quarta-feira, 8 de junho de 2022

Cadastros obsoletos favorecem fraudes e punem cidadãos


Para evitar pagamentos de benefícios indevidos, governo precisa melhorar bases de dados de programas sociais

 

A auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) nos cadastros sociais atesta afaltade controle do governo sobre as informações dos cidadãos. A análise constatou 101 milhões de erros na base de dados do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), que podem acarretar pagamentos indevidos de aposentadorias, pensões e auxílios. Ainda que esse número resulte de uma projeção e que muitos dos erros apontados, como registros repetidos, não sejam graves, a situação impressiona pelo descontrole.

Como mostrou reportagem do GLOBO, 24 milhões de dados estão incompletos, inválidos ou inconsistentes - mais de 2 milhões com CPF não reconhecido pela Receita Federal. Há falhas graves, como 14,6 milhões de registros cujo titular é dado como morto há mais de cinco anos. Os auditores também tiveram dificuldade para obter os dados, que chegaram só depois de oito meses (outra investigação fracassara porque eles nem vieram).

Os problemas em cadastros do governo são de natureza complexa, pois dependem de mais que bons sistemas. De acordo com o diretor executivo do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS), Fabro Steibel, 5% dos brasileiros não têm sequer registro civil. O Registro Geral (RG) -a popular carteira de identidade -, atribuição estadual, é pulverizado por 27 unidades da Federação. Não é impossível alguém ter dois em estados diferentes. 'O Brasil aceita seis tipos de documentos, como passaporte, Carteira Nacional de Habilitação, RG ou carteira da OAB. O cidadão pode ter até 40', diz Steibel. 'Deveria haver um só, como noutros países. O importante mesmo é o RG, com foto e dados biográficos do cidadão.'

Para manter os cadastros atualizados, é preciso melhorar a infraestrutu-ra de dados, ter um sistema que identifique fraudes e reduzir o número de documentos oficiais. O ideal é uma identidade digital única e comum a todos os departamentos do governo. Nenhum absurdo para um país pioneiro em declarações de renda digitais ou na implementação de um sistema como o Pix.

Uma das experiências mais bem-sucedidas nesse setor é a identidade digital adotada na índia em 2009, onde havia uma miríade de documentos para mais de 1 bilhão de pessoas. A plataforma Aadhaar, o maior sistema de identificação biométrica do mundo, reúne dados dos cidadãos, que aderem voluntariamente. Cada participante recebe um número de 12 dígitos, usado como identidade. Mais de 95% dos indianos estão cadastrados. Um estudo de 2019 mostrou que 49% dos cidadãos usaram a Aadhaar para ter acesso pela primeira vez a benefícios do governo.

Sem buscar inspiração em experiências do tipo, o Brasil pune seus cidadãos. A auditoria do TCU não estimou prejuízos, mas eles são inequívocos. Recursos vão parar nas mãos de frauda-dores ou de quem não precisa, enquanto famílias carentes não recebem. Outra auditoria constatou que o governo pagou indevidamente R$ 809 milhões a 1,8 milhão de cidadãos que não tinham direito ao Auxílio Emergencial em 2020. Entre os contemplados, 32.282 detentos, 16.680 residentes no exterior e 15.571 mortos.

Permitir que fraudadores recebam benefícios em vez de quem precisa é o cúmulo da desorganização, do descontrole e da incompetência. Ainda que não haja solução rápida, não há razão para manter bancos de dados desatualizados e com erros. Só quem ganha com o descalabro são os vigaristas.

Jornal O Globo  



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