domingo, 12 de março de 2023

Faltam profissionais especializados em ESG, que ganha cada vez mais importância nas empresas


O conceito ESG (sigla em inglês para melhores práticas ambientais, sociais e de governança) ganha cada vez mais espaço no mundo corporativo.

Ao mesmo tempo em que as empresas apostam suas fichas nesta questão por pressão dos investidores, há um déficit de profissionais especializados no segmento. Um relatório da CFA Institute — associação global que certifica profissionais de finanças —, de dezembro do ano passado, revelou que, a partir da análise dos perfis de um milhão de profissionais de investimentos no LinkedIn, concluiu-se que menos de 1% tinha formação na área. A procura por qualificação vem sendo observada pelas universidades, e as escolas estão aprimorando seus programas.

Especialista em ESG, o professor de Finanças e Sustentabilidade do Coppead/UFRJ, Celso Funcia Lemme, acompanha os programas de outras instituições — como o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e a Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP) — e considera que são bem estruturados e organizados em módulos para cobrir os pontos principais da agenda ambiental, social e de governança, seguindo regras internacionais. Neste sentido, o Coppead tem parceria Global Reporting Initiative (GRI), o padrão internacional mais usado por empresas para gerar relatórios de sustentabilidade.

— Não há, em geral, pré-requisito para fazer esses cursos. Há muitas alunos que estão buscando os cursos para se reposicionarem profissionalmente. São profissionais de áreas diferentes, que buscam uma formação em sustentabilidade. Outros já vêm de boa experiência na área, buscando consolidar o conhecimento —explica Lemme.

Priscila Claro, professora associada e coordenadora de Responsabilidade Social e Extensão do Insper, observa que a procura por capacitação em ESG vem crescendo. Boa parte da demanda foi por programas abertos de curta duração, mas também houve procura por formações mais longas. Isso também foi verificado nos cursos de educação executiva customizados para empresas. A escola já lançou a pós-graduação em Sustentabilidade e Negócios, que trará a visão de ESG tanto sob a ótica de investimentos quanto sob a ótica de estratégia.

—O grande desafio em relação à formação para a sustentabilidade é não separar nas caixinhas o “E”, o “S” e o “G”. Todos os problemas relacionados a desenvolvimento sustentável são complexos e, se tentarmos resolvê-los com uma visão linear e segmentada da realidade, as soluções não serão efetivas. É necessário ter uma visão sistêmica.

Rafael Basseres Zarvos, de 45 anos, fundador da Oceano Gestão de Resíduos, fez o curso on-line do IAG PUC-Rio por sentir necessidade de ter mais conhecimento sobre o mercado financeiro, a partir da letra “G”, de governança, com a qual tinha pouca familiaridade até então.

— Por ter uma empresa de gestão e trabalhar com questões relacionadas à sustentabilidade, pois integro o coletivo Lixo Zero do Rio de Janeiro, as áreas social e ambiental fazem parte do meu dia a dia. O curso funcionou para complementar meu conhecimento.

Tema tem mobilizado as empresas 

A agenda ESG está latente desde 2020, quando houve uma grande movimentação de investidores internacionais preocupados com o assunto. De acordo com Celso Funcia Lemme, professor do Coppead/UFRJ, relatórios importantes divulgados no World Economic Forum, em Davos, na Suíça, serviram como gatilhos, despertando o interesse sobre a questão:

—Na conferência de 2020, saiu uma carta muito forte da BlackRock, maior gestora de investimentos do mundo, que expôs de maneira clara que suas políticas de investimentos iriam requerer conexões ambientais, sociais e de governança. Esse movimento foi seguido por grandes instituições financeiras no mundo inteiro, provocando uma reação em cadeia.

Renata Brito, coordenadora do MBA de ESG Management do IAG - Escola de Negócios da PUC-Rio, aposta que haverá mais movimentação nos próximos anos:

—O tema continuará a chamar a atenção do mercado e dos bancos. Isso quer dizer que as instituições vão categorizar carteiras e portfólios, levantando principalmente os pontos de risco na visão ambiental, social e de governança.

A COP26, reunião do clima realizada na Escócia voltou os olhos do mundo para questões relacionadas ao meio ambiente, mas o interesse pelo assunto já vinha ganhando força nos últimos dois anos.

—Talvez a COP26 tenha reforçado o interesse pelo tema, chamando a atenção para sua urgência. Então, podemos dizer que o interesse pela COP26 foi muito forte, fazendo parte desse grande movimento —conclui Lemme.

O Globo (com adaptações)


Para saber mais, clique aqui.



Para saber mais sobre o livro, clique aqui.




Para saber mais sobre o livro, clique aqui



Para saber mais clique aqui





Para saber mais sobre o livro, clique aqui





Para saber mais sobre os livros, clique aqui




Para saber mais sobre a Coleção, clique aqui




Para saber mais sobre o livro, clique aqui


- - - - - -




No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Coleção As mais belas lendas dos índios da Amazônia” e acesse os 24 livros da coleção. Ou clique aqui

O autor:

No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Antônio Carlos dos Santos" e acesse dezenas de obras do autor. Ou clique aqui


Clique aqui para acessar os livros em inglês