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A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, em foto de 18 de maio de 2021 em Paris |
A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, pediu aos
países mais ricos do mundo que ajam mais rapidamente em favor dos mais pobres,
que enfrentam um "duplo choque devastador" causado pela pandemia do
coronavírus.
"Os países mais pobres enfrentam um duplo choque devastador: correm o
risco de perder a corrida contra o vírus; e podem perder a oportunidade de se
juntar a uma transformação histórica em direção a uma nova economia com bases
verdes e digitais", acrescentou.
"É um momento crítico que exige uma ação urgente por parte do G20 e
de atores políticos em todo mundo", insistiu.
Em uma publicação às vésperas da reunião das Finanças do G20 - de 8 a 10
de julho em Veneza -, Georgieva alertou sobre as "crescentes
desigualdades" entre ricos e pobres. Ela ressalta que aumentar a
velocidade de ação é necessária para ajudar o mundo em desenvolvimento com
vacinas e, posteriormente, com suas reformas econômicas.
Enquanto os Estados Unidos estão no caminho de seu maior crescimento desde
1984, e a China e a zona do euro retomam o ritmo, os países em desenvolvimento
estão ficando para trás, devido a uma pandemia que segue fazendo profundos
estragos, com vacinas insuficientes e a incapacidade de implementar políticas
de ajuda à população.
"O G20 pode fazer a diferença", ressaltou a chefe do FMI,
apontando para a necessidade de uma abordagem multilateral para compartilhar as
vacinas, financiá-las e investir na aceleração de sua produção.
Em conjunto com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Banco Mundial e a
Organização Mundial do Comércio (OMC), o Fundo propôs um plano para expandir o
acesso às vacinas.
Seria um "ponto de inflexão global" que salvaria centenas de
milhares de vidas e aceleraria a recuperação, disse Georgieva.
A instituição, com sede em Washington, estima que os países de baixa renda
devem gastar US$ 200 bilhões em cinco anos apenas para combater a pandemia, e
outros US$ 250 bilhões para reformas econômicas que lhes permitam acompanhar o
ritmo de recuperação das nações mais ricas.
Georgieva ressaltou, porém, que essas nações não podem fazer isso sozinhas
e que os países ricos devem "redobrar seus esforços".
A suspensão dos pagamentos da dívida externa aos países do G20 "foi
uma trégua orçamentária", reconheceu o FMI.
"Mas, dada a necessidade de acordar um alívio permanente da dívida,
devemos tornar o novo quadro comum totalmente operacional", recomendou
Georgieva.
Em novembro de 2020, os países do G20 adotaram uma "estrutura
comum" para lidar com as eventuais reestruturações de dívidas de 73 dos
países mais pobres do planeta.
AFP
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