quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

As regras de trabalho que mais irritam os funcionários


Ambiente de trabalho rígido pode levar bons profissionais a pedir demissão
O ambiente de trabalho é cheio de regras que precisam ser obedecidas, muitas delas fruto do bom-senso, mas existem determinados padrões que às vezes são desnecessários ou que irritam profundamente os empregados.
Da BBC
Há casos de regras que irritam tanto que acabam fazendo com que funcionários desistam de trabalhar no lugar. A BBC conversou com dois especialistas no assunto para identificar as piores "regras tolas" e para saber como se deve lidar com cada situação.

LIZ RYAN, DA HUMAN WORKPLACE

A executiva americana fundou a consultoria Human Workplace, que estuda o ambiente de trabalho e dá dicas a empresas sobre como tratar os funcionários. Ela elencou algumas políticas que irritam os funcionários a ponto de fazê-los se demitirem:
HORÁRIO DE CHEGADA CONTROLADO. Pessoas que recebem salários não precisam de políticas de horário controlado para chegar no trabalho, argumenta Ryan. Grande parte dos chefes faz cara feia para quem chega dez minutos atrasado, mas ignora que os seus funcionários estão ficando uma hora a mais no fim do expediente.
REGRAS SOBRE ROUPAS. "Nós costumamos criar políticas sobre roupas a serem usadas porque como chefes morremos de medo de ter que falar cara a cara com alguém sobre a roupa excessivamente informal que usam para trabalhar", diz ela. "Mas somos administradores e essas situações pouco confortáveis são parte da nossa função. É melhor se livrar de regras escritas sobre roupas e simplesmente falar diretamente que os funcionários precisam se vestir profissionalmente."
CURVA FORÇADA DE DESEMPENHO. Uma tática usada por muitos chefes é de classificar o desempenho em um gráfico cujo formato se assemelha a um sino. Na ponta da esquerda estão os poucos funcionários com pior desempenho; na ponta da direita, os poucos com ótimo desempenho; e no meio está a grande maioria que está "na média". O objetivo da tática é estimular a competição. Mas Ryan diz que esse tipo de classificação só desmoraliza os chefes, pois dá a entender que eles não sabem contratar direito.
APROVAÇÃO NECESSÁRIA. É de se entender que grandes orçamentos sempre precisem passar pelo crivo de alguém com mais competência na empresa. "Mas será que é preciso conseguir aprovação do chefe só para trocar o crachá defeituoso? Mais burocracia só reduz o ritmo da empresa", diz Ryan.
POLÍTICA DE MILHAGEM DE VOOS. Viagem a trabalho é sempre um ônus para o funcionário, que precisa deixar sua vida pessoal de lado. Ryan acredita que os pontos acumulados em programas de milhagem de companhias aéreas devem ser dadas ao funcionário, e não à empresa. "Qualquer empresa sovina o suficiente para roubar de seu funcionário as suas milhas não é um empregador que está disposto a investir em você."

JOHN NEARY, DA CARITE

O executivo da empresa de concessionárias americana de carros CARite, John Neary, tem experiência administrando gerentes e funcionários. Ele dá três dicas para evitar que os empregados se sintam oprimidos por regras desnecessárias.
"ESTOU CONTRIBUINDO." As pessoas precisam sempre estar cientes de qual é a missão da empresa, e de preferência elas devem concordar e se inspirar com essa missão. "Quando elas entendem claramente qual é o seu papel em cumprir essa missão, elas reagem de forma positiva", diz Neary.
"ESTOU CRESCENDO." Quando as pessoas em vários níveis têm oportunidades de subir na carreira, seja com treinamentos ou tentando coisas novas, elas reagem de forma positiva. Neary também recomenda que chefes permitam que seus funcionários cometam pequenos erros, para poderem ter a sensação de que estão aprendendo.
"ESTOU CONECTADO." "A confiança mútua entre empregador e empregado é importante", escreve Neary. "As pessoas se sentem mais felizes se acreditam que são parte de uma família coesa e confiável."