O PSDB fica no Governo. Claro, dizem que é para garantir a estabilidade
e os avanços na economia. Nada a ver com cargos e verbas, claro
O veterano Repórter Esso, que marcou época no rádio
e na TV, tinha como lema “o primeiro a dar as últimas”. Os noticiários do
Brasil, hoje, são os de sempre, divulgando o de sempre. Novidades? Preferem
velhidades. Para todos nós, resta a impressão de que só há notícias bem
antigas.
O PSDB fica no Governo, como ficou sempre que pôde.
Claro, dizem que é para garantir a governabilidade e a estabilidade do país e
os avanços na economia. Nada a ver com cargos e verbas, claro. Puro
patriotismo.
Lula diz que o PT tem muito a ensinar aos outros
partidos. Não é bem assim: com Mensalão, Petrolão, empreiteiras amigas,
açougueiros amigos, propriedades que não são dele, nunca antes na História
desse país partido nenhum girou tanto dinheiro. Mas o PMDB é mais competente: participou
da farra petista e continuou no poder quando o PT caiu. O PT, na busca de
pixulecos, perdeu gente de nível, como Hélio Bicudo, Paulo de Tarso Venceslau
(que, além de sair, fez as primeiras denúncias de malfeitos petistas),
Erundina. O PMDB fez igual e não perdeu ninguém. O PSDB, este tem a aprender.
Não é questão de ética: há muito tucano, incluindo seu candidato à Presidência,
em listas de denunciados. Nem de caráter: a ala jovem tucana, que era contra
ficar no Governo, resmunga mas ficou. Miguel Reale Jr., 73, foi quem saiu do
partido. Pergunta que os líderes tucanos não fizeram: se o PSDB é igual aos
outros, por que ficar lá?
Alto nível
O PSDB promoveu uma reunião de altíssimo nível para
decidir o que fazer. Havia quatro governadores, Geraldo Alckmin, de São Paulo,
Beto Richa, do Paraná, Marconi Perillo, de Goiás, e Simão Jatene, do Pará,
quatro ministros, Bruno Araújo, Aloysio Nunes, Antônio Imbassahy e Luislinda
Valois, dois prefeitos de capitais, Arthur Virgílio Neto, Manaus, e João Doria,
São Paulo, mais um carro Gol lotado com a ala jovem tucana. Decidiram que ficar
no Governo é melhor do que na oposição.
Exemplo partidário
O PMDB é coerente: está sempre com o Governo. O
Governo muda, o PMDB fica. Ninguém desvia o PMDB de seus ideais.
De um lado a outro
Quando os fundadores do PSDB resolveram tomar rumo
próprio, eram classificados como “a consciência do PMDB”. Tinham deixado o
partido por não concordar com seus rumos. Mas, se os tucanos deixaram o PMDB, o
PMDB não deixou os tucanos. O PSDB esteve em todos os governos, exceto o de
Collor – e só porque Mário Covas, governador de São Paulo, impediu a adesão
(Collor queria Serra e Fernando Henrique no Ministério). Mas há uma diferença
entre Reale Jr. e Covas: Reale Jr. tem prestígio, caráter, e Covas tinha o
Governo paulista.
A força da palavra
Miguel Reale Jr. tem também o dom da palavra. E
está indignado:
“É difícil sair de um partido do qual fui
vice-presidente em São Paulo, amigo de todos os dirigentes, em que compartilhei
ideais e esperanças. Mas desisti diante de tantas vacilações e fragilidades.
Não se pode ser fraco diante da afronta à ética.” E, referindo-se à fama tucana
de sempre ficar em cima do muro, previu o futuro do PSDB: “Espero que o partido
encontre um muro suficientemente grande que possa servir de túmulo”.
Da coluna de Carlos Brickmann
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Um teatro de envergadura
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