domingo, 7 de janeiro de 2024

As equipes de trabalho



QUALIDADE
No livro Quality is Free, Phillip Crosby afirma que a "qualidade das organizações depende da qualidade das pessoas".

Muitos ainda valorizam as modernizações que priorizam tão somente aquisições de máquinas e equipamentos, novos cenários físicos, informatização, terceirização, relegando a um enésimo plano a política de recursos humanos.

Motivadas e capacitados as pessoas são capazes - mesmo ante condições extremamente adversas, de forma criativa, viabilizar meios e condições para solucionar problemas, melhor aferir a qualidade dos produtos, aumentar a produtividade, reduzir os desperdícios, produzir melhor com menor tempo e custos.

No trabalho em busca da qualidade é importante que trabalhemos com grupos, mas perseguindo seu estágio mais evoluído, as Equipes de Trabalho.

CONSTITUIÇÃOHá uma infinidade de critérios a subsidiar o processo de definição dos integrantes que comporão as Equipes de Trabalho:

*formação acadêmica
*experiência anterior
*interesse pessoal
* disponibilidade e responsabilidade, etc.


Mas, de todos que se possa estabelecer, um merece especial destaque: a motivação.

As Equipes são constituídas por pessoas. Na análise psicológica encontramos os céticos, os amargos, os desiludidos, permanentemente de mal com a vida, os individualistas, egocentristas, incapazes de assumir erros, realizar autocrítica...

Mas para trabalhar em Equipe é necessário desprendimento, motivação, vontade para fazer acontecer, para superar obstáculos, é preciso cantar com determinação os versos de Martí "... a melhor forma de dizer é fazer", e os de Rodoux Faugh "... fazer com energia de mil sóis e com o amor de mil amantes".

Já participei de trabalhos em que se privilegiou a idade na composição da Equipe. Os jovens têm menos resistência às inovações, mais ousadia e determinação, menos vícios e paradigmas. Tudo isso é verdadeiro! Como também é correto afirmar que as idades biológica, mental e emocional não guardam a mesma relação temporal. Há jovens de 20 anos com a mente envelhecida, e idosos de 60 anos rejuvenescidos para a vida e o trabalho.

O fundamental é que as pessoas queiram fazer compartilhando, interagindo.

ENVOLVIMENTO E PARTICIPAÇÃO
Das diversas formas de trabalho coletivo, a Equipe de trabalho é sem dúvida a mais evoluída. Aqui os graus de mobilização e participação atingem escala máxima. É diferente dos Grupos de Trabalho, onde a interação varia de intensidade conforme sejam as tarefas desenvolvidas, e a participação decorre do grau de competência. Outra característica dos Grupos é que as decisões se dão por maioria.

Já nas Equipes de Trabalho o envolvimento dos elementos entre si e a equipe se reveste de integralidade. A participação é livre, por isso intensa. As decisões ocorrem por consenso, o que alimenta a responsabilidade de todos para com os resultados. Aqui todos participam da definição das metas e objetivos e as interações são permanentes.

SINERGIA
Numa combinação química, a junção de dois elementos origina um terceiro, completamente diferente. Ao reunirmos três átomos de oxigênio, obtemos um produto novo, o ozônio.

Numa combinação de pessoas ocorre algo semelhante. A Equipe de Trabalho está longe de ser a mera adição aritmética de seus integrantes. A interação das diferentes pessoas desencadeia um processo que chamamos Sinergia. O choque das idéias individuais, com seus arcabouços diferenciados, entra num sistema de confrontação e posterior equilíbrio, se amplificando, resultando em algo exponencialmente mais elevado.

Porém isso só ocorre quando os elementos estão de fato envolvidos e mobilizados, constituindo uma unidade orgânica, a Equipe de Trabalho.

GERENCIAMENTO
Em qualquer organização o processo gerencial corresponde à função de:

.comandar
.cooordenar
.controlar
.orientar
.avaliar.


Corresponde ainda a função de interagir as diversas unidades institucionais responsáveis pela execução dos serviços, integrando suas ações.

Para o gerente o grande desafio é abdicar das práticas fáceis de gerenciamento, cujas bases - ainda que ignoradas, estão assentadas no autoritarismo.

Ao gerente da qualidade é imposto um novo desafio: o equilíbrio de usar a autoridade sem ser autoritário.

No gerente autoritário algumas características são bastante definidas:

1. As regras e regulamentos são inquestionáveis. Constituem um fim em si, rituais dogmáticos a serem observados com obstinação doutrinária.

2. A obediência e o respeito são características fundamentais, guardadas com renovado fervor.

3. A autoridade é um ente como que metafísico, jamais se permitindo qualquer atitude de questionamento. A submissão é completa em relação ao superior, mas em relação aos hierarquicamente em posição inferior, exerce uma postura dominadora.

4. Vive enquadrado, comprimido, sempre em busca de um bode expiatório para liberar sua agressividade.

5. Como desconhece a dimensão do equilíbrio, tende sempre aos extremos. O raciocínio se move em dicotomias, é sempre oito ou oitenta.

6. As modificações o incomodam sobremaneira. Agarra-se às âncoras que encontra para impedir o movimento.

7. Para compensar a carga de agressividade que impõe aos subordinados, estabelece interregnos de gratuita generosidade, concedendo pequenos favores e privilégios.


É natural que, atuando desta forma, o gerente acabe garroteando seus subordinados, confinando-os à uma camisa de força que embota a criatividade e a interação, limitando em muito os graus de liberdade. Decorre um sentimento de responsabilidade restrito ao trivial, ao eminentemente necessário. Um ambiente de insegurança se estabelece quando as rotinas sofrem abalo ou ruptura, e a dependência ante a gerência é explicita.

DIMENSÕESA ação gerencial é uma convergência de basicamente quatro dimensões:

.Técnica
.Administrativa
.Interpessoal
.Política.


A primeira pressupõe a escolha da tecnologia mais adequada para enfrentar com sucesso a situação-problema.

Na segunda dimensão - a administrativa, o gerente emprega sua experiência para, delegando tarefas e ações aos integrantes da equipe, alcançar os objetivos e metas programados, se valendo de seu papel de educador: orientando, avaliando, promovendo o feedback. Vale-se de um conjunto de fluxos e rotinas, quase sempre limitantes, carentes de permanente adequação. Sobre as demais dimensões refletiremos a seguir.

CONFLITOS
Administrar pessoas é administrar conflitos. Desta forma o conflito deve ser identificado, debatido e solucionado, para que deste processo origine lições para toda a Equipe.

Nas organizações ainda é comum o escamoteamento dos conflitos, o "empurra com a barriga", a política do "acumular forças para derrotar o inimigo".
Nada mais antiproducente e falacioso.

O conflito pode se transformar num poderoso instrumento de educação da Equipe. Pode se constituir num insumo importante no processo de conhecimento e crescimento de cada um, desde que preceda a postura de que "ganham todos". Nas discussões não deve existir um perdedor. O debate será sempre dirigido no sentido de criar um novo ambiente. As discussões serão claras e diretas, abertas e francas, sempre fraternas, pois as posições antagônicas originarão uma idéia superior, construtiva para as relações interpessoais e para a Equipe.

As posições consolidadas, intransigentes, preto no branco, as verdades absolutas não se aplicam no jogo democrático. As regras que valem aqui são as do intercâmbio, do compartilhamento, do desprendimento, de reconsiderar os próprios pontos de vista para fazer brotar a solução coletiva.

Não só os problemas se resolvem de melhor maneira, mas a própria equipe se revitaliza, se renova, se refaz a cada dia.

Não existe inovação sem criatividade.

A tendência de grande parte das pessoas é considerar a criatividade como algo alienante, que abstrai a realidade e o concreto, fora do alcance das pessoas comuns. Definitivamente, isto não é verdade.

A criatividade nada mais é que a capacidade de manter o pensamento livre, desobstruído para descobrir o que está encoberto, para poder identificar o que é novo e transformador.

Não é algo mediúnico, que se adquira por hereditariedade ou benção dos céus. É um insumo bem concreto que se domina praticando, exercitando.

Algumas orientações podem auxiliar no afloramento da criatividade:

1. Estabelecer um tempo próprio para reflexões sobre o trabalho da Equipe, das tarefas diárias, buscando uma relação com a realidade em volta.

2. Com certa freqüência realizar reuniões de trabalho fora do gabinete, em ambiente que provoque a ruptura com a inércia cotidiana.

3. Trazer sempre convidados para fazer palestras, exposições, que desnudem outras facetas das questões, que lancem luzes sobre outros lados, obscuros ainda para alguns.

4. Atuar sempre com otimismo e entusiasmo.

5. Discutir assuntos que não abordem diretamente o trabalho imediato da Equipe, mas que amplificam o poder de recepção de nossas antenas, ampliando nossos horizontes.

6. Fomentar sempre as discussões e o livre debate, a divergência de idéias e estratégias, como instrumento diuturno de trabalho.

7. Interagir com outros cenários e ambientes, ainda que não sejam de áreas afins.

8. Criar um espaço e tempo para dinâmica de leitura em grupo, alterando poesia, teatro, romance, livros técnicos, etc.

9. Revitalizar o local de trabalho, deixando-o permanentemente limpo mudando periodicamente a posição dos quadros, mesas, armários, vasos de flores, etc. Do mesmo modo, periodicamente trocar os próprios objetos e equipamentos.

10. Procurar desenvolver os trabalhos com o auxílio de música instrumental, num volume adequado.

11. Ao menos uma vez por mês, programar um teatro, cinema, circo, festividade, eventos culturais e sociais que fortaleçam os laços de convivência.

Antônio Carlos dos Santos – criador das seguintes metodologias:
©Planejamento Estratégico Quasar K+;
©ThM – Theater Movement; e
©Teatro popular de bonecos Mané Beiçudo.

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Dramaturgo, o autor transferiu para seus contos literários toda a criatividade, intensidade e dramaticidade intrínsecas à arte teatral. 

São vinte contos retratando temáticas históricas e contemporâneas que, permeando nosso imaginário e dia a dia, impactam a alma humana em sua inesgotável aspiração por guarida, conforto e respostas. 

Os contos: 
1. Tiradentes, o mazombo 
2. Nossa Senhora e seu dia de cão 
3. Sobre o olhar angelical – o dia em que Fidel fuzilou Guevara 
4. O lugar de coração partido 
5. O santo sudário 
6. Quando o homem engole a lua 
7. Anos de intensa dor e martírio 
8. Toshiko Shinai, a bela samurai nos quilombos do cerrado brasileiro 
9. O desterro, a conquista 
10. Como se repudia o asco 
11. O ladrão de sonhos alheios 
12. A máquina de moer carne 
13. O santuário dos skinheads 
14. A sorte lançada 
15. O mensageiro do diabo 
16. Michelle ou a Bomba F 
17. A dor que nem os espíritos suportam 
18. O estupro 
19. A hora 
20. As camas de cimento nu 

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AS OBRAS DO AUTOR QUE O LEITOR ENCONTRA NAS LIVRARIAS amazon.com.br: 

A – LIVROS INFANTO-JUVENIS: 

I – Coleção Educação, Teatro e Folclore (peças teatrais infanto-juvenis): 

II – Coleção Infantil (peças teatrais infanto-juvenis): 
Livro 8. Como é bom ser diferente 

III – Coleção Educação, Teatro e Democracia (peças teatrais infanto-juvenis): 

IV – Coleção Educação, Teatro e História (peças teatrais juvenis): 

V – Coleção Teatro Greco-romano (peças teatrais infanto-juvenis): 

B - TEORIA TEATRAL, DRAMATURGIA E OUTROS
VI – ThM-Theater Movement: