Estimativa anterior era de expansão de 3%
A economia brasileira deve registrar crescimento de 4,9% neste ano, em
comparação com 2020. A previsão para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB),
soma de todos os bens e serviços produzidos no país, é da Confederação Nacional
da Indústria (CNI).
Em março, a CNI projetava uma expansão menor, de 3%. Segundo a
confederação, essa revisão aconteceu porque os impactos da segunda onda da
pandemia sobre a atividade produtiva foram menores do que o esperado. “O maior
otimismo, compartilhado pelos empresários industriais, decorre da queda na
atividade menor que a esperada em resposta às novas medidas de isolamento
social”, diz a CNI no Informe Conjuntural do segundo trimestre de 2021,
divulgado nesta sexta-feira (2).
A CNI acrescenta que além de as medidas de isolamentos sociais terem sido
menos rigorosas que as adotadas em 2020, as empresas estavam “mais preparadas
para atuar em um ambiente de restrições à aglomeração de pessoas”.
Para o PIB industrial, a confederação projeta crescimento de 6,9%, neste
ano. A projeção anterior era 4,3%.
Inflação
A estimativa para a inflação, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA), é de 5,8%, contra a estimativa anterior de 4,7%.
A estimativa para 2021 supera o limite superior da meta de inflação que
deve ser perseguida pelo Banco Central (BC). O centro da meta, definida pelo
Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,75%, com intervalo de tolerância de
1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de
2,25% e o superior, de 5,25%.
Segundo a CNI, a inflação deve ultrapassar o teto da meta para 2021 devido
a um conjunto de fatores: “forte reajuste de preços administrados; repasse de
aumentos de custos na fabricação de bens industriais; e pressões da alta dos
preços internacionais e do câmbio sobre os preços de alimentos. Serviços é o
único grupo que tem preços se expandindo fracamente, ainda impactado pelas
medidas de distanciamento social”.
Para alcançar a meta de inflação, o BC usa como principal instrumento a
taxa básica de juros, a Selic, fixada atualmente em 4,25% ao ano pelo Comitê de
Política Monetária (Copom).
Com os preços em alta, o BC deve continuar elevando a taxa básica de
juros, Selic, nos próximos meses. A previsão para a taxa básica de juros ao
final de 2021 passou de 4% para 6,5% ao ano.
Contas
públicas
A CNI projeta que o déficit primário, receitas menos despesas, sem
considerar gastos com juros, corresponderá a 2,1% do PIB neste ano. A previsão
anterior era 3,3%.
A estimativa para a dívida bruta do setor público, indicador utilizado
como referência para a capacidade de solvência do país, caiu de 90,9% para
82,3% do PIB. Quanto menor o endividamento em relação ao PIB, melhor a
capacidade de solvência.
Dólar
A expectativa da CNI é que o real continue a se apreciar. “Tanto fatores
no plano externo quanto fatores domésticos contribuem para a apreciação do
real”, diz a entidade. A expectativa da taxa de câmbio na média de dezembro é
de R$ 4,15 por dólar. Em março, a previsão era R$ 4,70 por dólar.
“A moeda brasileira vai manter a tendência de valorização no decorrer do
ano, em razão do aumento da confiança na economia brasileira e das exportações,
entre outros fatores”, diz a CNI.
As exportações crescerão para US$ 254,2 bilhões, o que representa aumento
de 21,5% frente a 2020. As importações devem crescer 19%, para US$ 189 bilhões,
próximo ao patamar de 2019 (US$ 186 bilhões).
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