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AFP - LUDOVIC MARIN |
O presidente francês, Emmanuel
Macron, acusou a Rússia, nesta quarta-feira (27), de ser "uma das últimas
potências imperiais coloniais" depois de lançar "uma guerra
territorial" na Ucrânia. A declaração foi feita durante sua visita oficial
ao Benin.
"A Rússia lançou uma ofensiva contra a Ucrânia, é
uma guerra territorial que pensávamos ter desaparecido do solo europeu, é uma
guerra do início do século 20, até do século 19. Estou falando de um continente
[africano] que sofreu com o imperialismo colonial", declarou o chefe de
Estado francês, durante uma entrevista coletiva com seu colega beninense
Patrice Talon, em Cotonou.
"A Rússia é uma das últimas potências imperiais
coloniais" ao decidir "invadir um país vizinho para defender seus
interesses lá", acrescentou Macron. Para o presidente francês, em viagem à
África ao mesmo tempo que o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, "a
Rússia deu início a um novo tipo de guerra mundial híbrida".
"[Moscou] Decidiu que informação, energia e
alimentos são instrumentos militares colocados ao serviço de uma guerra
imperialista continental contra a Ucrânia", enfatizou, afirmando que
queria "qualificar nos termos mais crus o que se passa hoje".
Para Macron, os russos criam "desequilíbrios, apesar
de todas as viagens diplomáticas e desinformação que fazem pelo mundo", e
a Rússia é "um dos países que, com maior intensidade, utiliza instrumentos
de propaganda", principalmente por meio dos canais de televisão Russia
Today (RT) e Sputnik.
“Chantagem”
Ele também denunciou novamente a "chantagem" de
Moscou sobre os alimentos, "porque foram eles [os russos] que bloquearam
os cereais na Ucrânia", e também sobre a energia com os europeus. “Acho
sensato que os europeus não se exponham a essas estratégias, porque é um dos
elementos dessa guerra híbrida”, ele acrescentou.
Emmanuel Macron já havia criticado fortemente Moscou no
dia anterior, durante sua visita a Camarões. Ao mesmo tempo, Sergei Lavrov, em
Uganda, considerou que a Rússia não era responsável pela "crise energética
e alimentar", denunciando "uma campanha muito barulhenta em torno
disso".
As entregas de gás para a Europa através do gasoduto Nord
Stream, conforme anunciado pela empresa russa de energia Gazprom, caíram, nesta
quarta-feira, para quase 20% da capacidade do gasoduto, de acordo com dados da
operadora alemã Gascade, reforçando os riscos de desabastecimento neste inverno
em diversos países europeus.
Após negociações acompanhadas de perto pela comunidade
internacional, Rússia e Ucrânia assinaram na sexta-feira passada (22), sob a
égide da ONU e da Turquia, um acordo que abre caminho para corredores marítimos
seguros.
RFI (Com informações da AFP)
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