terça-feira, 30 de março de 2021

Leilão abre porta para novo modelo


 Enquanto o edital do 5G é analisado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) observa movimentações que podem indicar o retorno de um quarto competidor nacional no segmento de telefonia celular. Hoje, o posto é ocupado pela Oi, que já vendeu sua rede às operadoras rivais — Vivo, Claro e TIM. 


A Anatel aposta na aquisição de licenças nacionais por algum grupo que não seguirá a estratégia das teles tradicionais, com oferta de serviços aos usuários finais. O diretor da agência Carlos Baigorri considera que o mercado brasileiro está maduro para receber um operador de rede capaz de alcançar bons resultados ao “alugar ” o sinal de 4G e 5G para outras empresas oferecerem os serviços. 

Baigorri disse que a estratégia é estudada por investidores de fora do setor que viram as mudanças recentes, marcadas pelo crescimento dos provedores regionais, pela chegada de fundos de investimento, pela venda de ativos de torres de celular e pelo amadurecimento de modelos de rede “neutra” e “virtual”. 

Para o diretor, o leilão de 5G deixa a “porta escancarada” para a chegada de um novo concorrente nacional disposto a estruturar um plano de negócio “arrojado e não convencional ”, sem oferecer serviços no varejo. O caminho passa pela compra de licenças de 4G, na faixa de 700 megahertz (MHz), e de 5G, em 3,5 gigahertz (GHz). 

A chance de vir para o Brasil um grande grupo de telefonia é menor, avalia Baigorri . “A grande expectativa é com a chegada de um novo operador com o modelo de rede neutra. Ele pode fazer uma rede 5G e vender a capacidade para pequenos provedores e, até mesmo, outros grandes players”. 

O modelo de rede neutra conta com forte adesão no segmento de conexão fixa (fibra óptica). Vivo, Claro, TIM e Oi já anunciaram estratégias de segregar essa infraestrutura das demais. Nela, a gestão fica com uma nova governança — em tese, independente — que conta com a participação de fundos. 

“Essa desverticalização começou com a venda das torres de celular. No início, as teles não queriam se desfazer porque achavam que era um ativo estratégico. Depois, viram vantagem em vender para alguém que pudesse alugar para elas próprias”, afirmou Baigorri. Isso, disse ele, marcou a chegada de “grandes fundos” ao setor. 

Na telefonia móvel, a rede neutra envolveria a oferta de sinal para provedores, a troca de capacidade com teles tradicionais (RAN Sharing) e a oferta por meio de empresas que atendem grupos segmentados — como varejistas, times de futebol, igrejas — que queiram usar a própria marca para oferecer celular por rede “virtual” (MVNO). 

“Os fundos são os mais interessados em partir para este modelo. No leilão, eles vão poder mostrar a cara, participar dos consórcios. Na fase de consulta pública, recebi alguns deles”, disse o diretor. 

Entre os potenciais investidores do leilão estão HIG Capital, Vinci Partners, EB Capital, Warburg, BTG e Digital Colony. 

Baigorri explicou que, não à toa, o lote nacional de 700 MHz — com boa performance de velocidade e cobertura — será o primeiro do leilão, previsto para julho. Esta licença está encalhada na agência desde 2014, quando a Oi desistiu de disputar o segundo leilão de 4G. 

“Imaginamos que seria um desafio maior entrar no Brasil só com a faixa de 3,5 GHz, que não oferece cobertura. Seria difícil ser competitivo”, disse, ao explicar que a rede de 5G terá um alcance restrito, apesar da alta velocidade na transmissão de dados. “Se um ‘entrante’ comprar um lote nacional de 700 MHz, muito provavelmente vai comprar um lote de 3,5 GHz nacional também”, acrescentou. 

Se a entrada do quarto competidor nacional não for confirmada, a agência venderá as licenças nacionais de 700 MHz e 3,5 GHz em novas rodadas com os lotes fatiados ou regionalizados. Neste caso, Vivo, Claro e TIM poderão acumular mais frequências para reforçar a capacidade das redes de 4G e 5G. 

“A gente quer viabilizar a entrada de um novo player, mas, se ele não aparecer, a gente não vai ficar com a faixa ociosa. Ela só tem valor se estiver sendo usada”, disse.

Por Rafael Bitencourt, no Valor Econômico    


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