A emissão
de gases de efeito estufa por veículos e atividades como a agropecuária ainda
são um desafio para o Brasil, que tem na geração de energia limpa um grande
aliado: o biometano. Combustível menos poluente, o biometano é mais econômico
que o etanol e ainda é produzido por dejetos e efluentes, o que garante
destinação adequada a esses resíduos.
Assim como
o biogás, o biometano é produzido por meio da decomposição de matéria orgânica,
na ausência do oxigênio. No entanto, para atingir a quantidade de metano
necessária para uso como combustível veicular, o material passa por um processo
de purificação. Em 2015, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) regulamentou o
biometano, reconhecendo o gás como combustível similar ao Gás Natural Veicular,
com a vantagem de não ser de origem fóssil, portanto não renovável.
Segundo o
assessor de Energias Renováveis da Itaipu Binacional, Paulo Afonso Schimidt,
mais do que uma tendência, o biometano é uma necessidade. “Há um estudo que
demonstra que se a gente considerar todo o potencial de produção de biogás do
país, é algo superior ao volume de produção hoje de Itaipu, então, isso
demonstra que há um potencial enorme a ser
Itaipu
Em 2014, a
empresa integrou à sua frota o uso de veículos movidos por biometano e instalou
em suas dependências um posto para abastecimento. Posteriormente, a frota
cresceu e, na última semana, a maior produtora de energia hidrelétrica do mundo
inaugurou a primeira planta de biometano que usa como matéria-prima a mistura
de esgoto, poda de grama e alimentos descartados por restaurantes.
A
tecnologia é totalmente desenvolvida em Foz do Iguaçu e é pioneira. Até então,
o biometano do Brasil era produzido unicamente por dejeto de animais. Os
resíduos resultantes do processo de produção serão transformados ainda em
biofertilizantes. “Retiramos os resíduos que seriam potenciais poluentes da
natureza, transformamos em energia sustentável, renovável e devolvemos os
nutrientes ao planeta. Então, com isso nós, na verdade, imitamos a natureza com
um processo que é absolutamente natural”, diz Paulo Schimidt.
Para
atender parte da demanda de eletricidade gerada pela planta de combustível
renovável, a empresa instalou uma microusina de energia solar fotovoltaica no
local. São 12 placas que juntas têm capacidade instalada de 3 quilowatts-pico
(KWp) e geram cerca de 350 quilowatts-hora (Kwh) por mês. Segundo o engenheiro
eletricista do Parque Tecnológico de Itaipu Thiago Lippo, o projeto também faz
parte das atividades de pesquisa e desenvolvimento da empresa, e será
monitorado assim como a planta de biometano.
A unidade
de demostração tem capacidade de produzir 4 mil metros cúbicos de biometano por
mês e já abastece 70 veículos, mas pode abastecer até 300 por mês. De acordo
com pesquisadores do Centro Internacional de Energias Renováveis-Biogás
(CIBiogás), o gasto por quilômetro rodado de combustível biometano é de R$
0,26, enquanto o do etanol é de R$ 0,36.
O
monitoramento dos resultados obtidos com a nova planta tem como objetivo
consolidar um modelo de negócio viável para ser replicado na região e,
posteriormente, em todo o país. A proposta da empresa é desenvolver a
tecnologia e disponibilizar para os produtores rurais e municípios. “Quando Itaipu
chegou aqui, ela inundou terras férteis e essas terras estão fazendo com que a
gente produza energia, energia limpa. Então, nada mais justo que a gente
devolva um pouco mais para a região”, diz o diretor-geral brasileiro de Itaipu,
Luiz Fernando Vianna.
Por Fabíola Sinimbu na Agência Brasil
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O livro com a peça teatral Irena Sendler, minha Irena:
A história registra as ações de um grande herói, o espião e membro do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, Oskar Schindler, que salvou cerca de 1.200 judeus durante o genocídio perpetrado pelos nazistas. O industrial alemão empregava os judeus em suas fábricas de esmaltes e munições, localizadas na Polónia e na, então, Tchecoslováquia.
Irena Sendler, utilizando-se, tão somente, de sua posição profissional – assistente social do Departamento de Bem-estar Social de Varsóvia – e se valendo de muita coragem, criatividade e altruísmo, conseguiu salvar mais de 2.500 crianças judias.
"O Anjo do Gueto de Varsóvia", como ficou conhecida Irena Sendlerowa, conseguiu salvar milhares de vidas ao convencer famílias cristãs polonesas a esconder, abrigando em seus lares, os pequeninos cujo pecado capital – sob a ótica do führer – consistia em serem filhos de pais judeus.
Período: 2ª Guerra Mundial, Polônia ocupada pela Alemanha nazista. A ideologia de extrema-direita que sistematizou o racismo científico e levou o antissemitismo ao extremo com a Solução Final, implementava a eliminação dos judeus do continente europeu.
A guerra desencadeada pelos nazistas – a maior deflagração do planeta – mobilizou 100 milhões de militares, provocando a maior carnificina já experimentada pela humanidade, entre 50 e 70 milhões de mortes, incluindo a barbárie absoluta, o Holocausto, o genocídio, o assassinato em massa de 6 milhões de judeus.
Este é o contexto que inspirou o autor a escrever a peça teatral “Irena Sendler, minha Irena”.
Para dar sustentação à trama dramática, Antônio Carlos mergulhou fundo na pesquisa histórica, promovendo a vasta investigação que conferiu à peça um realismo que inquieta, suscitando reflexões sobre as razões que levam o homem a entranhar tão exageradamente no infesto, no sinistro, no maléfico. Por outro lado, como se desanuviando o anverso da mesma moeda, destaca personagens da vida real como Irena Sendler, seres que, mesmo diante das adversidades, da brutalidade mais atroz, invariavelmente optam pelo altruísmo, pela caridade, pela luz.
É quando o autor interage a realidade à ficção que desponta o rico e insólito universo com personagens intensos – de complexa construção psicológica - maquinações ardilosas, intrigas e conspirações maquiavélicas, complôs e subterfúgios delineados para brindar o leitor – não com a catarse, o êxtase, o enlevo – e sim com a reflexão crítica e a oxigenação do pensamento.
Dividida em oito atos, a peça traz à tona o processo de desumanização construído pelas diferentes correntes políticas. Sob o regime nazista, Irena Sandler foi presa e torturada – só não executada porque conseguiu fugir. O término da guerra, em 1945, que deveria levar à liberdade, lancinou o “Anjo do Gueto” com novas violências, novas intolerâncias, novas repressões. Um novo autoritarismo dominava a Polônia e o leste Europeu. Tão obscuro e cruel quanto o de Hitler, Heydrich, Goebbels, Hess e Menguele, surgia o sistema que prometia a sociedade igualitária, sem classes sociais, assentada na propriedade comum dos meios de produção. Como a fascista, a ditadura comunista, também, planejava erigir o novo homem, o novo mundo. Além de continuar perseguindo Irena, apagou-a dos livros e da historiografia oficial, situação que só cessaria com o debacle do império vermelho e a ascensão da democracia, na Polônia, em 1989.
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