terça-feira, 30 de novembro de 2021

Ampliar fiscalização é essencial para reduzir desmatamento na Amazônia

 


Levantamento mostra que multas ambientais despencaram em período de devastação recorde

 

Certamente não é coincidência que o desmatamento na Amazônia tenha crescido nos últimos anos enquanto despencavam as multas emitidas por Ibama e ICMBio. No dia 18, dados do sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revelaram que, entre agosto de 2020 e julho deste ano, a floresta perdeu 13. 235 quilômetros quadrados de vegetação, dez vezes a área da cidade do Rio de Janeiro. A devastação, a maior desde 2006, aumentou 22% em relação aos 12 meses anteriores. Outro levantamento, do MapBiomas/Observatório do Clima, mostrou que o número de multas nesse mesmo período (2. 472) foi o menor nos últimos 17 anos.

O desleixo com a fiscalização já tinha sido detectado pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Em julho, uma auditoria da Corte constatou que 'nos últimos anos, em especial 2019, houve uma redução na aplicação de sanções administrativas por parte do Ibama, apesar do aumento do desmatamento nesse período'. Segundo o TCU, os autos de infração são um instrumento importante 'para dissuadir potenciais infratores'. O órgão apontou também que a desqualificação, 'por autoridades do alto escalão do governo', das instituições envolvidas no combate ao desmatamento tem trazido prejuízos à ação de fiscalização, com aumento de ameaças e atos de violência contra os agentes.

Não se chegou a tal ponto por acaso. O desmonte da fiscalização tem sido política consistente do presidente Jair Bolsonaro, que, antes mesmo de assumir, prometera acabar coma "festa" de multas do Ibama e do ICMBio. E visível o esvaziamento dos órgãos ambientais. Chegou-se ao cúmulo de retirar a autonomia dos fiscais para multar.

Fica claro também que militarizar o combate ao desmatamento foi um erro. As ações de Garantia da Lei e da Ordem(GLO) que transferiram o comando às Forças Armadas se mostraram inócuas, pois, em três anos, não houve redução do desmatamento. Ao contrário, grileiros, madeireiros e garimpeiros ilegais continuam a agir sem medo, como ficou claro nas imagens das balsas ancoradas no Rio Madeira divulgadas na última semana.

O Brasil já dispõe de sistemas que informam em tempo real onde queimadas e desmatamentos ocorrem. A rede de informações também é robusta - como atestam os números do Inpe divulgados na semana passada.

Para cumprir a meta de zerar o desmatamento até 2028, anunciada na COP26 pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, o governo precisará ampliar a fiscalização. Isso é viável e já foi feito noutros períodos de devastação recorde. Mas hoje não existe uma política para reduzir desmatamentos e queimadas. Tampouco vontade para isso, a começar pelo chefe da nação. Numa transmissão ao vivo um dia após a divulgação dos números do Inpe, Bolsonaro se referiu às críticas sobre a Amazônia como a 'mesma xaropada de sempre'. Se a meta anunciada em Glasgow é para valer, o governo precisa dar um cavalo de pau em sua política ambiental.

O Globo    


Para saber mais, clique aqui.



Para saber mais sobre o livro, clique aqui.




Para saber mais sobre o livro, clique aqui



Para saber mais clique aqui





Para saber mais sobre o livro, clique aqui





Para saber mais sobre os livros, clique aqui




Para saber mais sobre a Coleção, clique aqui




Para saber mais sobre o livro, clique aqui


- - - - - -




No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Coleção As mais belas lendas dos índios da Amazônia” e acesse os 24 livros da coleção. Ou clique aqui

O autor:

No mecanismo de busca do site amazon.com.br, digite "Antônio Carlos dos Santos" e acesse dezenas de obras do autor. Ou clique aqui


Clique aqui para acessar os livros em inglês