Brasil não tem um
bom centro de gestão de governo, diz ministro do TCU
O ministro do
Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes afirmou nesta terça-feira que
o Brasil não tem um bom centro de governo, de forma a fazer com que as decisões
tomadas na esfera do Executivo tenham repercussão na vida da população.
'Tem de ter um
centro de governo que tenha capacidade de tomar decisão e fazer com que as
coisas aconteçam lá na ponta', disse o ministro.
Nardes considerou
que, no Brasil, o Ministério do Planejamento, a Casa Civil e o Ministério da
Fazenda deveriam constituir esse centro de governo. 'Temos um manual sobre
isso. Estudamos 28 centros de governo de vários países', disse o ministro, que
acrescentou que analisou, por exemplo, os centros de governo americano e
chileno.
'Não temos um bom
centro de governo. Já falei isso para o ministro [da Casa Civil, Eliseu]
Padilha. Já falei isso para o ministro Moreira Franco [da Secretaria-Geral da
Presidência da República] e queremos dar essa contribuição do Tribunal de
Contas, para avançarmos como nação e melhorarmos a competitividade', afirmou
Nardes, que disse ainda que o TCU possui cinco manuais sobre governança.
Relator do processo
das chamadas 'pedaladas fiscais' do governo Dilma Rousseff no TCU, Nardes disse
ainda que é preciso tornar o Estado brasileiro mais competitivo. 'Não analisei
apenas as pedaladas fiscais, mas a questão da competitividade, como tornar o
Estado brasileiro mais competitivo', disse. 'Na política, o que a gente vê é
que, infelizmente, os congressistas e muitos dirigentes da nação vêm por um
período curto. Mas somos agentes de Estado. Temos de pensar no futuro da nação,
mas só isso não adianta. Tem de ter centro de governo capaz de tomar decisão',
afirmou.
'O grande risco que
corremos é o fato de termos necessidade premente para não deixar que o país
entre numa situação caótica como entrou Grécia, Espanha, Portugal e outros
países', disse.
O ministro do TCU
fez as afirmações durante evento no Ministério do Planejamento em comemoração
ao primeiro ano de implementação da Instrução Normativa nº 1, que sistematiza
práticas relacionadas à gestão de riscos, ao controle interno e à governança.
Por Cristiane
Bonfanti, no Valor Online