“Para além do conteúdo das falas dos delatores, em particular as do patriarca Emilio Odebrecht e de seu filho Marcelo, chama particular atenção os seus modos respectivos de expressão, a naturalidade com a qual falam de seus crimes.
Para eles,
tratava-se de uma prática que tinha se tornado normal, vindo a fazer parte de
sua atividade empresarial, se é que esta expressão tinha algum significado para
eles. Empresários, no sentido estrito, não o eram por eliminarem a
concorrência, superfaturarem os preços, não inovarem e viverem de relações
mafiosas com ‘seus’ políticos, em particular o chefe de todos eles, Lula. O
relato da intimidade entre eles é espantoso. O suposto ‘pai dos pobres’
revelou-se, na verdade, o ‘pai dos ricos.
O grande empresário
tinha se tornado ‘vermelho’, enquanto o ‘vermelho’ vendia os seus serviços ou
os comprava conforme os benefícios deles e de seus respectivos comparsas. A
máfia siciliana deve ter tido inveja deles (…).
Imaginem se os ganhos
da corrupção, dos superfaturamentos, dos oligopólios dessas empreiteiras e dos
políticos fossem destinados, como de direito, para toda a população.
O país seria,
seguramente, outro. Já o é, em certo sentido, por ter começado a limpeza.”
O Antagonista
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Como fazer uma palestra? Mais cedo ou mais tarde seremos chamados a enfrentar este desafio.
"Os tempos primitivos são líricos, os tempos antigos são épicos e os tempos modernos são dramáticos".
A frase é de Victor Hugo, escritor francês do século XIX. Mantém uma atualidade que angustia. Sim, vivemos tempos dramáticos, não há como negar, tempos que impõem aos vitoriosos uma vida de intensos estudos e preparação continuada, meticulosa, planejada. Os mais esforçados aumentam as chances de êxito.
O que dizer sobre o estudante que não estuda para o concurso dos sonhos, sobre o indivíduo que ignora os princípios da vida saudável, do atleta que se recusa a treinar, do escritor que rejeita a solidão do ofício, do cidadão que opta por vender o voto?
A vida costuma responder com sorriso quem assim a cumprimenta, e com desventuras e lamentos aos mordazes e amargurados. Os preguiçosos também costumam pagar um alto preço pela indolência.
Há quem desconheça – como conduta mais adequada - manter uma atitude proativa - amistosa, colaborativa, de estudos e preparação continuada e planejada - para conseguir responder aos desafios que se apresentam no dia a dia.
Imagine uma situação qualquer em que você necessite se alimentar, mas encontra-se impedido em decorrência de problemas decorrentes de um comportamento irresponsável para com a saúde...
E diante da premência de fazer uma corrida rápida para esgueirar-se da chuva, não perder o metrô, ou para escapar de um carro desgovernado que acelera em sua direção... Providências impossíveis de adotar em função do lastimável preparo físico; inexoravelmente terá um dia de cão: passará um bom tempo encharcado, terá que esperar o próximo trem e, na situação mais grave, será atropelado...
Mais cedo ou mais tarde seremos chamados a palestrar. É inevitável. E quando romper o instante, estaremos preparados?, conseguiremos - com êxito - levar a bom termo a tarefa?, ou o resultado se mostrará medíocre, um fiasco, um retumbante fracasso?
As opções estão entre ‘permanecer à mercê do acaso e da sorte’ ou ‘investir, planejadamente, na preparação’.
Não é melhor prevenir que remediar?, resguardar-se da doença que despender no tratamento? Não é mais sensato estudar para a prova que amargar a reprovação? Não é mais inteligente treinar para a luta que padecer a derrota?
Desde a mais singela conversação entre amigos ou familiares, até a palestra em um auditório lotado, com três mil pessoas, devemos cuidar para que a comunicação se estabeleça em sua integralidade, otimizando a utilização dos recursos disponíveis, de modo que, ao fim e ao cabo, a mensagem transmitida tenha sido assimilada pelos receptores.
Quando nos deslocamos para o contexto profissional, a trajetória reverbera um caminho lógico, evidenciando que, quanto mais prosperamos na carreira, mais expande a demanda por exposições orais.
Melhor, então, não ignorar a realidade e planejar a conquista da nova habilidade, ‘falar bem para o público’, independentemente do número de interlocutores, se um, se dez, se três mil...
Como em qualquer área do conhecimento acadêmico, um conjunto de técnicas criteriosamente adotadas poderá tornar a travessia menos dolorida, mais produtiva e mais prazerosa.
Esta é a razão deste livro, impedir que a surpresa se constitua num imponderável, na variável indesejada; impedir que o leitor seja pego de calças curtas. E para isso a obra se divide em capítulos estruturados para abrigar desde os referenciais teóricos até exercícios, dicas e experiências concretas, tudo com o propósito de transformar o leitor em um exímio palestrante. Aventure-se nesta jornada. Compreenda as dimensões da comunicação, as variantes que conduzem a mensagem ao seu destino de forma límpida, rápida e fidedigna. Aprenda como utilizar as linguagens gestual e vocal para potencializar os conteúdos emitidos. E a estruturar uma apresentação impecável, que receba a empatia e a cumplicidade da plateia.
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