terça-feira, 8 de novembro de 2022

Aliado de Putin admite interferência em eleições americanas


"Interferimos, estamos interferindo e vamos continuar", afirma Yevgeny Prigozhin, que possui fortes ligações com o governo russo. Empresário já foi alvo de sanções e investigação nos EUA.

 

O empresário russo Yevgeny Prigozhin, aliado do presidente Vladimir Putin e alvo de sanções do Ocidente, admitiu nesta segunda-feira (07/11) interferência nas eleições nos Estados Unidos – confirmando pela primeira vez uma acusação que ele vinha rejeitando por anos.

"Senhores, nós interferimos, estamos interferindo e vamos continuar a interferir", afirmou Prigozhin em um comunicado divulgado por sua equipe. "Cuidadosamente, precisamente, cirurgicamente e do jeito que fazemos, do jeito que podemos."

O russo de 61 anos, acusado de administrar uma "fábrica de trolls" para influenciar o resultado de eleições em vários países ocidentais, respondia a um pedido para comentar uma reportagem da agência Bloomberg que acusou a Rússia de interferir nas eleições de meio de mandato nos EUA.

O comunicado foi divulgado no último dia da campanha, na véspera da votação que influênciará decisivamente o restante do mandato do presidente Joe Biden e que pode abrir caminho para um retorno do ex-presidente Donald Trump à Casa Branca.

Interferência nas presidenciais americanas

Em 2018, Prigozhin e uma dúzia de outros cidadãos russos, além de três empresas do país, foram acusados nos EUA de operarem uma campanha secreta de redes sociais destinada a fomentar a discórdia e dividir a opinião pública americana antes da eleição presidencial de 2016, que deu vitória ao republicano Trump.

Eles foram indiciados no âmbito da investigação sobre a interferência russa no pleito, comandada pelo ex-procurador especial Robert Mueller.

Em 2020, o Departamento de Justiça americano decidiu rejeitar as acusações contra duas das empresas indiciadas, Concord Management and Consulting LLC e Concord Catering, ambas de Prigozhin, afirmando que realizar um julgamento contra réus corporativos sem presença nos EUA e sem perspectiva de punição significativa, mesmo que condenados, provavelmente exporia ferramentas e técnicas sensíveis de aplicação da lei.

Em julho, o Departamento de Estado ofereceu uma recompensa de até 10 milhões de dólares por informações sobre a interferência russa nas eleições americanas, inclusive sobre Prigozhin e sobre a organização russa Internet Research Agency (IRA), que as empresas dele foram acusadas de financiar.

O governo em Washington acredita que o Kremlin interferiu nas eleições presidenciais de 2016 por meio da IRA, acusada de disseminar desinformação na internet e que foi apelidada de "Exército Troll". A Rússia rejeita veementemente as alegações.

Prigozhin também vinha negando qualquer interferência nas eleições americanas – até agora.

Essa foi a segunda grande confissão do empresário russo nos últimos meses. Se anteriormente ele buscava manter suas atividades longe dos holofotes, agora parece estar cada vez mais interessado em conquistar influência política, observam analistas.

Fundador de grupo mercenário

Em setembro, Prigozhin confirmou que fundou a organização paramilitar russa Grupo Wagner e falou abertamente sobre seu envolvimento na guerra de Moscou contra a Ucrânia.

A presença da força mercenária também foi relatada em zonas de conflito em locais como Síria, Líbia, Mali e República Centro-Africana, onde foi acusada de abusos e captura do poder estatal.

Além disso, veio à tona recentemente um vídeo que mostra um homem parecido com Prigozhin visitando colônias penais russas a fim de recrutar prisioneiros para lutar na Ucrânia.

Na semana passada, o Grupo Wagner abriu um centro de negócios em São Petersburgo, que Prigozhin descreveu como uma plataforma para aumentar as capacidades de defesa da Rússia.

No domingo, ele também anunciou, por meio do serviço de imprensa de seu grupo de empresas Concord, a criação de centros de treinamento para milícias nas regiões russas de Belgorod e Kursk, que fazem fronteira com a Ucrânia.

"Um morador local conhece seus territórios como ninguém, é capaz de lutar contra grupos de sabotagem e reconhecimento e dar o primeiro golpe, se necessário", disse o empresário.

Em 2014, quando eclodiram os combates no leste da Ucrânia entre os separatistas apoiados pela Rússia e as forças de Kiev, Prigozhin disse, por meio de seus porta-vozes, que estava tentando "reunir um grupo [de combatentes] que iria [para lá] defender os russos".

"Cozinheiro chefe de Putin"

Ex-proprietário de uma barraca de cachorro-quente, Prigozhin acabou por abrir um restaurante refinado em São Petersburgo que atraiu o interesse de Putin. Durante seu primeiro mandato, o líder russo levou o então presidente francês, Jacques Chirac, para jantar num dos restaurantes de Prigozhin.

"Vladimir Putin viu como eu construí um negócio a partir de um quiosque. Ele viu que eu não me importo de servir aos estimados convidados porque eles são meus convidados", afirmou Prigozhin em entrevista publicada em 2011.

Seus negócios se expandiram significativamente. Em 2010, Putin participou da inauguração de uma fábrica de merenda escolar de Prigozhin, construída com empréstimos generosos de um banco estatal.

Só em Moscou, sua empresa Concord ganhou milhões de dólares em contratos para fornecer refeições em escolas públicas. Prigozhin também organizou serviços de catering para eventos do Kremlin por vários anos e forneceu os mesmos serviços para as Forças Armadas russas. A atividade rendeu ao empresário o apelido de "cozinheiro chefe de Putin".

DW

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