segunda-feira, 11 de junho de 2018

Arquitetura & autoritarismo




     O novo Centro Cultural Heydar Aliyev, no Azerbaijão. / iwan baan

Do jornal El Pais, releio uma interessante matéria “Arquitetos astros... da propaganda”.  Ajuda a esclarece a vinculação entre a arquitetura e as grandes obras com as ditaduras e os governos autoritários.
Nada há de estranho nesta doentia relação. Os governantes autoritários intentam, na realidade a imortalidade dos antigos faraós, o que desejam é adentrar a posteridade, ainda que isto represente o sacrifício de inúmeras gerações.

Curioso como guardam aderência à suntuosidade dos palácios, ao gigantismo, ao esplendor, fausto, pompa e ostentação.
Lembro-me de um debate que participei com Oscar Niemayer. Quando questionado sobre esta relação siamesa entre os projetos faraônicos de engenharia e arquitetura com os déspotas e ditadores, procurou filosofar: “é nas ruas que se fazem as transformações sociais e não sobre uma prancheta...”. Então, tá!

Na sequência, um pequeno extrato da matéria veiculada no jornal espanhol, e, mais adiante, o link que remete ao texto integral. Vale a pena ler.
“(...)
Além de Nursultán Nazarbáyev — o presidente cazaque que, em 1997, fez com que a fundação desse novo centro urbano coincidisse com o dia do seu aniversário –, Foster é o grande protagonista da operação urbanística que quer transformar um antigo povoado da estepe na primeira capital do século XXI. O último exemplo de como a melhor arquitetura está servindo a regimes totalitários para enviar uma mensagem de progresso adquire as formas curvas do novo edifício assinado por Zaha Hadid: o Centro Cultural Heydar Aliyev. Erguido em Baku (Azerbaijão), quer contribuir para a modernização e, por tanto, a democratização da antiga república soviética. Mas, evidentemente, isso não é fácil.
(...)”

[Mais, aqui.]