quinta-feira, 26 de maio de 2016

Como aumentar sua produtividade ouvindo música no trabalho

Saiba o que acontece no seu cérebro quando você 

ouve suas trilhas preferidas e como você pode usar 

Da Revista Galileu
Saiba como usar o poder da música a favor de sua produtividade (Foto: Flickr/Creative Commons)
Eu já sei que meu dia no trabalho não vai render tanto quando esqueço os meus fones de ouvido em casa. Com as orelhas protegidas do rúido exterior não apenas fico mais focada, mas as horas na redação parecem mais ritmadas, melhor aproveitadas - em outras palavras, sinto que minha produtividade aumenta. Ouço de tudo: desde música clássica, passando por folk indie até Ke$ha, depende da atividade na qual estou imersa (graças ao8tracks escolho a playlist de acordo com meu sentimento ou atividade e não apenas por artistas ou gênero). E todas essas músicas tem um efeito em nosso cérebro que é diferente do que em qualquer outro animal já estudado pelos cientistas.
Pra começar, quando você ouve música uma parte do cérebro chamada núcleo accumbens é ativada. Essa região comanda a liberação de dopamina, um neurotransmissor chamado de ‘químico do prazer’ - é a mesma substância liberada quando você come seu prato preferido e quando você encontra suas pessoas preferidas, que faz você querer mais. Mas não basta simplesmente colocar seus fones, aumentar o volume e esperar a dose de dopamina ser liberada. A quantidade de dopamina liberada depende do elemento surpresa.
Explico: quando você está ouvindo uma playlist e se depara com uma música incrível, que você não conhecia até então, a quantidade de dopamina liberada é muito maior do que quando você está ouvindo o seu hit preferido pela enésima vez.
Ok, então a música que ouvimos muda a forma com que nos sentimos. “Me conte algo que eu não saiba”, você pode estar pensando. O fato é que é possível usarmos isso a nosso favor para aumentar a produtividade no trabalho, controlando o que sai de seus inseparáveis fones de ouvido. E preparamos um guia para te ajudar:
Para terminar tarefas chatas rapidamente
Um estudo publicado pela revistaNeuroscience of Behavior and Physiology notou que a habilidade de uma pessoa de reconhecer imagens, letras ou números aumentava quando ela ouvia rock ou música clássica. A mesma coisa acontecia quando as músicas eram tocadas em fones de funcionários de uma linha de montagem - eles cometiam menos erros, trabalhavam mais rapidamente e o tempo também parecia passar mais rápido. Ou seja, na hora de limpar a caixa de e-mails ou fazer algo repetitivo, apele para Edvard Grieg ou Rolling Stones (sugestões da repórter, mas outras músicas clássicas e rock funcionam).
Para diminuir a tensão
O gosto musical entre uma pessoa e outra pode variar imensamente. Eu, por exemplo, adoro ouvir metal durante as horas mais críticas do dia - e o pessoal da redação não entende como eu consigo me concentrar ‘com todo aquele barulho’. Mas ouvir nosso gênero preferido de música ajuda a diminuir a tensão, independente de qual seja o tipo de som que você mais curte.
Quer se concentrar?
Quando ouve canções e encontra uma que você adora, com uma letra com a qual você se identifica, seu cérebro pode liberar mais dopamina do que deveria para manter a concentração. Muita dopamina faz com que você perca o foco. Então prefira músicas já conhecidas ou, se você já está enjoado da sua playlist de sempre, opte por músicas instrumentais, sem voz.
Precisa de criatividade?
Um barulho neutro, que não caracteriza o silêncio absoluto, mas que também não é música é o que indica uma pesquisa do Journal of Consumer Research. De acordo com os cientistas, o ideal é o som de um café. E, por sorte, há uma ferramenta que simula o som desse ambiente, o  Coffitivity.
Novidade? Aperte pause
Vai ler um documento importante? Ou um relatório sobre algo que, até então, lhe era desconhecido? Aperte pause. Um estudo de 2010 da Universidade do Instituto de Galesmostrou que, ao precisarem decorar uma sequência de sons e números, participantes tinham mais dificuldade de lembrar das ordem quando uma música tocava baixinho ao fundo. Ou seja, se você está fazendo algo novo e complexo, o silêncio é a melhor opção. O mesmo não pode ser dito em relação a tarefas que você já sabe ‘de cor’. Outro estudo revelou que cirurgiões experientes faziam operações mais rápidas e precisas quando ouviam música, por exemplo.