“(...) Atualmente, a Arco Educação é líder no mercado de sistema
de ensino com cerca de 2 milhões de alunos que estudam com seus materiais
didáticos (...)”
Aluno formado e bem-sucedido na carreira profissional é um desejo unânime
das escolas. Na Arco Educação não é diferente, mas essa trajetória vai um passo
além. Vários de seus executivos são ex-alunos do colégio que deu origem à
companhia ou estudaram com o sistema de ensino do grupo fundado no Ceará, em
2007. “Contratamos alguns dos nossos melhores ex-alunos que estavam trabalhando
em grandes empresas e que a gente conseguiu convencer a vir para o nosso
projeto”, diz Ari de Sá Neto, fundador e CEO da Arco. Entre eles, há lideranças
tocando importantes projetos da Arco, eleito pela primeira vez Executivo de
Valor. “Trabalhar numa empresa de educação que prepara alguns dos melhores
alunos do Brasil te ajuda na hora de recrutar esses talentos para a empresa”,
completa, ao resumir esse ciclo numa frase: “A gente recebe dos próprios
colaboradores o que a gente entrega”.
A trajetória de Ari de Sá Neto, 41 anos, sempre esteve ligada ao setor de
educação. Seu pai, Oto de Sá Cavalcante, criou o colégio que leva o nome de seu
avó, Ari de Sá Cavalcante. A escola, localizada em Fortaleza, é uma das mais
respeitadas do país devido aos altos índices de aprovação em vestibulares
importantes como HA, IMF, USP e universidades federais. Por conta dessa
forte reputação, escolas menores do Ceará começaram a demandar pela criação de
um sistema de ensino com a metodologia pedagógica do colégio Ari de Sá. Por um
tempo, esse foi um negócio pequeno da família. Mas, em 2007, após retornar de
um MBA no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, o
herdeiro, então com 28 anos, decidiu seguir carreira solo e empreender numa
startup de sistemas de ensino. “A estratégia sempre foi ter a unidade no Ceará
e crescer com o sistema de ensino, que é um negócio ‘asset light’ [leve de
ativos] e tecnológico”, conta o executivo, que mora em São Paulo e tem as ações
de sua companhia negociadas na Nasdaq, bolsa americana, desde 2018.
Atualmente, a Arco Educação é líder no mercado de sistema de ensino com cerca de
2 milhões de alunos que estudam com seus materiais didáticos. Após o IPO
(oferta inicial de ações), a companhia vem fazendo importantes aquisições, como
os sistemas de ensino da Positivo e da Pearson, que demandaram recursos de
cerca de R$ 2,5 bilhões. Além de material didático usado nas disciplinas
obrigatórias das escolas, a Arco Educação também aposta em conteúdo
complementar, como inglês, socioemocional e programação, que hoje representam
25% da receita da empresa. No ano passado, a Arco apurou receita líquida de R$
1 bilhão, um crescimento de 75% sobre 2019. No primeiro trimestre de 2021, a
receita subiu 27%, para R$ 331,6 milhões.
Nesta pandemia, apesar da evasão de alunos e atrasos de pagamento que afetaram
todo o setor educacional, os grupos que possuíam plataforma tecnológica de
ensino robusta, capaz de tornaras aulas on-Iine mais interativas, foram
beneficiados. A demanda por esse tipo de serviço cresceu de forma relevante
devido à migração do presencial para o digital que aconteceu da noite para o
dia e porque poucas escolas tinham um conteúdo didático digital e plataformas
para aulas on-line.
Foi nesse cenário de reuniões a distância que a equipe da Arco teve que correr
para criar ferramentas para atender às novas demandas. O isolamento social foi
um grande desafio, porque um dos pilares da cultura da companhia é a interação
presencial e o livre acesso. “Trabalhamos todos num mesmo ambiente, sem salas
separadas, com uma comunicação rápida”, diz Ari. A saída foi intensificar e
estruturar a comunicação. “Conseguimos criar soluções em seis meses, que antes
levaria até três anos”, diz Ari, um presidente que adora bater perna para
visitar escolas.
Por Beth Koike, Revista Valor Setorial
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