Verba equivale a 7% dos R$ 600
milhões previstos para programa, que tinha previsão de implantação até 2017.
Proposta é levar 7 mil Km de cabos de fibra ótica pelo fundo dos rios para
garantir sinal. Exército diz que programa passou por análise.
O
programa 'Amazônia Conectada', lançado em 2015 com investimento de R$ 600
milhões, ainda não levou o sinal de internet prometido a nenhuma cidade do
Amazonas. O programa foi concebido com a proposta de levar cerca de 7 mil Km de
cabos de fibra ótica pelo fundo dos rios da Amazônia para garantir sinal de
internet veloz a comunidades distantes.
A internet deveria chegar a 52 municípios do Estado e beneficiar 3,8 milhões de
habitantes. Inicialmente, a previsão de lançamento era para 2017. Até o
momento, os cabos chegaram a 6 municípios, mas a internet ainda não começou a
operar.
Conforme o Exército Brasileiro, responsável pelo programa, o "Amazônia
Conectada" passou por análises envolvendo diversos órgãos e um dos
trechos, interligando mais duas cidades, deverá ter entrada em operação no final
deste ano.
Entre os benefícios do 'Amazônia Conectada', estão o acesso a serviços comuns
no restante do País, a telemedicina, o Ensino à Distância (EaD), o
monitoramento remoto por câmeras para melhoria da segurança pública e
até mesmo para o acesso de turistas.
Os militares chegaram a lançar nos rios 850 Km de cabos, cerca de 10% da
extensão prevista, interligando Manaus, Manacapuru, Coari, Tefé, Novo Airão e
Iranduba, ao custo de R$ 39,2 milhões. Além do serviço não ter sido concluído
dentro do previsto, houve o rompimento dos cabos de dois trechos.
Em um deles, entre Manacapuru e Coari, a manutenção foi licitada por R$ 772
milhões, valor maior do que o total do projeto, que era de R$ 600 milhões. Por
conta disso, nenhum reparo foi feito até o momento.
O Tribunal de Contas da União (TCE) produziu um relatório, no final
do ano passado, em que atesta a deficiência na estrutura de governança que
pode não garantir a sustentabilidade econômica e operacional do programa.
Em outro ponto, o relatório faz críticas ao Exército Brasileiro que
"assumiu competências excessivas na implantação da infraestrutura, sem que
tivesse condições plenas para tanto". O TCU também completa que
"esse é mais um projeto no qual as boas intenções tendem a não sair do papel".
Por meio de nota, o Centro de Comunicação Social do Exército
Brasileiro, em Brasília, disse que o programa passou por análise do TCU e
houve envolvimento de órgãos da área de telecomunicações, do Poder Judiciário,
vinculados ao Meio Ambiente, da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa e do Governo
do Amazonas.
O Exército disse que, em continuidade ao programa, está previsto para se
interligado mais um trecho, dessa vez entre os municípios de Novo Airão e
Barcelos, acrescentando mais 400 Km de cabos fluviais à malha atual. A previsão
da entrada em operação é o final deste ano.
O Programa Amazônia Conectada surgiu a partir do projeto de tese de doutorado
do professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
(Ifam), Guilherme Morais. Em 2010, o pesquisador apresentou o projeto em um
seminário do Exército, que resolveu executar a proposta.
Do G1.Globo
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