rumos. Mas, se os tucanos deixaram o PMDB, o PMDB não deixou os tucanos. O PSDB esteve em todos os governos, exceto o de Collor – e só porque Mário Covas, governador de São Paulo, impediu a adesão (Collor queria Serra e Fernando Henrique no Ministério). Mas há uma diferença entre Reale Jr. e Covas: Reale Jr. tem prestígio, caráter, e Covas tinha o Governo paulista.

A força da palavra
Miguel Reale Jr. tem também o dom da palavra. E está indignado:
“É difícil sair de um partido do qual fui vice-presidente em São Paulo, amigo de todos os dirigentes, em que compartilhei ideais e esperanças. Mas desisti diante de tantas vacilações e fragilidades. Não se pode ser fraco diante da afronta à ética.” E, referindo-se à fama tucana de sempre ficar em cima do muro, previu o futuro do PSDB: “Espero que o partido encontre um muro suficientemente grande que possa servir de túmulo”.

Da coluna de Carlos Brickmann

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Um teatro de envergadura



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