sábado, 22 de outubro de 2022

Negócio da China opõe chanceler e Governo alemães sobre aquisição parcial do porto de Hamburgo

A China quer adquirir 35% de um dos três terminais de contentores do Porto de Hamburgo © Gregor Fischer/Getty Images

Pequim propôs a Berlim em 2021 comprar 35% de um dos três terminais de contentores do porto de Hamburgo, do qual já é o maior utilizador em volume. O chanceler Olaf Scholz vê o negócio com bons olhos, porém seis ministérios alemães federais fazem reservas. “Relação econômica normal” ou tentativa de “controlar toda a cadeia de abastecimento da Europa” por parte da China?

 

O chanceler alemão, Olaf Scholz, teve a resistência de seis ministérios do Governo federal ao investimento que a companhia estatal chinesa Cosco pretende fazer numa parte de um dos três terminais de contentores do porto de Hamburgo. Segundo a imprensa alemã, as pastas da Economia, Interior, Defesa, Transportes, Finanças e Negócios Estrangeiros deram parecer desfavorável ao negócio.

Em causa está, para os titulares daqueles ministérios, a alteração de situação geopolítica. A Comissão Europeia é também citada como fazendo pressão para que a venda não seja concretizada.

A proposta da Cosco para adquirir 35% de um dos três terminais de contentores do porto de Hamburgo, do qual já é o principal utilizador, data de 2021. A resposta do Executivo alemão está a ser avaliada como “uma bitola” que exemplifique de forma clara o quanto pretende “endurecer a sua posição perante a China, dadas as preocupações de que venha a ser excessivamente dependente” de um “país autoritário cada vez mais assertivo”, como descreve a agência Reuters.

A resistência do Executivo alemão manifesta-se apesar de as autoridades de Pequim terem pedido a Berlim que não politizasse a oferta e de a autoridade do porto de Hamburgo ter alertado para os danos que a economia alemã poderá sofrer se não houver negócio. Tal prejudicaria ainda, alegam, a atração de investimento futuro de outras partes do mundo.

O processo que opõe a chancelaria ao Executivo está em curso. Foi essa a razão dada pelo Ministério da Economia para se abster de comentários à comunicação social, segundo a NDR/WDR (canais estatais do Norte e Oeste da Alemanha).

Um porta-voz do Governo declarou que a chancelaria também não comentava os procedimentos de análise do investimento “com vista ao impacto que poderiam ter nos segredos de negócio das empresas envolvidas”, cita o canal N-TV. As decisões serão tomadas pelos secretários de Estado.

Hipercautela para manter independência da China

O Governo alemão é visto como hipercauteloso quando a manter o país independente da China. Ao magazine “Panorama” do canal estatal ARD, Rolf Langhammer, do Instituto de Kiel para a Economia Mundial, explicou que a “estratégia de longo prazo dos chineses poderia bem ser ficar com o controlo de toda a cadeia de abastecimento da Europa, tanto digital como marítima”.

Para Langhammer, a compra parcial do porto de Hamburgo, o maior da Alemanha, poderia dar uma vantagem competitiva à China ou iniciar um “abuso de poder económico”. Em detalhe, a companhia marítima chinesa pretende adquirir parcelas do operador do porto HHLA e vir a deter mais de um terço do terminal de contentores de Tollerort. Por serem infraestruturas sensíveis, o Ministério da Economia conduz um processo de análise do investimento.

No passado dia 13, o ministro da tutela, Robert Habeck (Verdes), declarou estar a trabalhar numa nova política comercial com a China que permita “reduzir a dependência de matérias-primas, baterias e semicondutores”. O governante promete que “não haverá mais ingenuidade” nos acordos comerciais com Pequim, reportava a Reuters.

Fontes ministeriais declararam à agência noticiosa que Habeck pretendia tomar medidas que tornassem menos atrativos os negócios com a China. Foi a primeira vez que o ministro e vice-chanceler admitiu que uma linha mais dura estava a ser traduzida em medidas políticas.

Entretanto, a NDR/WDR reporta rumores de que a embaixada a China em Berlim terá feito contactos diretos com empresários, estimulando-os a pressionarem no sentido de uma decisão favorável do Governo para que os negócios funcionassem para todos.

Segundo a N-TV, quando a NDR/WDR pediu confirmação à representação chinesa na Alemanha, a resposta foi que não comentariam. A embaixada remete para uma declaração geral anteriormente veiculada pela sua porta-voz. Diz a mesma que a China espera que a Alemanha permaneça “fiel a princípios como o mercado aberto” em vez de “politizar as relações económicas normais”.

Expresso, Cristina Peres

 

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