A três dias do
Natal, em 22 de dezembro do ano passado, o presidente da República, Michel
Temer, deu aos brasileiros um 'presente' comprado com o dinheiro deles mesmos:
liberou o saque de contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)
inativas até dezembro de 2015. Em um país de 12 milhões de desempregados e com
mais da metade das famílias endividadas, vem em ótima hora o dinheiro extra que
pingará nas contas de quem foi demitido por justa causa ou pediu demissão.
Ajudará no pagamento de dívidas, na compra de bens e serviços e, se tivermos
todos muita sorte, na realização de investimentos, como expandir negócios
próprios. Com a mesma medida, o governo também deu um presente a si mesmo –
criou a imagem de benevolente e injetará um dinheiro muito bem-vindo na
economia. Mas o impacto será limitado e de curto prazo.
O objetivo indireto
do governo é fazer com que parte do dinheiro sacado pelos cidadãos contribua
com o aquecimento da atividade econômica. 'É uma injeção de recursos que vai
movimentar a economia também pelos cálculos do Ministério do Planejamento, a
cerca de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB)', disse Temer, durante o anúncio
da decisão. O total a ser distribuído é de cerca de R$ 30 bilhões (70% do total
represado em contas inativas). Entre especialistas ouvidos por ÉPOCA, há
diferentes estimativas de impacto no crescimento do PIB neste ano, de 0,25
(Banco Santander) a 0,6 (Itaú Unibanco) ponto percentual.
Qualquer deles
seria um efeito excepcional num período de recessão profunda. Na hipótese mais
modesta, se o PIB fosse crescer 0,25% sem o FGTS, com a ajuda ele avançaria
0,5% (expectativa atual do mercado financeiro e ritmo ainda insuficiente para
baixar o desemprego).
Grande parte do
impulso ocorrerá pelo consumo das famílias, que responde por 60% da atividade e
segue uma trajetória de queda há sete trimestres. 'É importante liberar esse
dinheiro, sem ônus, para a economia. É uma injeção diluída ao longo do ano e que
deve ser voltada, em grande parte, ao pagamento de dívidas', diz Nicola Tingas,
presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e
Investimento (Acrefi). A 'falta de ônus' mencionada se justifica pelo fato de
que são recursos de contas inativas, o que não põe em risco aportes do fundo
voltados ao financiamento de áreas como habitação e saneamento. Já o impacto
'diluído' acontecerá porque a liberação se dará ao longo de cinco meses, de
março a julho.
A medida é
comparada a um 'antitérmico' pelo economista Fernando Botelho, professor da
Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo. 'Não cura o
paciente, mas alivia a dor', diz. Nas contas do banco ABC Brasil, o consumo
deverá responder por algo entre R$ 12 bilhões e R$ 16 bilhões do montante
liberado de contas inativas e elevar em 0,3 ponto percentual o crescimento do
PIB – mesma estimativa da consultoria Tendências. Para chegar a esse valor, o
economista-chefe da instituição, Luís Otávio Leal, usou como referências
programas de benefícios fiscais dados à população na Espanha e nos Estados
Unidos. Nesses dois países, em três programas diferentes, cerca de 30% do total
de recursos oferecidos se voltou para o consumo.
A decisão abre
caminho para o equilíbrio do orçamento dos brasileiros. Historicamente, as
famílias usam o 13o salário para quitar suas dívidas. A expectativa mais
otimista é que isso se repita com o FGTS. Segundo a Confederação Nacional do
Comércio de Bens, Serviços e Turismo, em janeiro, 55,6% das famílias
brasileiras tinham dívidas que, em média, comprometem até 30% da renda mensal.
'O ambiente não está propício para gastança, com desemprego em alta e renda
caindo', diz o economista Miguel Oliveira, diretor da Associação Nacional dos
Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade.
É também consenso
entre os economistas que o governo acertou no momento do anúncio. Isso porque a
recessão resiste, os juros ainda estão altos e a inflação desacelera. O Brasil
não está em um momento de superaquecimento do consumo para temer a volta da
alta de preços. A medida, portanto, não gera desequilíbrios.
Entre os setores
afetados, o varejo deve colher o maior benefício, o que também é um alento. No
ano passado, o setor registrou queda nas vendas de 6,2%, a maior desde 2001.
A Federação do
Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo não tem previsão de
quanto o varejo será impulsionado, mas diz que o total de recursos das contas
inativas representa 2,5% do faturamento do setor no país. Até 90% das contas
possuem valores até R$ 3 mil, que devem ser voltados, quando não para o
pagamento de dívidas, para a compra de itens de valores compatíveis. Com a
inflação de alimentos também em baixa, as compras em supermercados devem ser
reforçadas, bem como a de eletroeletrônicos de menor valor.
A medida também
surge como mais um item na agenda de medidas do governo, em meio à resistência
da recessão e à deterioração das contas públicas. No fim do ano passado, a
ênfase dada às grandes reformas – a da Previdência e a do teto de gastos
públicos num primeiro momento, a trabalhista e a tributária posteriormente –
afetou a popularidade de Temer e jogou responsabilidade demais para o
Congresso, com seus processos naturalmente lentos, tortuosos e dependentes de negociação
política. De julho para dezembro, a parcela dos brasileiros que avaliavam o
governo Temer como ruim ou péssimo saltou de 31% para 51%, segundo levantamento
do instituto Datafolha.
Para se livrar da
pecha de gestão monotemática e incapaz de adotar medidas ágeis contra o
desemprego em disparada, o governo organizou uma força-tarefa no fim do ano
passado. Mobilizou integrantes do Ministério do Trabalho, do Planejamento e do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para divulgar uma
bateria de medidas. Em dezembro, anunciou diversas delas. O conjunto de ações
tinha como objetivo reduzir a burocracia e o custo de fazer negócios e produzir
no Brasil. Ministros e congressistas sentiram o ambiente propício para tentar
avançar em frentes tão diversas e polêmicas quanto a facilitação da
regularização de imóveis, a redução de poderes do Tribunal de Contas da União
para barrar obras e o afrouxamento de exigências ambientais e para testes de
medicamentos em seres humanos.
A mudança mais recente
nessa agenda, anunciada na semana passada, é a elevação do valor do imóvel que
pode ser comprado com recursos do FGTS. O valor máximo subirá de R$ 950 mil em
São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal e de R$ 800 mil nas
demais regiões para até R$ 1,5 milhão.
Diferentemente do
governo anterior, da presidente Dilma Rousseff, há agora um esforço em
empreender medidas na área microeconômica. Restam muitas dúvidas sobre a
coordenação das medidas e potenciais exageros na redução de fiscalização e
exigências para as empresas. O caminho da simplificação, porém, é muito melhor
que o escolhido pela gestão anterior, em que o aumento de gasto público e a
escolha de empresas e setores a ser beneficiados atrapalhavam quaisquer
tentativas de melhorar o ambiente de negócios.
Ao mesmo tempo que
veem vantagens na mudança no FGTS, os economistas ponderam que ela não tem
efeito definitivo sobre o desarranjo macroeconômico do país. Seu efeito é, em
grande parte, no ânimo do cidadão. Ao aliviar a situação financeira do
brasileiro, também melhora sua confiança, que, por sua vez, pode se refletir em
disposição para consumir e empreender. Isso ainda está longe de ocorrer. 'A
retomada da economia depende de fatores estruturais, como uma redução forte dos
juros e a realização de investimentos em infraestrutura', diz o
economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves. No momento,
espera-se que o cenário comece a mostrar sinais de melhora a partir do segundo
semestre. Prevalece, entre economistas e empresários, o sentimento de 'otimismo
cauteloso', como define o presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal.
Por ora, o governo
conseguiu aprovar apenas uma grande reforma: a Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) que impõe um limite ao gasto público. A seguinte na fila é a
reforma da Previdência. Nos próximos meses, o governo Temer terá de persistir
em duas frentes. Uma é a das reformas dependentes do Congresso. A outra é a das
novas medidas que dependam só do Executivo, para diminuir a burocracia e facilitar
os negócios – e, assim, a volta dos empregos e da melhoria dos indicadores
sociais. Afinal, o efeito antitérmico do FGTS terminará logo, logo.
Por Luís Lima, com Daniele Amorim, na Época online
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O planejamento que interage estratégia e cultura
Coleção Quasar K+:
Livro 1: Quasar K+ Planejamento Estratégico;
Livro 2: Shakespeare: Medida por medida. Ensaios sobre corrupção, administração pública e administração da justiça;
Livro 3: Nikolai Gogol: O inspetor geral. Accountability pública; Fiscalização e controle;
Livro 4: Liebe und Hass: nicht vergessen Aylan Kurdi. A visão de futuro, a missão, as políticas e as estratégias; os objetivos e as metas.
O que é a metodologia Quasar K+ de planejamento estratégico?
QUASAR K+ é uma metodologia que procura radicalizar os processos de participação cidadã através de três componentes básicos:
a.Planejamento;
b.Educação e Teatro;
c.Participação intensiva.
Para quem se destina a ferramenta?
A metodologia QUASAR K+ foi desenvolvida para se constituir em uma base referencial tanto para as pessoas, os indivíduos, como para as organizações. Portanto, sua utilização pode ensejar a modernização desde o simples comércio de esquina ao grande conglomerado corporativo. Mas, também, os projetos de crescimento e desenvolvimento individuais, a melhoria das relações familiares...
Fazendo uso da metodologia QUASAR K+ poderemos descortinar novos horizontes nos habilitando a fazer mais e melhor com menor dispêndio de recursos.
Qual a razão desta metodologia?
Nas democracias modernas as sociedades se mostram tanto mais evoluídas e sustentáveis quanto mais aprimoram a qualidade da participação na vida organizacional, política e social.
Para que a participação se revista de qualidade se faz necessário dominar um conjunto de técnicas e instrumentais capazes de impregnar o processo de maior eficácia.
É deste contexto que emerge a metodologia QUASAR K+: disponibilizar técnicas específicas ancoradas em valores e princípios da educação e do teatro, incorporando - como eixo estruturante - as ferramentas do planejamento.
Portanto, é uma metodologia que busca assegurar qualidade à consecução dos objetivos, estratégias e metas traçados.
Por conseguinte, a aplicação da tecnologia possibilitará que nossa inserção e participação nos ambientes de estudo, trabalho, entretenimento e moradia, se verifique de maneira progressivamente mais satisfatória. Ao mesmo tempo em que nos empodera:
- eleva a autoestima – na medida em que tomamos consciência da evolução de nossa capacidade produtiva, da habilidade adquirida para interagir e contribuir com a família, o grupo social, a organização, a sociedade;
- incorpora ganhos sociais para a família, a escola, a instituição em que trabalhamos e a comunidade onde moramos, considerando que os produtos e resultados de nossa intervenção direta passam a ostentar qualidade diferenciada, mais fina, apurada e consentânea com as aspirações por um mundo melhor e mais justo.
De maneira estruturada, o livro enfoca:
Livro 1: Quasar K+ Planejamento Estratégico;
Livro 2: Shakespeare: Medida por medida. Ensaios sobre corrupção, administração pública e administração da justiça;
Livro 3: Nikolai Gogol: O inspetor geral. Accountability pública; Fiscalização e controle;
Livro 4: Liebe und Hass: nicht vergessen Aylan Kurdi. A visão de futuro, a missão, as políticas e as estratégias; os objetivos e as metas.
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Qual a razão desta metodologia?
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Por conseguinte, a aplicação da tecnologia possibilitará que nossa inserção e participação nos ambientes de estudo, trabalho, entretenimento e moradia, se verifique de maneira progressivamente mais satisfatória. Ao mesmo tempo em que nos empodera:
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De maneira estruturada, o livro enfoca:
- Planejamento e Administração
- O setor público
- Empreendedorismo & iniciativa privada
- Participação intensiva & terceiro setor
- Cidadania
- Qualidade Total
- Educação & Teatro
- O setor público
- Empreendedorismo & iniciativa privada
- Participação intensiva & terceiro setor
- Cidadania
- Qualidade Total
- Educação & Teatro
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