Espaço cultural voltado para a ciência, o meio ambiente e a reflexão
sobre o futuro da humanidade, o Museu do Amanhã lança um olhar sobre um período
tenebroso da história mundial com a exposição Holocausto – Trevas e Luz,
aberta ao público na quarta-feira (26). Resultado de uma parceria da prefeitura
do Rio com o Museu do Holocausto, de Curitiba, a mostra é uma homenagem
especial às vítimas do nazismo - cerca de 6 milhões de pessoas, a maioria
judeus, perseguidas e aniquiladas pelo regime totalitário que vigorou na
Alemanha e países por ela dominados entre 1933 a 1945.
Montada no espaço Galeria do Tempo,
mesmo andar do circuito permanente do museu, a exposição é dividida em três
módulos. No primeiro deles, o visitante é convidado a refletir sobre a tragédia
por meio de uma cenografia temática, que reproduz a típica câmara de gás dos
campos de concentração e exibe fotos marcantes de época e frases de impacto.
No segundo módulo, a exposição
homenageia os chamados ‘justos entre as nações’, nome dado aos que correram
riscos para salvar judeus perseguidos durante a Segunda Guerra Mundial. O
circuito termina com a exibição de trabalhos e redações feitos por alunos de
escolas públicas sobre o tema Museu do Amanhã, que trata o Holocausto com ações
de alerta para que evitar que a tragédia se repita.
“Revisitar o fato histórico por meio
desta mostra é uma forma de rever o passado e pensar sobre o presente, e assim
escolher conscientemente o amanhã que desejamos. Nesse triste período da
história, prevaleceram as piores características humanas, como o ódio, a
intolerância, o racismo e o preconceito”, destacou o diretor de Conteúdo do
Museu do Amanhã, Alfredo Tolmasquim.
“Apesar das mudanças e evoluções entre as
relações humanas, continuamos repetindo essas atitudes, inclusive no Brasil.
Esperamos que a escuridão do Holocausto sirva como um farol para iluminar o
futuro da humanidade”, alertou.
Na exposição, o público encontra
peças como o uniforme usado em um campo de concentração por Hercz Rosenberg,
sobrevivente que veio para o Brasil após a Segunda Guerra Mundial. A mostra
conta também com obras de Fayga Ostrower (1920-2001), polonesa que também
emigrou para o Brasil, fugindo no nazismo, e aqui se tornou uma premiada
artista plástica. São exibidos ainda trechos de depoimentos de sobreviventes do
Holocausto coletados pela Fundação Shoah, criada pelo cineasta Steven
Spielberg.
“O massacre de 6 milhões de pessoas é
uma coisa que precisa ser relembrada. Eu queria convidar meninos e meninas da
rede pública, os nossos jovens e as famílias do Rio, para que pudessem conhecer
o que foi essa tragédia. Nós vivemos no Rio de Janeiro hoje uma violência
anômica, mas eu tenho certeza que, assim como a mais abjeta das vilanias foi
derrotada pelo mundo, que se reergueu para construir a paz, o Rio também vai
reencontrar o caminho da paz”, disse o prefeito Marcelo Crivella, que percorreu
a mostra nesta terça-feira (25), em visita para convidados.
Crivella esteve acompanhado das
secretárias municipais de Cultura, Nilcemar Nogueira, e de Assistência Social e
Direitos Humanos, Teresa Bergher; do cônsul honorário de Israel, Osias Wurman;
do presidente da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro, Herry
Rosenberg; e do diretor executivo da Fundação Roberto Marinho, Hugo Barreto.
A exposição Holocausto – Trevas e Luz fica em cartaz até 15 de outubro e
pode ser visitada de terça-feira a domingo, das 10h às 18h. O ingresso, que dá
direito a visitar todo o museu, custa R$ 20, a inteira, e R$ 10, a
meia-entrada. O Museu da Manhã fica na Praça Mauá, no centro do Rio.
Por Paulo Virgilio, da Agência
Brasil