quarta-feira, 19 de março de 2014

Comunicação e gestão



Em contraponto às teorias administrativas de Taylor e Fayol, surgiu num bairro de Chicago, Hawthorne, uma experiência conduzida por Elton Mayo que lançou por terra os princípios das teorias Científica e Clássica.

Dentre outras afirmações, a Teoria Clássica da Administração tinha como certo que a produção guardava uma relação diretamente proporcional à capacidade física do empregado, concebia um homem isolado que deveria se assemelhar a uma máquina, e que a motivação só seria alcançada através da remuneração.

Na contramão da abordagem Clássica da Administração, emerge, da Experiência de Hawthorne, a Teoria das Relações Humanas, a TRH.

Um a um, a TRH foi invalidando os princípios preconizados pela racionalização formal de Taylor e Fayol.

A equipe de Mayo constatou que, quanto mais socializado, maior a disposição do trabalhador de produzir. E que a motivação, muito mais que restrita à remuneração, estava vinculada a fatores como o reconhecimento, a participação e a aprovação social, no grupo de trabalhadores.

Na sequência, pesquisas sobre a liderança, sobre o modo do líder orientar sua conduta, abriram um novo nicho calcado na necessidade de estabelecer consistentes vínculos de comunicação entre os diversos grupos nas empresas.

Como o enfoque da Administração deixou de ser o homem-atomizado-máquina para se fixar no homem-social, se tornou de todo importante municiar as pessoas com informações e conhecimentos necessários para desempenhar suas tarefas. Mais que isso, criar as condições para que os processos motivacionais, cooperativos e de satisfação estejam atendidos nos cargos.

É este conjunto de elementos, possibilitados pela “comunicação” que estrutura o tão necessário “espírito de equipe”, conduzindo a trilogia “indivíduo, equipe e empresa” à performance adequada.

Nos dias de hoje, é unânime a compreensão de que só é possível aprimorar o desempenho do profissional caso se encontre envolto numa eficaz e estruturada rede de comunicação.

Fluxos multidirecionais de comunicação plenamente desobstruídos devem vincular, nos dois sentidos, subordinados e superiores; fornecedores e empresa; clientes/contribuintes/cidadãos e empresa; sociedade e empresa ...

Este fluxo responde como o elemento capaz de assegurar que o processo de produção ocorra de forma sustentável, e que seja possível a adoção de um sistema de avaliação de desempenho e habilidades.

Portanto, as possibilidades de lograr êxito com as organizações humanas estão diretamente relacionadas à capacidade de dar vazão a um sistema, uma rede de comunicação eficaz, que consiga interagir setores, mas que, sobretudo, viabilize a interação entre as pessoas.

Antônio Carlos dos Santos - criador da
Metodologia Quasar K+ de Planejamento Estratégico e da tecnologia de produção de Teatro Popular de Bonecos Mané Beiçudo.acs@ueg.br