quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Os marcos da administração



Desde que o homem percebeu a importância da sobrevivência, procurou estabelecer algum tipo de ordenamento, muito trivial e primitivo, verdade, mas que possibilitou enfrentar, com maiores possibilidades de êxito, as dificuldades e as intempéries impostas pela natureza agressiva.

Logo verificou as vantagens da vida em grupo, fundamental para estabelecer as defesas contra as feras selvagens, contra os predadores da espécie humana.

Os pequenos grupos foram ampliando, constituindo agrupamentos maiores e minúsculos povoados, depois núcleos mais adensados, até emergir os primeiros ensaios de cidade, num espaço de tempo que demandou milhares de anos.

Todavia a Administração é ramificação do conhecimento só recentemente adensada, e o grosso do seu desenvolvimento se processou ao longo do século XX.

Sócrates (470 a.C. – 399 a.C.) filósofo ateniense que, condenado à morte, tomou a cicuta na prisão, foi acusado dentre outras coisas, de ridicularizar os deuses do Estado.

Já naquele período, a Administração era um dos temas de seu interesse.
Um de seus discípulos, Platão (427 a.C. – 347 a.C.) deixou doutrina que influenciou, de forma preponderante, a cultura ocidental. Em suas obras “As Leis” e “A República” – verdadeiros marcos políticos - discorre sobre a democracia e a Administração pública.

Em “As Leis” aborda questões sobre a teoria do Estado. E em seu trabalho mais importante, “A República”, discorre sobre política, filosofia e ética.

Platão, muito jovem, quando viu Atenas ser derrotada, atribuiu a razão à democracia. Defendia a aristocracia, não a aristocracia hereditária e tão pouco a nobiliária, mas a intelectual. Jamais será apagada da história uma de suas frases: “os sábios deverão dirigir e governar, e os ignorantes deverão segui-los”.

À Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), discípulo de Platão, coube a criação da Lógica. Convidado por Felipe, Rei da Macedônia, foi preceptor de Alexandre, que mais tarde viria a conquistar o mundo.

Aristóteles acreditava que somente dentro do Estado o homem poderia aperfeiçoar-se. Não acreditava na existência de um Estado ideal e chegou a descrever três formas de governo, “todas valiosas e aceitáveis, conforme as circunstâncias”.

Monarquia, Aristocracia e Democracia são as três formas de governo descritas pelo discípulo de Platão. Degeneradas levariam – segundo Aristóteles – respectivamente à Tirania, Oligarquia e Oclocracia, esta última definida como o governo exercido pela multidão, pela plebe, pelas classes menos instruídas.

As obras e o pensamento aristotélico tornaram-se hegemônicos do período que vai de sua morte até o surgimento do novo método de investigação científica aplicado por Galileu, e que coube a Francis Bacon sistematizar.

Antônio Carlos dos Santos é engenheiro, criador da metodologia de Planejamento Estratégico Quasar K+ e da tecnologia de produção de teatro popular de bonecos Mané Beiçudo.


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