Montadora da marca Mercedes-Benz é
acusada de ter vendido mais de 1 milhão de veículos na Europa e nos EUA com
motores adaptados para fraudar testes de poluição.
A montadora alemã Daimler, fabricante dos carros Mercedes-Benz,
fraudou testes de emissões em duas de suas linhas de motores por cerca de oito anos,
informaram nesta quinta-feira (13/07) as emissoras estatais WDR e NDR e o
diário Süddeutsche
Zeitung.
As acusações resultaram numa série de operações policiais de
busca e apreensão executadas por autoridades da Alemanha em várias instalações
da Daimler em maio. De acordo com a investigação jornalística conjunta dos
meios de comunicação, os motores OM 642 e OM 651 da Daimler utilizavam um
dispositivo ilegal para fraudar os testes de emissões.
É estimado que esses dois modelos de motores estejam instalados
em cerca de 1 milhão de veículos vendidos na Europa e nos EUA entre 2008 e
2016.
A fraude pode levar a Autoridade Federal de Transporte
de Automóveis da Alemanha (KBA, na sigla em alemão) a forçar a montadora a
realizar um recall dos
veículos afetados, ao menos na Europa. Os reguladores e procuradores americanos
provavelmente prosseguirão com acusações legais.
A montadora alemã Volkswagen usou um
dispositivo similar para fraudar os testes de emissões, que culminou no
escândalo conhecido como Dieselgate e que levou a multinacional a pagar cerca
de 22,6 bilhões de euros em multas e compensações.
Além disso, relatos indicam que
procuradores alemães estão analisando acusar dois funcionários da Daimler por
supostamente enganar clientes na compra de automóveis por meio de publicidade
falsa. Outros empregados da montadora podem enfrentar imputações similares.
A Daimler declarou que não vai
comentar uma investigação em curso e destacou que está cooperando com
as autoridades. Promotores de Stuttgart, onde fica a sede da montadora, abriram
um inquérito em março por fraudes em testes de emissões e publicidade enganosa.
Naquele mês, o presidente-executivo
da Daimler, Dieter Zetsche, rejeitou as alegações de que o fabricante era
culpado de violar as leis de emissões.
Promotores americanos também estariam
de olho na fabricante alemão de automóveis, que enfrenta uma série de ações
legais coletivas de proprietários de carros, que afirmaram que a Daimler
declarou níveis de emissões menores para uma série de modelos a diesel.
No ano passado, a montadora concordou
com a KBA em recolher "voluntariamente" 247 mil veículos para
atualizar a "tecnologia potencialmente problemática", supostamente
instalada para impedir que os motores sejam danificados.
Da Deutsche Welle
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