Iniciativa criada
pelo Sebrae e CGU busca orientar os pequenos empreendedores
Combater a
corrupção e práticas antiéticas passa pela mudança da cultura e da sociedade. A
declaração foi feita pelo ministro da Transparência e Fiscalização da
ControladoriaGeral da União (CGU) substituto, Wagner de Campos Rosário, na
abertura do Seminário Compliance Sebrae, realizado em Brasília. A CGU e o
Sebrae são parceiros no Programa Empresa íntegra, que divulga a Lei
Anticorrupção (n° 12.846/2013) para os pequenos negócios e incentiva a
implementação de medidas que combatam desvios de condutas de empresários e
funcionários.
“Os pequenos
negócios representam a maioria das empresas brasileiras e o Sebrae tem a
responsabilidade de orientar esses empreendedores. O nosso grande desafio é
mostrar a essas pessoas, de forma simples, que é possível adotar práticas
corretas e éticas. Essa união ajuda a mudar a cultura e ajudará a termos um
País melhor”, avaliou o ministro. Segundo ele, planos como esse têm resultados
a longo prazo, e fazem parte das três principais funções da CGU: prevenir a
corrupção, detectar e sancionar. No segundo semestre, a CGU e o Sebrae
realizarão, em 10 estados, atividades voltadas para mostrar aos empreendedores
que investir em integridade é barato, traz retornos efetivos e pode ser feito
nos pequenos negócios, adaptando cada realidade.
A diretora técnica
do Sebrae, Heloisa Menezes, afirmou que reunir instituições como a CGU, o
Tribunal de Contas da União (TCU), o instituto Ethos e a Câmara Brasileira da
Indústria da Construção (CBIC), além de representantes de empresas que já
instituíram ações efetivas de compliance, é essencial para alinhar o debate.
“As instituições que atuam em conjunto com o Sebrae são como um ‘braço' nosso
no atendimento aos pequenos e no contato com a sociedade e, por isso, precisam
seguir as mesmas regras, tendo o mesmo cuidado com o uso de Recursos Públicos,
a economicidade, a transparência e a entrega de resultados efetivos”,
ressaltou. Para ela, o debate ajuda na construção de uma estratégia de combate
a riscos financeiros, ambientais, legais, tecnológicos e de imagem.
Para o diretor de
Administração e Finanças do Sebrae, Vinícius Lages, o investimento da
instituição em compliance tem dimensões interna e externa. “É um desafio enorme
fazer parte desse movimento de expandir no Brasil a consciência de que precisamos
mudar e caminhar para um País mais íntegro, ético, eficiente e eficaz na
aplicação de seus recursos.” Segundo Lages, convênios do Sebrae com os órgãos
de controle ajudam na construção de uma cultura de compliance e na divulgação,
para os pequenos negócios, da importância de investir em boas práticas e na
integridade como estratégia de melhoria da reputação do País, da atividade
econômica e da imagem das empresas nos mercados internacionais.
O Sebrae já possui
desde 2015 um Comitê de Compliance comandado pelo Conselho Deliberativo
Nacional da instituição. Em parceria com as unidades de Auditoria e Controle
foram definidas ações como a revisão e integração do Código de Ética do Sistema
Sebrae e de Instruções Normativas. A instituição também trabalha na gestão de
risco, no aprimoramento de mecanismos de gestão, no estabelecimento de
processos sistemáticos e de monitoramento de contratos e convênios, na gestão
de fornecedores e na intervenção na cultura organizacional.
Do Jornal do
Comércio do RS
Para saber sobre o livro, clique aqui. |