segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Tendências - caminhos da inovação


 

     Startups são requisitadas para apresentar soluções para os desafios do mercado, enquanto Aneel discute o aperfeiçoamento da resolução normativa do programa de P&D

 

O setor energético tem direcionado cada vez mais sua atenção para os investimentos em inovação. Empresas têm aberto programas para encontrar soluções de negócios, e a Aneel busca tornar o seu programa de pesquisa e desenvolvimento (P&D) mais voltado à inovação.

Para ajudar as organizações a resolverem seus desafios através de inovação colaborativa, a consultoria global Beta-i atente há 11 anos clientes de diversos setores, mas sobretudo de energia. Original de Portugal, a empresa começou a operar uma unidade em São Paulo no início de 2020. No último ano, 260 startups entraram nos programas da empresa no país.

A CEO e co-fundadora da Beta-i Brasil, Renata Ramalhosa, disse à Brasil Energia que o foco das em presas de energia em relação a projetos de inovação tem sido principalmente na fidelização do cliente, para serem mais que fornecedoras de energia. As companhias querem ter soluções de mobilidade, eficiência energética e descarbonização, entre outros. “Os sistemas regulatórios podem ser mais ou menos flexíveis para que a inovação exista nos setores. No Brasil, isso foi muito visível no financeiro. O regulador teve a capacidade de abrir o mercado para que a inovação fosse naturalmente desenvolvida nas entidades financeiras. Isso fez com que as startups da área, as fintechs, acompanhassem essa evolução”.

A especialista pondera que o programa de P&D da Aneel tem sido uma ferramenta muito importante para desenvolver a parte de pesquisa em áreas que são o futuro para a energia. “Mas menos eficiente para responder os desafios atuais que são de curto e médio prazo. Desafios que muitas vezes estão dentro da empresa, como desburocratização de processos, tentar dar um serviço melhor para o cliente e a descarbonização do setor com tecnologias que já existem".

Na avaliação de Renata, o programa da agência seria mais beneficiado se permitisse uma flexibilidade maior de tempo para que as empresas gastem os recursos. “Obviamente, dentro de regras claras e que defendam o consumidor”, sinaliza. Ela espera que com um novo modelo regulatório a inovação seja mais aberta, com o ocorre na Europa.

Revisão regulatória A Aneel recebeu até o último dia 20/12 contribuições à consulta pública para discutir o aperfeiçoamento da resolução normativa e dos Procedimentos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (Propdi). A consulta foi aberta após uma análise técnica da agência identificar a necessidade de elaborar uma nova regulamentação para a aplicação dos princípios constitucionais e dos conceitos legais de inovação, que não estão plenamente refletidos na regulamentação atual do programa de P&D.

Para Sandoval Feitosa, diretor da Aneel, apesar de ter uma performance satisfatória no âmbito da ciência e tecnologia, o desempenho do programa de P&D tem sido limitado em relação ao incentivo à inovação e à aplicação prática na indústria. Pela proposta, as alterações na regulação do programa terão vigência a partir de 1º de janeiro de 2023. Até lá, deverá ser elaborado o primeiro Plano Estratégico Quadrienal de Inovação (PEQuI), voltado à adaptação dos agentes à transição energética, à modernização desse setor e ao desenvolvimento do país.

Os Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) consideram que as propostas de mudanças na normativa precisam ser revistas para que o objetivo de estimular a realização de projetos mais inovadores e com potencial de aplicação em indústrias seja atingido de forma mais eficaz. Alguns dos pontos de mudança propostos pela agência são a definição de alocação de recursos por instrumento de inovação; a contratação de startups; a devolução de recursos em caso de cancelamento do projeto pela instituição pesquisadora; e novas regras no processo de prestação de contas.

O presidente da Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação (Abipti), que representa os ICTs, Paulo Rogério Foina, considera que a resolução normativa apresenta uma evolução para o setor e, com ajustes, pode impactar grandemente a sociedade. “Pesquisas mostram que, para cada real colocado em pesquisa tecnológica, retornam 3,6 reais na form a de im postos para as três esferas de governo. Isso significa que investimentos em pesquisa tecnológica em ICTs não são despesas, mas investimentos. Além disso, geram um impacto 15 vezes maior na economia. Por isso a importância nos ajustes da resolução normativa”.

As contribuições dos institutos para a proposta de mudanças no Propdi podem ser resumidas nos seguintes pontos: assegurar a participação dos ICTs na elaboração do PEQuI; equilibrar a participação de diferentes instrumentos de inovação nos projetos; aplicar condições à participação de startups para evitar conflito de interesse; flexibilizar a devolução de recursos em caso de cancelamento de projeto; e simplificação dos processos de prestação de contas. Com as mudanças sugeridas, as instituições, que têm ampla vivência em projetos de P&D, visam garantir o equilíbrio entre os atores do ecossistema de inovação do setor, o estímulo a projetos baseados em tecnologias disruptivas, a diminuição da burocracia e o aporte de recursos para o financiamento de projetos inovadores.

Transparência O Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou em meados de novembro do ano passado relatório apontando que a Aneel deverá adotar as providências necessárias para dar maior transparência aos projetos elaborados com recursos do seu programa de P&D. A análise foi constatada em uma auditoria operacional, realizada sob a relatoria do ministro Jorge Oliveira, para avaliar a política pública de investimentos em P&D no setor elétrico brasileiro, instituída pela Lei 9.991/2000.

O tribunal ainda determinou que a agência deve elaborar um relatório sobre o andamento da campanha de fiscalização para verificar a regularidade dos recolhimentos dos recursos de P&D. As deliberações devem ser atendidas dentro do prazo de 180 dias. Além disso, o TCU recomendou que a Aneel incorpore indicadores que permitam aprimorar a avaliação do seu programa de P&D, utilizando como base o referencial de controle de políticas públicas do tribunal. Outra sugestão é que a agência reguladora realize a fiscalização com enfoque na reversão das receitas das empresas do setor elétrico em prol da modicidade tarifária. Isso poderia ser alcançado com a comercialização de direitos de propriedade dos projetos realizados com recursosdo programa.

Iniciativas corporativas Nos últimos meses, diversas empresas do setor lançaram iniciativas voltadas à inovação. É o caso da Copel, que lançou um projeto voltado para startups nacionais e internacionais, com a pretensão de investir R$ 1,5 milhão no financiamento de cinco provas de conceito e na geração de soluções voltadas ao mercado de energia, com o objetivo de desenvolver novos negócios tanto para a Copel como para as empresas contempladas. A Beta-i é a gestora deste programa, que envolve temáticas como relacionamento com o cliente, com foco em soluções digitais; novas matrizes energéticas; eletromobilidade e armazenamento de energia.

Já a Vibra Energia criou um hub de inovação aberta que visa conectar startups e scale-ups (empresas com modelo escalável de crescimento) para o desenvolvimento de soluções para os grandes desafios do mercado. O projeto, denominado como Vibra co.lab, pretende investir entre R$ 140 milhões e R$ 160 milhões em temas como mobilidade, conveniência, novas fontes de energia e outras tecnologias emergentes.

A Energy Future, por sua vez, lançou um hub digital, semelhante a um marketplace, com o objetivo de facilitar a conexão entre empresas e fornecedores de soluções voltadas ao setor de energia. O projeto, segundo a empresa, visa promover a troca e a colaboração na busca de soluções tecnológicas incrementais e disruptivas, conectando empresas, institutos de tecnologia, startups, consultorias e a indústria para expandir negócios e a inovação no setor.

Líderes em inovação aberta A 100 Open Startups divulgou em agosto de 2021 um ranking com as corporações líderes em inovação aberta com startups no Brasil, as Top Open Corps 2021. Na categoria Top 5 energia elétrica, as empresas premiadas foram a EDP, AES, Energisa, CPFL e Enel, que juntas, foram responsáveis por 71% dos relacionamentos com startups identificadas no setor. Ainda na categoria de energia, o ranking identificou 27 empresas que praticam inovação aberta com startups no Brasil, sendo que 14 delas se relacionaram com startups pela primeira vez no último ano. No total, as corporações do setor estabeleceram 258 relacionamentos de negócios com 146 startups no período.

Já na categoria energias renováveis, as cinco empresas que levaram o prêmio foram a Raízen, Neoenergia, Solvi, Engie e CTG Brasil. As companhias foram responsáveis por 87% dos relacionamentos identificados no setor. Nesta categoria, o ranking identificou 32 corporações que praticam inovação aberta com startups no Brasil, sendo que 19 delas se relacionaram com startups pela primeira vez no último ano. No total, as corporações do setor estabeleceram 420 relacionamentos de negócios com 213 startups no período.

Thais Custodio, Revista Brasil Energia  



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