Numa eleição municipal atípica nos 5.569 municípios
brasileiros, ainda sob o impacto da pandemia de covid-19, o número de
candidatos do setor da saúde que querem entrar para a política superou o de
profissionais do setor de segurança inscritos na disputa. Houve, por exemplo,
expressivo aumento, de 43,6%, do número de técnicos de enfermagem que se
candidataram para os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador no pleito
deste ano em comparação com 2016, conforme levantamento feito pelo Valor na
base de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No total, 16.789 candidatos do setor de saúde vão disputar neste ano, um número
que supera os 11.817 profissionais que atuam em áreas afins à segurança
pública (policiais civis e militares, militares reformados, profissionais
das Forças Armadas e vigilantes).
O levantamento considera somente as profissões da saúde que possivelmente
estiveram na linha de frente do combate à covid-19, em especial técnicos em
enfermagem, enfermeiros e médicos, não contabilizando, por exemplo,
fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, odontólogos, entre outros.
Sob o efeito nefasto da onda de coronavírus no Brasil, 2.716 médicos entraram
na disputa, sendo que 748 deles (27,5%) almejam o cargo de prefeito, 594, de
vice-prefeito e 1.375, de vereador. É também expressivo o número de agentes de
saúde e sanitaristas candidatos (3.851), sendo que a maioria esmagadora (98%)
disputa uma cadeira nas câmaras municipais.
São enfermeiros 3.886 candidatos: 104 concorrem ao cargo de prefeitos e 148
estão nas chapas como vices. A maioria expressiva dos enfermeiros, 93,5%, será
candidata a vereador.
Nas eleições municipais de 2016, o número de candidatos médicos e enfermeiros
já era relevante, mas em ambos os casos houve um crescimento de 7,5% e 4,1%,
respectivamente, do volume total e candidaturas neste pleito atual.
Com o intuito de partidos da extrema direita e da esquerda de polarizar e
nacionalizar a disputa, destaca-se o aumento do número de candidatos que se
apresentam como militares reformados: 1.737. O governo Bolsonaro foi inundado
por militares, conforme constatou a Secretaria-Geral de Controle Externo do Tribunal
de Contas da União (TCU) em pesquisa feita em julho deste ano. Há 6.157
militares em funções civis. No Ministério da Saúde, que passou a ser
comandado por um general, Eduardo Pazuello, o terceiro titular da pasta no
período da pandemia, estão empregados 1.249 militares.
Entre os candidatos militares reformados, 99 disputam a prefeitura, 125 concorrem
à vaga de vice-prefeito e o restante deles, 87% do total, querem se tornar
vereadores.
Na onda militar embalada pela extrema direita, houve aumento de quase 12% do
número de candidatos policiais militares quando se compara o pleito deste ano
com 2016. Dos 3.577 policiais militares que são candidatos, só 193 querem o
cargo de prefeitos e quase a totalidade, 89%, se candidataram ao cargo de
vereador.
Na contramão do aumento de candidatos de praticamente todas as áreas de
profissionais da segurança, houve um decréscimo de 10,3% dos policiais civis
nesta disputa municipal, em relação ao pleito anterior. Em 2016 havia 1.025
policiais civis candidatos, e neste ano o volume caiu para 919. Já a
candidatura de vigilantes continua a representar um volume surpreendente e
cresceu 7% em relação a 2016: 4.673 deles estão no jogo eleitoral, um número
quase equivalente ao total de técnicos de enfermagem que querem disputar poder
político sobretudo nos legislativos municipais
Por Malu
Delgado, no Valor Econômico
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