Cidade abriga esqueletos da transposição
Localizada no
coração do semiárido nordestino, a pernambucana Salgueiro foi há até pouco
tempo um oásis no sertão, ilha de prosperidade na região mais pobre do país.
Atraídos por duas grandes obras de infraestrutura e milhares de empregos, a
transposição do rio São Francisco e a ferrovia Transnordestina, trabalhadores
de todo o Nordeste chegaram a Salgueiro.
Hoje ambas estão
paradas, com a maior parte dos canteiros abandonada e trechos já prontos se
deteriorando sem proteção contra sol e chuva. A cidade de 60 mil habitantes
integra o braço inicial do eixo norte da transposição, que era de
responsabilidade da empreiteira Mendes Júnior, considerada inidônea por
irregularidades investigadas na Lava Jato e que abandonou a obra. O Ministério
da Integração aguarda o desfecho de uma nova Licitação para retomar as obras no
trecho.
A posição
estratégica — equidistante das principais capitais nordestinas e no cruzamento
das BRs 232 e 116— foi determinante para que Salgueiro também abrigasse o
principal canteiro da Transnordestina. Iniciada em 2006, na gestão de Luiz
Inácio Lula da Silva, a ferrovia tem projetados 1.753 km, dos quais só 600 km
estão concluídos. Concebida para interligar os portos de Pecém (CE) e Suape
(PE) a regiões produtoras de grãos e minério no Piauí, a Transnordestina tem as
obras paralisadas desde pelo menos o ano passado —há trechos parados há anos.
Embora esteja a
cargo de uma empresa privada, a TL-SA (Transnordestina Logística), subsidiária
da CSN (Com-panha Siderúrgica Nacional), a obra sempre dependeu de aportes do
governo federal. Em janeiro passado, o TCU determinou a suspensão de repasses
governamentais, apontando “alto risco de não conclusão” da ferrovia.
Em nota, a TLSA se
disse “totalmente empenhada no planejamento da retomada das obras de construção
da ferrovia assim que possível”.
MOMENTO CRÍTICO
O ex-prefeito
Marcones Libório (PSB), que administrou Salgueiro por dois mandatos (2009 a
2016) e presenciou o auge e a decadência da cidade, diz que a derrocada
coincidiu com a crise econômica do país. “Se a região não tivesse se
beneficiado com o período das obras, que atraiu outros investimentos no
comércio e construção civil, estaria pior”, afirma Libório.
Assim como
moradores ouvidos pela reportagem, o político relata aumento no desemprego e na
criminalidade e o agravante da seca, que já dura cinco anos. “Calcula-se que
80% do rebanho bovino do sertão central tenha sido extinto. Ou morreu pela fome
ou os animais foram descartados porque seus donos não tinham como manter. O
momento é crítico”, diz.
Operador de trator,
Everaldo Barros de Oliveira, 39, trabalhou dois anos (2015 e 2016) pela Mendes
Júnior nas obras da transposição. Recebia, com horas extras, R$ 2.500 por mês.
Com a paralisação, foi dispensado e virou frentista num posto, onde ganha hoje
R$ 1.200, menos da metade. “Estamos esperando que [a obra] volte, mas ninguém
sabe quando.”
Família de morto em canal pede interdição da obra
DOS ENVIADOS A
FLORESTA (PE)
Uéslei Silva França
tinha 16 anos e trabalhava como carvoeiro na zona rural de Floresta (PE). Em 8
de fevereiro, uma quarta-feira, foi com primos tomar banho no canal da
transposição próximo à Estação de Bombeamento 3, a 500 metros da casa onde
vivia com os pais e irmãos, na aldeia Caraíbas, habitada por índios da tribo pipipã.
Morreu afogado. Seu corpo só apareceu três dias depois.
Não há proteção nas
laterais dos canais ao longo dos 216 km do eixo leste, inaugurado pelo governo
federal no último dia 10. Além de Uéslei, pelo menos mais outra pessoa, um
homem em Custódia (PE), morreu nessas águas —além de animais. Placas colocadas
pelo governo às margens dos canais e barragens proibindo o banho e alertando
para o risco de afogamento não têm impedido os mergulhos.
Segundo o relato do
primo Manoel Hidelfonso, 16, que estava com ele no dia, Uéslei não sabia nadar.
Pulou na água uma vez, quase se afogou. Os outros rapazes o resgataram com uma
corda. “Fomos arrumar minha moto, que tinha quebrado, e ele ficou dormindo
debaixo de uma algaroba. Quando voltamos, ele tinha sumido.” Manoel conta que o
grupo foi à estação e pediu que as bombas fossem desligadas, mas que o pedido
só seria atendido três dias depois, quando o corpo enfim veio à tona.
Os pais de Uéslei,
Valdomiro Alves de França, 50, e Marineide Maria da Silva, 43, são agricultores
pobres, por ora sem plantar por causa da seca. Criam nove cabras, recebem R$
100 do seguro safra e R$ 400 do Bolsa Família — mantêm os outros filhos na
escola. Têm água quando um carro-pipa da prefeitura abastece sua cisterna. A da
transposição, logo ali ao lado, não chegou à aldeia. “Quando ouvi sobre essa
obra, fiquei animado, porque aqui é um lugar seco e triste. Mas depois desse
caso, acho que aquilo tudo tinha de ser fechado. Não existe segurança nenhuma
nesses canais”, reclama Valdomiro. Segundo ele, ninguém de parte da obra
procurou a família até agora, quase dois meses depois.
O Ministério da
Integração Nacional dá outra versão: diz que “desde o incidente equipes de
assistência social acompanham os familiares”.
O órgão diz ainda
que intensificou campanhas para alertar a população sobre os riscos de nadar
nos canais e reservatórios. Questionado se o governo indenizaria a família, a
pasta disse que fará “tudo que a lei determina”. Marineide, a mãe, anda mais
calada que o marido. “Ninguém se conforma com a morte de um filho”, ela diz.
Uéslei era o mais velho dos cinco filhos do casal. Faria 17 anos em 4 de junho.
Por Fabio Victor e
Eduardo Knapp, na Folha de São Paulo
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O planejamento que interage estratégia e cultura
Coleção Quasar K+:
Livro 1: Quasar K+ Planejamento Estratégico;
Livro 2: Shakespeare: Medida por medida. Ensaios sobre corrupção, administração pública e administração da justiça;
Livro 3: Nikolai Gogol: O inspetor geral. Accountability pública; Fiscalização e controle;
Livro 4: Liebe und Hass: nicht vergessen Aylan Kurdi. A visão de futuro, a missão, as políticas e as estratégias; os objetivos e as metas.
O que é a metodologia Quasar K+ de planejamento estratégico?
QUASAR K+ é uma metodologia que procura radicalizar os processos de participação cidadã através de três componentes básicos:
a.Planejamento;
b.Educação e Teatro;
c.Participação intensiva.
Para quem se destina a ferramenta?
A metodologia QUASAR K+ foi desenvolvida para se constituir em uma base referencial tanto para as pessoas, os indivíduos, como para as organizações. Portanto, sua utilização pode ensejar a modernização desde o simples comércio de esquina ao grande conglomerado corporativo. Mas, também, os projetos de crescimento e desenvolvimento individuais, a melhoria das relações familiares...
Fazendo uso da metodologia QUASAR K+ poderemos descortinar novos horizontes nos habilitando a fazer mais e melhor com menor dispêndio de recursos.
Qual a razão desta metodologia?
Nas democracias modernas as sociedades se mostram tanto mais evoluídas e sustentáveis quanto mais aprimoram a qualidade da participação na vida organizacional, política e social.
Para que a participação se revista de qualidade se faz necessário dominar um conjunto de técnicas e instrumentais capazes de impregnar o processo de maior eficácia.
É deste contexto que emerge a metodologia QUASAR K+: disponibilizar técnicas específicas ancoradas em valores e princípios da educação e do teatro, incorporando - como eixo estruturante - as ferramentas do planejamento.
Portanto, é uma metodologia que busca assegurar qualidade à consecução dos objetivos, estratégias e metas traçados.
Por conseguinte, a aplicação da tecnologia possibilitará que nossa inserção e participação nos ambientes de estudo, trabalho, entretenimento e moradia, se verifique de maneira progressivamente mais satisfatória. Ao mesmo tempo em que nos empodera:
- eleva a autoestima – na medida em que tomamos consciência da evolução de nossa capacidade produtiva, da habilidade adquirida para interagir e contribuir com a família, o grupo social, a organização, a sociedade;
- incorpora ganhos sociais para a família, a escola, a instituição em que trabalhamos e a comunidade onde moramos, considerando que os produtos e resultados de nossa intervenção direta passam a ostentar qualidade diferenciada, mais fina, apurada e consentânea com as aspirações por um mundo melhor e mais justo.
De maneira estruturada, o livro enfoca:
Livro 1: Quasar K+ Planejamento Estratégico;
Livro 2: Shakespeare: Medida por medida. Ensaios sobre corrupção, administração pública e administração da justiça;
Livro 3: Nikolai Gogol: O inspetor geral. Accountability pública; Fiscalização e controle;
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Portanto, é uma metodologia que busca assegurar qualidade à consecução dos objetivos, estratégias e metas traçados.
Por conseguinte, a aplicação da tecnologia possibilitará que nossa inserção e participação nos ambientes de estudo, trabalho, entretenimento e moradia, se verifique de maneira progressivamente mais satisfatória. Ao mesmo tempo em que nos empodera:
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De maneira estruturada, o livro enfoca:
- Planejamento e Administração
- O setor público
- Empreendedorismo & iniciativa privada
- Participação intensiva & terceiro setor
- Cidadania
- Qualidade Total
- Educação & Teatro
- O setor público
- Empreendedorismo & iniciativa privada
- Participação intensiva & terceiro setor
- Cidadania
- Qualidade Total
- Educação & Teatro
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