O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef)
divulgou, nesta semana, comunicado em que demonstra preocupação com o impacto
da violência no desenvolvimento das crianças no Rio de Janeiro. De acordo com a
Secretaria Municipal de Educação, somente neste ano, uma em cada quatro escolas
teve que fechar durante determinados períodos ou foi forçada a interromper as
aulas por causa dos tiroteios ou outros tipos de confrontos.
Dos 105 dias de aula no período letivo, apenas oito transcorreram normalmente em todas as escolas da cidade, sem ser interrompidos pela violência. A rede pública da capital fluminense tem 1.537 escolas da rede, onde estudam mais de 650 mil alunos.
Dos 105 dias de aula no período letivo, apenas oito transcorreram normalmente em todas as escolas da cidade, sem ser interrompidos pela violência. A rede pública da capital fluminense tem 1.537 escolas da rede, onde estudam mais de 650 mil alunos.
Em abril, a secretaria informou que cerca de 70 mil alunos tinham ficado sem aula pelo
menos um dia desde o início do ano letivo de 2017, em 2 de fevereiro.
O Unicef citou estudos que mostram que interrupções
repetidas em ambientes de violência afetam negativamente a habilidade das
crianças de se concentrar e aprender sem medo. “Buscar abrigo e esconderijo e
até testemunhar episódios de violência têm grande impacto psicossocial nas
crianças, e várias relatam sofrer de síndromes de estresse, como pesadelos e
crises de ansiedade”, diz o comunicado.
“Crescer em um ambiente com frequentes episódios de
violência armada também pode fazer com que as crianças percebam a violência
como o procedimento normal na resolução de conflitos. Crianças do Rio de
Janeiro estão sob grande risco de não poderem desenvolver seu total potencial”,
acrescenta o documento.
O Unicef lamentou que o problema ocorra em outras regiões.
“De acordo com uma pesquisa nacional sobre saúde na escola, quase 10% dos
adolescentes das regiões Sudeste e Nordeste do país já passaram pela
experiência de ter a escola fechada por causa da violência, enquanto, na Região
Sul, apenas 2% viveram algo parecido.”
A violência também tirou a vida de estudantes, inclusive
dentro das escolas, como Maria Eduarda Alves Ferreira, de 13 anos, morta a tiros enquanto
fazia educação física no pátio da Escola Municipal Jornalista Daniel Piza, em
Acari, zona norte, em 30 de março.
O documento do Unicef ressalta também que o Brasil tem uma das maiores taxas de homicídio de adolescentes do mundo. Apenas em 2015, mais de 10 mil adolescentes entre 10 e 19 anos foram assassinados no país.
O documento do Unicef ressalta também que o Brasil tem uma das maiores taxas de homicídio de adolescentes do mundo. Apenas em 2015, mais de 10 mil adolescentes entre 10 e 19 anos foram assassinados no país.
Por fim, o Unicef informou que está trabalhando com as
autoridades das áreas de educação e segurança pública no Rio de Janeiro para
buscar uma solução coordenada para a crise de violência em alguns bairros e
reduzir o impacto negativo na vida das crianças.
Por Flavia
Villela, da Agência Brasil
Para saber mais sobre o livro, clique aqui. |