segunda-feira, 22 de maio de 2023

Praticidade e flexibilidade motivam crescimento do nomadismo digital no mundo

 


Formato de trabalho remoto traz conforto e possibilidade de viajar em baixa temporada; Relatório Global de Tendências Migratórias da Fragomen prevê 1 bilhão de nômades até 2035

A pandemia e a necessidade do isolamento social motivaram verdadeiras revoluções nas relações e nos formatos de trabalho. Entre as intensas mudanças está a popularização do home office, que foi aderido por diversas empresas e continuou em vigor em várias outras, mesmo após o fim da quarentena. Esse modelo gerou um processo de globalização ainda mais forte do trabalho, já que agora é mais fácil trabalhar para uma companhia de outro país. É justamente por isso que o mundo tem testemunhado o crescimento dos nômades digitais, pessoas que deixam seus países de origem e vivem sem base fixa, mas com a ajuda do popular trabalho remoto.

Atualmente, a população que vive dessa forma ao redor do globo já chega à casa dos 35 milhões. Entretanto, segundo o Relatório Global de Tendências Migratórias de 2022, da Fragomen, uma empresa especializada em migração, o número deve aumentar para 1 bilhão até 2035. Segundo o professor Ildeberto Rodello da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, a resposta está no perfil social das novas gerações. “Hoje, temos um perfil menos apegado à família, o que pode influenciar. De maneira geral, é uma oportunidade interessante, principalmente para os mais jovens”, avalia.

Esse é o quadro em que se encaixa Felipe Fogaça. Aos 27 anos, ele vive em Ribeirão Preto, mas trabalha para uma escola de inglês em Melbourne, na Austrália, do outro lado do planeta, e faz a maior parte dos serviços em casa. “Caso tenha algum compromisso médico ou familiar, tenho a flexibilidade de me deslocar”, explica. Os planos de Fogaça, inclusive, passam por uma mudança definitiva para o Canadá. Tudo isso sem abandonar o atual emprego.

A vida na estrada

Diferentemente de Fogaça, contudo, muitas outras pessoas investem, justamente, na vida sem uma base fixa e visitam novas cidades a todo o tempo. De acordo com o professor Rodello, essa filosofia de vida em constante movimento também deve alterar a realidade econômica de várias comunidades pelo mundo. Embora seja cauteloso sobre a previsão da Fragomen, o especialista enxerga que o nomadismo digital “traz benefícios tanto para as pessoas que podem aproveitar a baixa temporada de diárias de turismo para conhecer uma região quanto para hotéis e empresas que praticam o turismo e, em baixa temporada, podem receber esses nômades digitais”.

O próprio Brasil, inclusive, aderiu ao movimento e oferece a emissão de vistos especiais de até um ano para nômades digitais. Os países que mais buscaram essa permissão no último ano foram os Estados Unidos e a Inglaterra. Todavia, nem tudo é festa, e o equilíbrio é necessário. “Responsabilidade. Acho que uma palavra interessante de ser colocada nesse contexto é que o nômade digital precisa ter muita responsabilidade dentro daquilo que tem acordado para com a pessoa ou a empresa que solicitou o serviço”, pondera Rodello.

Fogaça, no entanto, não parece ter problemas com a vida longe dos escritórios e já se mostra completamente adaptado, apesar das diferenças no fuso-horário que às vezes o obrigam a acordar de madrugada para participar de reuniões. “Gosto muito de trabalhar da minha casa também, no meu computador, organizando meu próprio espaço sem ter de me preparar muito antes para o deslocamento do trabalho. Em cidades grandes, as pessoas têm uma ou até duas horas de deslocamento para o trabalho. Estou ao lado do meu escritório, então acaba sendo muito mais fácil”, exalta.

Além disso, para ele, o futuro já chegou, e sua visão do que será o mercado de trabalho nos próximos anos é bem clara. Fogaça acredita que trabalhar a distância “já é uma tendência, embora existam cargos que são impossíveis de serem feitos de forma remota. Mas as empresas que podem fazer isso e não adaptarem o estilo de trabalho, pelo menos para o híbrido, vão perder muitos talentos”.

Jornal da USP

 


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